JAC descarta carro elétrico no Brasil porque elétrico "só vira na China"

Chefão da marca, Sergio Habib ainda confirma SUV T80 em nosso país no fim do ano e picape em 2019
O carro que abre esta reportagem se chama Sol E20X, mas pode chamá-lo de JAC T40 elétrico. Foi a principal novidade da fabricante chinesa no Salão de Pequim, realizado em abril, pode ter passado despercebida aos olhares menos atentos, mas tem origem conhecida: o E20X é o primeiro modelo da Sol, marca que nasceu de uma parceria de investimentos de US$ 740 milhões (cerca de R$ 2,5 bilhões) entre a JAC e o Grupo Volkswagen para vender carros elétricos na China.
Mas ele é realmente uma variante de motor elétrico do JAC T40, já que a plataforma é a mesma. A promessa é oferecer 116 cv e 300 km de autonomia. Só que será difícil vê-lo brilhar nas ruas do Brasil.
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Vem quando para o Brasil?
Vem logo, só que não. O representante da JAC no país, Sergio Habib, afirma que deverá importar em agosto duas ou três unidades do Sol... mas apenas para testes com jornalistas especializados e clientes especiais conhecerem a tecnologia. Vendê-lo em escala comercial, porém, é inviável atualmente, aponta.
"Se o IPI cair de 25% para 7%, ainda tem ICMS, Cofins e não tem incentivo. Um T40 elétrico custaria R$ 130 mil mesmo com essa redução", explica o executivo.
Habib se refere a uma redução do Imposto sobre Produtos Industrializados para modelos elétricos esperada junta com o anúncio do programa "Rota 2030", futuro regime da indústria automobilística. Ainda é uma carga pesada, mas vale lembrar que não há mais 35% de Imposto de Importação para modelos 100% elétricos. Para comparar, o T40 com motor a combustão é vendido atualmente por R$ 56.990, mesmo com as alíquotas -- releia aqui nossa avaliação do modelo CVT.
Elétrico é coisa de chinês
"Se tem um lugar onde o carro elétrico foi funcionar, é na China", afirma. Segundo Habib, há uma preocupação estratégica do país em reduzir a dependência de petróleo. Embora tenha altos índices de poluição industrial, a China recentemente reduziu os limites para emissões dos veículos e também passou a dar um subsídio de US$ 5 mil na compra de um carro "verde" -- que deve ser revisto em 2020.
"Na China o governo fala que vai fazer postos de recarga e pronto: basta decidir fazer que fazem. Em nenhum lugar do mundo é assim. O meio dos Estados Unidos, no Texas, no Colorado, nunca vai ter. A iniciativa privada só vai fazer se tiver lucro e demanda", avalia o empresário.
Outra vantagem é que os modelos elétricos não participam do leilão de placas. Nas cinco cidades mais populosas, incluindo Pequim e Xangai, o licenciamento é controlado e, além da fila de espera, é necessário pagar valores que podem chegar a US$ 15 mil (mais de R$ 50 mil) só pelo direito de ter um carro.
Novidades para o Brasil
É claro que trazer algumas unidades para teste e reclamar da falta de incentivos sempre é um caminho para pressionar o governo a mudar as regras. Enquanto as jogadas de mercado correm, no calendário oficial, outros modelos da marca já estão confirmados para o Brasil.
Presente na mostra chinesa, o SUV T80 chega em novembro por valores na faixa de R$ 130 mil. Não, ele não estará no Salão do Automóvel de São Paulo, já que a marca não participa do evento. Mas terá evento próprio em paralelo.
Com motor 2.0 turbo de 160 cv, poderá ter opções de câmbio manual ou automatizado de dupla embreagem e seis marchas. São 4,79 m de comprimento e 2,75 m de entre-eixos de muita ambição: "Quero competir com Tucson, mas ele é um Santa Fé", garante Habib.
Antes, em agosto, chega uma versão renovada do T5, com motor 1.6 a gasolina. "Estamos desenvolvendo o flex, mas só em 2019, um pouco antes de a fábrica ficar pronta".
O executivo revelou ainda que planeja lançar também uma picape média, que já está em testes de rodagem pelo Brasil --- este é outro modelo que chega no próximo ano.
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