FCA enfrenta problemas para produzir nos EUA picape cotada ao Brasil
Dificuldades de alcançar ritmo esperado de produção e falhas de qualidade atrasam entregas da nova RAM 1500
A nova geração RAM 1500 é um produto dos mais importantes para a reversão do delicado momento financeiro pelo qual passa o grupo FCA Fiat-Chrysler. Enquanto no Brasil ela é o modelo cotado para marcar o ingresso da montadora na fabricação local de picapes sobre chassi, nos Estados Unidos é um produto chave para que a companhia bata as metas de receita em 2018.
Só que o projeto não começou da maneira esperada. Segundo o site americano Automotive News, a fabricante está enfrentando problemas de fornecimento de componentes e qualidade de produção na fábrica de Sterling Heights (Michigan), onde a nova geração começou a ser produzida em janeiro deste ano, já como linha 2019.
De acordo com a publicação, por conta das dificuldades a FCA não vem conseguindo cumprir a meta de montar 1,4 mil picapes ao dia, ficando em uma incômoda faixa de "apenas" 1 mil unidades produzidas diariamente.
"Estamos operando hoje, provavelmente, em 60% de nossa capacidade. Não é onde queríamos estar. Nós demos tempo suficiente em 2017 para que as instalações [da linha de montagem] ficassem prontas, mas já vimos que [colocar o plano em prática] está sendo desafiador", declarou ninguém menos que o diretor-executivo global da FCA, Sergio Marchionne, à Automotive News.
Além disso, sempre conforme relato da publicação americana, pelo menos 2,5 mil unidades estariam paradas no pátio da fábrica aguardando pela resolução de uma falha elétrica detectada na inspeção de qualidade.
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Correndo atrás
E olha que as falhas não ocorrem por falta de esforço. Ainda de acordo com a Automotive News, Sterling Heights está operando em dois turnos de 10 horas por dia cada, sete dias por semana, sem parar nem mesmo em fins de semana ou feriados.
Concessionários da FCA já começaram a receber as picapes para venda, porém somente em configurações equipadas com o velho motor 5.7 V8 a diesel. Isso porque nem o propulsor V6 de 3,6 litros nem a derivação híbrida do V8 receberam os dados oficiais de autonomia e consumo cedidos pelo órgão regulador dos EUA.
A Fiat-Chrysler garante que, enquanto a nova RAM 1500 não alcança o ritmo esperado de fabricação e vendas, a antiga geração continua a ser montada em Warren, também no Michigan, e oferecida como alternativa aos clientes.
Será o suficiente para convencer consumidores ávidos por novidades? Aparentemente não. No primeiro trimestre de 2018, enquanto a linha Ford Série F apresentaram crescimento de 4,3% em vendas, a RAM registrou forte queda de 13%. Revendedores estariam reclamando, inclusive, que a estratégia de ofertar duas gerações diferentes de um mesmo modelo estaria mais atrapalhando do que ajudando.
Para 2018, o último de Marchionne à frente do comando da FCA, a meta é acumular US$ 10,5 bilhões em receitas e ter, pela primeira vez desde que a Fiat adquiriu a Chrysler, em 2009, saldo positivo no balanço entre capital acumulado e débitos.
Apesar dos percalços com a RAM 1500, no primeiro trimestre deste ano a montadora conseguiu um crescimento de 5% nas receitas líquidas, alcançando US$ 1,96 bilhão, ao mesmo tempo em que reduziu as despesas para a faixa de US$ 1,6 bilhão.
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