Novo BMW Série 5, R$ 314.950, é mais avançado do que Brasil aguenta; veja
7ª geração pode andar sozinha e até se comunicar... mas não no país
Um ano após o lançamento de seu sedã mais luxuoso (o Série 7 passa de R$ 700 mil e tem chave com tela, parecida com smartphone), a BMW dá mais um passo em direção ao futuro dos carros premium ao apresentar a nova geração do Série 5, sedã executivo de porte médio-grande, que chega ao país por importação apenas em maio, mas já pode ser encomendado. UOL Carros conheceu e andou no modelo em janeiro e dá agora suas impressões.
Serão duas versões por aqui, com motores de quatro ou seis cilindros, ambas focadas em desempenho, mas sem deixar de lado suavidade e economia de combustível. Infelizmente, porém, teremos um corte no pacote tecnológico do modelo, sobre o qual falaremos mais em instantes. Por ora, os valores:
- 530i M Sport: R$ 314.950
Quatro cilindros de 2 litros, turbo, 252 cavalos e 35,7 kgfm de torque, números capazes de habilitar o 0 a 100 km/h em 6,2 segundos.
Vem equipado com a nova geração do sistema multimídia iDrive, tela tátil colorida, diversas funções do computador de bordo e opção de conexão apenas para iPhone via CarPlay ou pelo aplicativo BMW Connected, que integra ao carro a agenda e demais funções do celular; ar-condicionado de duas zonas; head-up multifunção; faróis full LED, rodas de liga leve de 18 polegadas e sensor de estacionamento dianteiro, lateral e traseiro com Parking Assistant, entre outros equipamentos.
- 540i M Sport: R$ 399.950
Seis cilindros, 3.0 turbo, 340 cv e 45,9 kgfm, 0-100 km/h em 5,1 s.
Na versão de topo, traz sistemas semi-autônomos de condução; rodas aro 19; faróis adaptativos (também full LED); o Parking Assistant Plus e o Night Vision (veja mais abaixo); sistema de som premium da Harman Kardon; ar-condicionado com climatização para quatro zonas e função Soft Close nas portas (que se fecham e travam sozinhas, caso a batida não tenha sido forte o bastante).
Ambos chegam a 250 km/h, velocidade máxima que é limitada eletronicamente. Nos EUA, ainda existe uma configuração mais forte, chamada 550i, e outra híbrida --ambas descartadas por enquanto para o Brasil. O câmbio é automático de oito marchas.
Novo corpo
Recursos tecnológicos à parte (calma, já vamos falar disso), o novo Série 5 é outro carro se comparado à geração atual. Visualmente, os faróis dianteiros agora fazem uma espécie de continuação da grade dianteira e o para-choques ganhou desenho mais moderno e robusto -- grade e para-choque, aliás, são inteligentes e podem escamotear suas aletas para melhorar a aerodinâmica e economizar combustível, veja só.
Na lateral e traseira, as linhas ficaram mais jovens e foram seguidas pelos formatos de LED que se desenham nas lanternas.
Para quem gosta de um ar mais esportivo, a marca ainda oferece o pacote de personalização M Sport, que agrega ao modelo novo desenho de volante, soleiras, rodas e pinças de freio.
Mas não foi só estética: o carro também emagreceu até 100 kg, dependendo da versão, graças ao uso de uma estrutura totalmente nova, de alumínio e ligas de magnésio. Isso rendeu à BMW a possibilidade de fazer a distribuição de peso perfeita (de 50%) para cada eixo.
E há, claro, os novos sistemas de assistência eletrônica e tecnologia de condução semi-autônoma, que fazem do novo BMW Série 5 um carro superior, até mesmo, ao Série 7.
Pode andar e se comunicar
Nem soa mais como novidade, para os mais antenados (e endinheirados), dizer que um modelo de luxo já pode quase andar sozinho. Mesmo no Brasil.
Volvo e Mercedes-Benz, por exemplo, são fabricantes que já têm carros com atributos para rodar vários quilômetros sem que seja necessária a intervenção do motorista -- XC90 e Classe E já aceleram ou freiam por conta (ACC, ou controle de cruzeiro adaptativo, que a BMW chama de "Driving Assistant Plus"), movimentam o volante para se manter entre faixas ("Lane Assist") e até têm câmeras especiais para enxergar obstáculos à noite ("Night Vision").
São semi-autônomos: apesar do que fazem, o motorista ainda está no comando e é sempre o responsável pela direção.
O BMW Série 5 dá um passo além: ainda é semi-autônomo, mas já "coloca as asinhas de fora" rumo à independência do condutor humano.
Como?
Durante a demonstração do carro em janeiro, tanto no Salão do Automóvel de Detroit, quanto na CES (importante feira tecnológica realizada em Los Angeles), ficou claro o potencial do Série 5.
Se você tem um celular de topo de gama Apple, Android ou Windows, sabe que todos contam com assistentes de voz (Siri, Google Assistant e Cortana, respectivamente). E também deve saber que esses assistentes já se conectam com as chamadas casas inteligentes através de aparelhos vendidos em lojas online como a Amazon. Pois bem, o Série 5 conversa (troca dados) com toda essa parafernália.
O dono do novo sedã poderá, por exemplo, acordar e dar um comando ao celular para ter acesso à agenda do dia. Com tudo definido, poderá saber da previsão do tempo e se tudo isso combinado irá alterar ou não sua rota. Ao mesmo tempo, o assistente virtual pode verificar se falta alguma coisa na geladeira...
Da união de todas essas informações, o carro teria uma rota definida que indicasse o caminho mais rápido para o trabalho (ou escola, por exemplo), desviando de congestionamentos, alagamentos e ainda incluindo aquela passadinha no mercado. Tudo de modo automático, sem que o motorista precise procurar tudo de novo dentro do carro -- mas se precisar, basta comandar pelo celular ou para a central de entretenimento do carro, por voz mesmo.
Tem mais: o Série 5 pode ainda estacionar sozinho ("Parking Assistant Plus"), desde que o local tenha suas vagas esquadrinhadas em serviços como o Google Maps. Isso, nem Mercedes nem Volvo conseguem ainda com seus modelos comerciais.
Se não houver o mapa online das vagas, ainda será possível estacionar e retirar o carro de vagas perpendiculares usando a chave ou o celular como controle remoto, com o motorista de fora do carro. Exatamente, sem ninguém a bordo, como mostra o vídeo do Instagram de UOL Carros.
Infelizmente, a BMW do Brasil não teve autorização da Anatel para homologar esta função de estacionamento por "joystick". Prova de que, se o carro pode até falar com outras máquinas, falta definição por parte das autoridades. E assim ficamos para trás, mais uma vez...
Como anda?
UOL Carros teve a oportunidade de experimentar as duas versões do novo Série 5 por mais de 300 quilômetros em ruas e estradas da Califórnia, região de São Francisco e Vale do Napa. E o sedã agrada pelo rodar suave, preciso, "na mão". Isso graças às suspensões que parecem ter sido calibradas por artesãos alemães -- nada contra os robôs que a fizeram...
Além disso, a direção elétrica é progressiva e acompanha impecavelmente o aumento da velocidade ou a intensidade da curva.
O câmbio de oito marchas responde de diversos modos diferentes, dependendo do estilo de condução do motorista, mas sempre de forma precisa. Pode ainda mudar de acordo com o temperamento selecionado no seletor eletrônico, que varia, como já é praxe em modelos da marca, do mais esportivo com todas as assistências eletrônicas desligadas até o Eco Pro, mais suave e seguro.
O consumo é outro fator surpreendente. Mesmo rodando nos limites das vias, com ar-condicionado sempre ligado e três ocupantes a bordo, nenhum dos dois fez menos de 14 km/litro. Para alcançar esses números, o sedã se se utiliza da grade e do para-choques autoajustáveis. É válido lembrar, também, que o carro contava com a boa gasolina norte-americana.
A BMW ainda não revelou quantas unidades espera importar/vender da nova geração, mas sabe que o cliente desse tipo de veículo costuma ser fiel ao modelo e aficionado por carro. Se você é um deles, seja para guiar ou ir sentado no banco de trás, pode ficar sossegado: o Série 5 mudou bastante, mas continua sendo o Série 5. Só não vai ter toda a tecnologia disponível. Uma pena.
Viagens a convite de BMW e Nissan do Brasil.
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