Todo dia é dia de ter carro roubado, diz estudo; madrugada é mais segura
Passava das 23h de uma segunda-feira do ano passado quando o jornalista e publicitário gaúcho Lucas Carioli deixou a garagem de sua casa em Taquari, a 100 quilômetros de Porto Alegre (RS), para levar a namorada embora. Quando terminou a manobra em marcha à ré, dois homens armados deram voz de assalto e levaram seu Chevrolet Vectra GLS 1999.
"Não consegui nem ver a cara deles", conta.
Um estudo encomendado por duas das maiores seguradoras do país, a Banco do Brasil Seguros e a Mapfre, a que UOL Carros teve acesso em primeira mão, mostra que Carioli corria mesmo mais riscos naquele horário: os índices de roubo (com ameaça ou ação violenta) e furtos de carros são maiores à noite (18h às 24h).
A "temida" madrugada (0h a 6h) na verdade é o período em que há menos ocorrências -- mesmo com carros "dormindo" nas ruas e muitas pessoas dirigindo sozinhas. O levantamento, que considera os sinistros registrados em 2014 pelos clientes das duas seguradoras em todo o território nacional, mostra que mais da metade dos crimes, exatos 52%, ocorreu entre 18h e 0h. A madrugada foi palco de apenas 8%.
O dia da semana, porém, não fez a menor diferença na história de Carioli: o risco de perder o carro é o mesmíssimo de segunda a domingo. Cada dia registrou cerca de 14% das ocorrências, com "desempate" apenas nos décimos de ponto percentual.
POR REGIÃO
Ainda de acordo com o estudo das seguradoras, 64,2% dos roubos/furtos em 2014 aconteceram na região Sudeste. Em seguida vem o Sul, com 14%. Nordeste e Centro-Oeste concentraram, respectivamente, 10% e 9% dos casos, enquanto o Norte teve apenas 2,8%.
Embora haja relação entre esses percentuais e o tamanho da frota de cada região, também foi no Sudeste que, sempre segundo a pesquisa, houve maior frequência de roubo/furto a cada 100 automóveis circulantes: 1,21. O Sul, por exemplo, caiu para quarto nesse quesito, registrando 0,68, atrás de Centro-Oeste (0,75) e Nordeste (0,71). Já a média nacional ficou em 0,96 carro roubado/furtado para cada 100 nas ruas.
Procurada por UOL Carros para comentar os dados, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que não se manifesta em relação a pesquisas de terceiros, e se limitou a responder que "vem adotando medidas para reduzir esses índices, como a Lei dos Desmanches, que permitiu às polícias fiscalizarem, entre julho e dezembro de 2014, 199 desmanches, lacrando 149".
REENCONTRO
O levantamento Banco do Brasil/Mapfre também apontou a região Centro-Oeste como aquela em que a maior parcela de vítimas conseguiu recuperar seu veículo roubado em 2014: 47,8%. Depois aparecem Norte, com 43,2%, e Sul, com 33,4%. Nordeste (31,6%) e Sudeste (28,7%) amargaram novamente as piores estatísticas. Carioli ajudou a incrementar a performance do Sul: três dias após ser roubado, o jornalista e publicitário localizou seu Vectra a 700 km do local do crime, em Palmeiras das Missões, norte do Rio Grande do Sul.
O sedã havia sido usado em uma tentativa frustrada de assalto. "Só descobrimos porque um amigo do meu pai viu uma reportagem de jornal", lembra.
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