Interesse por esportivos cai e marcas se unem para cortar custo de projetos
A forte crise econômica de 2008 afetou sensivelmente o setor automotivo e, em especial, o segmento de veículos esportivos, geralmente os mais caros à venda. Além disso, a redução do papel do carro como símbolo de status na Europa e nos Estados Unidos, e o aumento da poluição em mercados emergentes, como a China, motivou a migração dos compradores de maior poder aquisitivo a outros tipos de modelo, como SUVs e até limusines.
Para se ter ideia do quanto o segmento encolheu, as vendas combinadas de Audi TT, Mercedes-Benz SLK e BMW Z4, que chegaram ao pico global de 114 mil unidades em 2007, despencaram 45% até 2010, de acordo com a empresa de pesquisa IHS Automotive.
Na visão do diretor global de vendas da BMW, Ian Robertson, este é um processo praticamente irreversível: as vendas de carros voltados ao alto desempenho jamais voltarão ao patamar que alcançaram nos dias de glória. "Depois de 2008, o mercado de esportivos simplesmente desmoronou e, atualmente, é praticamente a metade do que era. Não sei se vai se recuperar completamente algum dia", previu.
Tim Urguhart, analista da IHS, apontou que a criação de novos segmentos para atender nichos específicos de consumidores também contribuiu para a queda. "O mercado foi diluído com o aumento da oferta para uma parcela da população tradicionalmente associada aos esportivos. Profissionais jovens e urbanos agora têm uma variedade muito maior de veículos que refletem seus estilos de vida", explicou.
Outra saída é acrescentar um novo ingrediente à receita: a energia alternativa. É por isso que modelos como BMW i8, Porsche 918 Spyder e Lamborghini Asterión, todos superesportivos movidos a propulsão híbrida, estão ganhando cada vez mais espaço.
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