Topo

Geely vai esperar Eleições para definir sobre fábrica no Brasil

Geely GC2 é montado em Montevidéu (Uruguai); carrinho chega por R$ 29.900 - Leonardo Felix/UOL
Geely GC2 é montado em Montevidéu (Uruguai); carrinho chega por R$ 29.900 Imagem: Leonardo Felix/UOL

Leonardo Felix

Colaboração para o UOL, em Montevidéu (Uruguai)

27/08/2014 19h22

Atualmente, a Geely é uma marca inexpressiva no Brasil. Desde a estreia do sedã EC7, em março deste ano, a montadora chinesa sofre para emplacar 50 unidades ao mês, especialmente porque possui, até agora, somente duas concessionárias em funcionamento, nas cidades de São José do Rio Preto (SP) e Porto Alegre (RS).

É claro que a companhia chinesa -- conhecida globalmente como controladora da poderosa Volvo Cars -- tem pretensões maiores para o Brasil. No entanto, os representantes da empresa no país não se cansam de pregar cautela: não querem repetir a sina das conterrâneas JAC e Chery, que chegaram com altas expectativas e, por erros estratégicos, sofrem para se adequar à nova realidade.

Pela timidez com que a fabricante se instala, a impressão é de que os planos estão amarrados. Mas há ideia de se construir uma fábrica em solo brasileiro, ainda quem suspensão por conta das Eleições presidenciais de outubro. "Vamos aguardar para saber qual será o próximo planejamento econômico", afirmou a UOL Carros o presidente da Geely do Brasil, Ivan Fonseca e Silva, durante o lançamento do subcompacto GC2.

"GEELY DO BRASIL"
Segundo Silva, montar uma unidade no país demanda investimentos entre US$ 500 milhões a US$ 800 milhões (entre R$ 1,1 e 1,8 bilhão) e a preferência é que a fábrica fique no Estado de São Paulo. Outra fonte ligada à Geely acrescentou que, desse montante, 40% viriam de José Luiz Gandini, detentor dos direitos marca no Brasil, mas que também é representante da coreana Kia.

Os 60% restantes viriam como aporte da matriz -- que, diferentemente de outras chinesas, não possui participação estatal.

Enquanto o projeto não é levado adiante, a marca sustenta prognósticos "pés no chão" para o curto prazo. Até o fim deste ano, a meta é expandir a rede de concessionárias para 15 lojas, incluindo cidades estratégias (leia-se, no Sudeste): São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Belo Horizonte (MG). A partir de então, a fabricante estaria preparada para se aproximar de 20 mil unidades emplacadas em 2015, sendo dois terços desse índice formados pelo GC2.

Ultrapassar essa barreira dos 20 mil carros, por enquanto, não dá. Essa é a capacidade máxima que a fábrica da Nordesk reserva para a Geely, em Montevidéu (Uruguai). A empresa, que monta automóveis também para Renault e Kia, é pequena, emprega só 350 funcionários e possui um processo de montagem quase artesanal.

Dessa forma, enquanto não decidir mergulhar de vez no complexo mercado brasileiro, a Geely continuará a ser a chinesa mais discreta do país. Nada de comercial no intervalo da novela das nove, nada de anúncio com Faustão como garoto-propaganda. "Conhecer as limitações" e "dar um passo de cada vez" são os mantras de ordem para os diretores da marca.

CARROS, CARROS, CARROS
Além do subcompacto e do EC7, a Geely deve contar com o reforço do GX2 (um GC2 aventureiro), de uma nova versão do EC7 com transmissão automática e motor flex para toda a gama. Mas isso fica para o primeiro semestre do ano que vem.

Este ano, além do GC2, será mostrado ao público o SUV EX7, durante o Salão de São Paulo 2014, em outubro. O modelo também é uma opção para 2015, mas, por ser produzido exclusivamente na China, não tem sua importação confirmada.