Fox Highline "completaço" derrapa ao justificar os R$ 63.540

Com a apresentação mercadológica do novo Volkswagen Fox, que ganhou "jeitão" de Golf e foi alçado ao patamar premium na última segunda-feira, surgiu uma questão complicada: vale a pena pagar R$ 63 mil em um compacto brasileiro?
Este é o valor aproximado da versão mais completa do hatch, a Highline 1.6 I-Motion, equipada ainda com todos os opcionais. UOL Carros esclarece que não acha a nova linha do compacto exatamente ruim. O problema é que a marca alemã, no afã de dar o tal status emergente de "premium" ao modelo, exagerou não no recheio, mas no preço cobrado por ele -- e isso em todas as versões.
Os principais são: vidros e travas elétricos nas quatro portas; direção elétrica com ajuste de altura e profundidade; banco do motorista com ajuste de altura e gaveta; banco traseiro corrediço; sensores de estacionamento dianteiro e traseiro; computador de bordo; chave canivete com controle remoto; partida a frio sem tanquinho; dois cintos de segurança traseiros com três pontos; preparação para sistema de som; parachoques, spoiler de teto e capa dos retrovisores na cor do veículo; ar-condicionado manual; retrovisores com ajuste elétrico (e função "tilt down" do lado do passageiro) e luzes indicadoras de direção integradas; faróis e lanternas de neblina; faróis duplos com máscara escurecida; apliques cromados externos e internos; porta-luvas e para-sóis com iluminação auxiliar; 17 porta-objetos e gaveta sob o banco do motorista; limpador e desembaçador traseiros; ponteira dupla de escapamento; tomada 12V no console central e no compartimento de bagagens.
Ainda de série e inéditos são o volante multifuncional revestido de couro com desenho similar ao do Golf; quadro de instrumentos com acendimento automático; abertura elétrica do porta-malas pelo logotipo traseiro; e o controle de tração.
A unidade testada por 120 quilômetros, durante o test-drive de lançamento, também contava com todos os opcionais oferecidos para a versão: pintura metálica azul Acqua (R$ 1.110); revestimento em couro sintético para bancos, portas, manopla do câmbio e alavanca do freio de mão (R$ 670); teto solar com luz de leitura dianteira (R$ 2.470); um pacote chamado "módulo tecnológico I" -- piloto automático, espelho retrovisor interno antiofuscante, faróis de neblina com assistência de iluminação em mudanças de direção e sensores de chuva e crepuscular (R$ 1.910); sistema de som com navegação GPS, rádio AM/FM, CD, Bluetooth, MP3, entradas USB, SD-Card e auxiliar em tela sensível ao toque de 5,8 polegadas (R$ 3.050); rodas de liga leve aro 16 polegadas (R$ 1.400); e controle eletrônico de estabilidade com assistente de partida em subida (R$ 1.140).
Com a lista de extras, o valor total chega a R$ 63.540. São R$ 11.750 de incremento.
É MÉDIO?
UOL Carros já escreveu e reitera: este Fox "completaço" cobra preço de hatch médio. Ford Focus, Fiat Bravo, Citroën C4 e Peugeot 208 cobram valores parecidos, e oferecem em troca pacotes tecnológicos semelhantes, mas são mais espaçosos e trazem motores com potência maior que os 120 cavalos (com etanol) gerados pelo 1.6 do Fox Highline (respectivamente com gasolina e etanol).
Vamos além: até mesmo o Golf, de quem o Fox copiou (ou herdou, como vai preferir a montadora) os traços, cobra só R$ 4 mil a mais em sua versão de entrada, com direito a motor turbo de 140 cv, sete airbags e freio de estacionamento eletrônico -- diferenciais típicos do segmento premium, de fato.
No texto de lançamento, UOL Carros já esmiuçou as mudanças estéticas: a inspiração no Golf é inegável e até polêmica. Faltava falar do desempenho. Nesse ponto, a versão completa do hatch tem qualidades.

Já a segunda versão do I-Motion, câmbio automatizado monoembreagem, está um pouco mais afável, mas continua com seus tranquinhos. A Volks trabalhou para reduzi-los, encurtando as relações de segunda, terceira e quarta marchas -- para gerar trocas em giros mais baixos -- e dando mais precisão ao mapa de trocas, mas os saltos ainda existem -- e aborrecem.
Portanto, o Fox Highline não é um carro ruim. Na verdade, ficou até muito bom com o novo trem-de-força. O grande problema é que cobra demais para se adequar à nova realidade premium que a Volkswagen deseja emplacar -- lembre-se: a chance de vê-lo tomar o lugar do Polo é gigante. E isso sem uma troca de geração (a plataforma é de 2002), justificativa usada pela Ford para o New Fiesta, por exemplo.
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