Novo C3 "não é um carro para mulheres, mas para todos", afirma Citroën
"Não estamos lançando um carro para mulheres, como ficou marcado o C3 atual, mas um modelo para todos os públicos". Após nove anos de produção (desde 2003) e cerca de 240 mil unidades vendidas no Brasil, a Citroën admitiu que seu modelo mais popular tinha proposta que atendia mais ao público feminino. Mas que isso muda, ou pelo menos é suavizado, com a estreia da segunda geração.
Afinal, um carro que agrada a um tipo específico de público tem números de venda menores que outro de proposta mais ampla.
Em entrevista exclusiva com UOL Carros, o diretor de marketing de produto da PSA Peugeot Citroën Michel Rougé, autor da resposta que abre este texto, comentou sobre a estratégia preparada para fazer do novo C3 um carro totalmente diferente, não apenas visualmente, mas também em termos de mercado.
Confira trechos da conversa:
UOL CARROS - O C3 antigo ficou conhecido, popularmente, como sendo "carro de mulher". Como a Citroën lidava com isso e o que vocês fizeram para tentar mudar essa avaliação sobre a nova geração?
MICHEL ROUGÉ - Sabíamos que o modelo antigo tinha essa característica, mas também não podíamos mudar totalmente a personalidade do carro, ou ele se tornaria um "carro de homem". Por isso resolvemos criar um modelo ainda com atributos do C3 anterior, só que mais esportivo, este um aspecto mais voltado ao público masculino. Como exemplo, ele está maior e mais largo, ou seja, com mais estabilidade e esportividade e, ao mesmo tempo, manteve a direção elétrica, característica que fez sucesso no C3 anterior.
Rougé, da Citroën: "Novo C3 é um carro global, recheado de tecnologia e equipamentos"
Os rivais do novo C3 estão atualizados (caso de Ford New Fiesta e Fiat Punto) ou acabaram de chegar (Chevrolet Sonic, por exemplo). Como entrar nessa disputa mais forte do que eles?
Com modernidade. O novo C3 é um carro moderno, global e bastante recheado em tecnologia e equipamentos. Os preços também são agressivos e isso será o diferencial do nosso modelo compacto. É um carro criado no Brasil, desenvolvido no Brasil [o novo C3 é inspirado no modelo europeu, lançado em 2009 no Salão de Frankfurt, mas com atualizações feitas pela Citroën do Brasil e que podem se estender ao modelo estrangeiro] e vendido para todo o mundo. O brasileiro sabe reconhecer isso e saberá da qualidade que terá em mãos.
O novo C3 tem como um de seus diferenciais o para-brisa maior (Zenith), que estreia nesta geração. Ele é importado? Vai custar mais para o consumidor tê-lo instalado ou será mais caro no momento da manutenção?
O Zenith é importado. Ele será oferecido nas versões intermediária e top-de-linha, Tendance e Exclusive, respectivamente, e não estará disponível no modelo de entrada, Origine. E, sim, ele custa mais caro que o para-brisa normal. O C3 é o compacto de entrada da Citroën no país, mas achamos que o cliente deste carro merece usufruir normalmente desse recurso de conforto. Por isso, oferecemos os custos de reparo do Zenith com os mesmos valores que os do para-brisa comum. Sim, nós absorvemos os custos.
Com a chegada do novo C3, a geração atual continua em linha com um preço mais baixo? É uma medida, por exemplo, que a Peugeot anunciou que irá tomar com a chegada do 208, mantendo o 207 em linha. Qual a estratégia da Citroën?
Não. O estoque do C3 atual está preparado para chegar até o final de agosto, próximo da data em que acaba o desconto do IPI. E os preços do novo já incluem o aumento do imposto. Já sobre os Peugeot, é fácil dizer: eles são carros diferentes, por isso a decisão de manter o 207 em linha depois da chegada do 208. Com o C3 não dá para fazer isso, já que trata-se da nova geração de um mesmo modelo, e não veículos diferentes.
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