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Fiat entra em briga inédita com o Freemont, que parte de R$ 81.900

<b>Freemont: pela primeira vez, Fiat se arrisca a ter um crossover (ou SUV)</b> - Divulgação
<b>Freemont: pela primeira vez, Fiat se arrisca a ter um crossover (ou SUV)</b> Imagem: Divulgação

RODRIGO LARA

Enviado especial ao Guarujá (SP)

11/08/2011 11h31Atualizada em 11/08/2011 11h59

O Fiat Freemont, apresentado para a imprensa nesta quarta-feira (10), no Guarujá, litoral de São Paulo, pode ser considerado um carro "antigo", se o enxergarmos como mera variação do Dodge Journey, que é sua base e que já desfila pelas ruas brasileiras há algum tempo e não é nenhum campeão de vendas.

Ou então como um produto revolucionário dentro da linha da fabricante italiana, que jamais contou com um representante no segmento dos utilitários esportivos -- ainda que o Freemont seja, na realidade, um crossover (no caso, mistura de SUV com minivan), a Fiat o chama mesmo de SUV, sob a desculpa de que o público, em geral, se refere ao carro dessa maneira. Para a Dodge, o Journey é um crossover.

É essa segunda visão que a marca espera que o consumidor brasileiro adote. Fruto mais imediato da aquisição da Chrysler (dona da Dodge) pela Fiat, e já bem aceito na Europa, com vendas que beiram as 4.000 unidades por mês, a missão do Freemont no Brasil -- além de ir bem nas vendas -- é ser bom o suficiente para que o mercado esqueça seu parentesco com o irmão norte-americano e volte as atenções às suas qualidades.

A lógica é que dois aspectos atrapalham as vendas do Journey no Brasil: preço alto e a fraca rede de concessionárias Dodge. O segundo problema é sanado imediatamente se considerarmos que o Freemont é de responsabilidade da Fiat, com mais de 560 revendas no país. O preço do modelo, por sua vez, é inferior ao do Journey:

- Fiat Freemont Emotion (cinco lugares) -- R$ 81.900
Conteúdo: ABS/EBD/BAS/ESP/ASR/ERM/TSC (leia mais abaixo), keyless entry/go, airbags frontais, climatizador com duas zonas de temperatura, sistema Uconnect de multimídia com tela de 4,3 polegadas sensível ao toque, que integra radio/CD/MP3, entrada USB, entrada auxiliar e conectividade Bluetooth com comando de voz, central eletrônica de informações do veículo (EVIC), volante revestido em couro com regulagem de altura e profundidade mais comando de rádio, piloto automático e computador de bordo, rodas de liga leve com aro 16, faróis de neblina,  sensor de pressão dos pneus e alarme.

- Fiat Freemont  Precision (sete lugares) -- R$ 86.000
Conteúdo: o da versão Emotion, mais terceira fila de bancos, ar-condicionado digital automático com três áreas de temperatura, sidebags e windowbags, sensor crepuscular e sensor traseiro de estacionamento, barras de teto longitudinais e transversais ajustáveis, assento do motorista com regulagens elétricas, retrovisores rebatíveis eletricamente e rodas de liga leve com aro 17. Como opcionais, teto solar e bancos em couro.

O carro com o logotipo da Dodge parte de R$ 99.900.

É, MAS NÃO É
A semelhança com o Journey é clara, mas o Freemont recebeu retoques da Fiat e se distanciou um pouco do irmão. Grade dianteira e para-choques têm desenho diferente. Atrás, as lanternas ganharam iluminação por LEDs. Em termos mecânicos, o Freemont recebeu nova calibragem da suspensão, de maneira a ficar mais firme e se afastar um pouco da maciez de sua origem norte-americana, num trabalho conjunto entre as engenharias dos Estados Unidos, italiana e brasileira.

O motor também é distinto. Entra em cena um 2.4 somente a gasolina fabricado pela Chrysler, apontado pelos executivos da Fiat como uma evolução do motor visto no Chrysler PT Cruiser. Essa unidade tem 172 cavalos de potência a 6.000 rpm, e 22,4 kgfm de torque a 4.500 rpm. O câmbio, automático, agora tem quatro marchas, ante as seis do Journey.

Por fim, o Freemont ganhou reforços em sua estrutura, com chapas de maior resistência e capô de alumínio -- uma exigência para que o modelo seja vendido na Europa, por proteger os pedestres em caso de atropelamento. A sopa de letrinhas da segurança se traduz assim: freios ABS (antitravamento) com EBD (distribuidor de força da frenagem), somam-se ao ASR (controle de tração), ESP (controle de estabilidade), BAS (assistente de frenagens em emergência), ERM (estabilizador de rolagem da carroceria) e TSC (sistema que evita que reboques oscilem na traseira), bem como apoios de cabeça ativos e airbags duplos e de cortina (este último, exclusividade da versão Precision).

AMBIÇÃO
A Fiat deixou claro, na apresentação à imprensa, que o Freemont vem para brigar pela liderança do mercado em seu segmento. Como alvos, a fabricante escolheu o Honda CR-V, o Hyundai ix35 e o Chevrolet Captiva. E pretende incomodá-los com um volume mensal de vendas de 1.000 a 1.500 carros.

No noite de quarta-feira foi possível observar interior do Freemont, que é simples, mas fica longe de passar a sensação de pobreza. Uma análise mais profunda será feita nesta quinta-feira (11), quando o SUV da Fiat será submetido a um test-drive com a imprensa. UOL Carros publicará suas impressões sobre o modelo, assim como um álbum de fotos exclusivas.

Viagem a convite da Fiat