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Inadimplência nas vendas cresce, mas ainda é normal, diz Anfavea

Elaine Patricia Cruz

Da Agência Brasil, em São Paulo

06/07/2011 19h43

A inadimplência nas vendas de veículos no Brasil cresceu em maio, mas ainda está abaixo da média geral do mercado. A avaliação é do presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, ao divulgar nesta quarta-feira (6), em São Paulo, o balanço do mês de junho do setor. "A inadimplência sempre preocupa, mas ela ainda está sob controle", disse.

Segundo a Anfavea, 3,6% dos clientes atrasaram o pagamento em prazo superior a 90 dias em maio (os resultados de junho ainda não foram apresentados). Em abril, o número foi 3,2%. A média geral do mercado é cerca de 6,4%, segundo Belini.

Quanto ao emprego, o setor terminou o mês de junho com 142.727 empregados, aumento de 592 trabalhadores em comparação ao mês de maio. "Por enquanto a situação está normal. Houve crescimento de emprego até o mês de junho e esperamos que a economia volte a crescer, e que cresça de forma que possamos contratar mais pessoas", disse.

A produção de veículos cresceu 4,1% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2010. Mais de 1,71 milhão de veículos foram produzidos entre janeiro e junho deste ano, contra uma produção de 1,64 milhão na primeira metade do ano passado. No primeiro semestre, 1,74 milhão de veículos foram licenciados no país, um crescimento de 10% em comparação ao mesmo período de 2010, quando foram licenciados 1,58 milhão de veículos.

"A análise é boa. No primeiro semestre houve um crescimento do nosso setor na ordem de 10%, embora estejamos comparando com o mesmo período do ano passado, onde tivemos os meses de abril, maio e junho de 2010 muito fracos. Mas, no conjunto, o primeiro semestre [deste ano] foi favorável", declarou.

De acordo com o presidente da Anfavea, as "medidas macroprudenciais" adotadas pelo governo para desestimular o consumo contribuíram para aumentar as vendas de veículos a vista, passando de 32% no fim do ano passado para 38% agora. O total de vendas de veículos a prazo, por sua vez, passaram de 68% para 62%.

As exportações do setor caíram 18,1% em junho em comparação a maio, passando de 44.658 para 36.555 veículos. No primeiro semestre deste ano as exportações cresceram 3% em relação ao mesmo período de 2010, atingindo 249.940 unidades exportadas. Como as importações no primeiro semestre chegaram a 390 mil unidades, o saldo nos primeiros meses deste ano foi negativo (-140,1 mil unidades).

Em valores monetários, as exportações no primeiro semestre deste ano representaram US$ 7,202 bilhões, crescimento de 24,9% em comparação ao primeiro semestre de 2010. Em junho, as exportações corresponderam a US$ 1,241 bilhão.

Na comparação com outros países, o Brasil deixou a quarta colocação entre os maiores mercados de venda de veículos e passou a ocupar em 2011 (com dados até maio) a sexta posição, superado pela Índia (quinta) e Alemanha (quarta).

Entre janeiro e maio deste ano, o país comercializou 1,43 milhão de veículos, enquanto a Índia vendeu 1,44 milhão e a Alemanha, 1,46 milhão. As primeiras colocações permanecem sendo ocupadas pela China, que comercializou 7,91 milhões de veículos entre janeiro e maio deste ano, pelos Estados Unidos (em segundo, com a venda de 5,26 milhões de veículos) e pelo Japão (em terceiro, com 1,56 milhões de veículos vendidos).

Para 2011, a previsão da Anfavea é de crescimento de 5% nas vendas de veículos, com a comercialização de 3,6 milhão de unidades. "Estamos percebendo que o fluxo dos negócios está mantendo um ritmo que permitirá um crescimento de 5% ao ano", disse Belini.