Barata e dócil, Yamaha Crypton tira clientes de scooters pequenos
Simplicidade é a receita da Yamaha T 115 Crypton, R$ 6.480, para atrair o consumidor que busca um veículo dócil de pilotar e econômico. O motor monocilíndrico de 114 cm³, alimentado por carburador e com refrigeração a ar, é exemplo disso. Já o câmbio rotativo e a embreagem semiautomática a tornam fácil de conduzir.
Por outro lado, a CUB apresenta porte relativamente robusto, com rodas de 17 polegadas que a ajudam a enfrentar as imperfeições das ruas brasileiras com mais conforto e segurança do que scooters de entrada como o Suzuki Burgman i e o Honda Lead 110.
Sem falar no preço: enquanto a Crypton ED sai por R$ 6.480, já munida de freio dianteiro a disco e partida elétrica, Lead e Burgman i custam, respectivamente, R$ 7.012 e R$ 7.490. Todas essas vantagens se refletem no volume de vendas: no ano passado, a CUB foi responsável por vender 16.830 unidades, contra 10.137 e 3.837, respectivamente, dos dois concorrentes.
Fácil, fácil
Todos os itens de conforto já citados anteriormente contribuem para fazer da Crypton ED (versão avaliada) uma moto afeita a iniciantes: a partida elétrica faz o motor pegar fácil; o afogador permite que o propulsor atinja temperatura ideal em poucos minutos; a transmissão com câmbio rotativo de quatro marchas e embreagem semiautimática geram trocas rápidas com apenas um toque no pedal, sem preocupação com o risco de o motor morrer nas arrancadas.
A motoneta só não é (ainda mais) dócil poque não possui câmbio CVT (continuamente variável), presente em todos os scooters.
Apesar do desempenho modesto -- 8,2 cv de potência (a 7.500 rpm) e 0,9 kgfm de torque (a 5.500 giros) --, a facilidade no manuseio da embreagem permite sair na frente dos carros no semáforo. A velocidade máxima de 100 km/h é suficiente para rodar em avenidas de trânsito rápido, porém restritiva para viagens em rodovias.
Outra grande qualidade é o baixo consumo de combustível: munida de válvula solenoide, que interrompe o fornecimento de combustível ao se tirar a mão do acelerador, a Crypton consegue gerar médias de até 38 km/l (no teste de Infomoto, o pior índice alcançado foi de 31 km/l). Entretanto, a baixa capacidade do tanque, em parcos 4,2 litros, projeta autonomia na casa de 140 quilômetros e reforça a vocação estritamente urbana.
Ciclística
Poucos veículos motorizados pesam menos de 100 quilos, caso da Crypton. Com 98 kg em ordem de marcha e dimensões reduzidas, a CUB japonesa é muito ágil. O banco, a apenas 75,5 cm do solo, e o cavalete central (item de série) também ajudam novatos e condutores mais baixinhos a manobrar e estacionar sem dificuldades.
As rodas raiadas de 17 polegadas são resistentes e encaram ruas esburacadas com destreza. Os pneus, embora estreitos, também suportam bem as irregularidades e mantêm a moto na trajetória certa. O conjunto transmite segurança nas curvas e manobras em meio ao trânsito pesado.
Suspensões (garfo telescópico com 100 mm de curso na dianteira; bichoque com 70 mm de curso na traseira) são estáveis e não acusam fim de curso, nem em meio à "buraqueira" da cidade. O freio dianteiro a disco, de 220 mm, dá conta do recado nas emergências, e até o ultrapassado sistema a tambor na traseira cumpre seu papel de forma digna. Além de eficiente, o conjunto tem manutenção de baixo custo: R$ 34,00 para trocar pastilhas e lonas.
Limitações
Para quem precisa pegar a estrada com frequência, comprar a Crypton não é recomendado. Usá-la em uma rodovia cujo limite de velocidade extrapola sua máxima (100 km/h) exige perícia -- para não se colocar em situação de risco nem atrapalhar outros veículos -- e paciência.
O farol oferece boa iluminação, porém a luz âmbar de aviso de marcha engatada no painel incomodou bastante, principalmente nos deslocamentos à noite.
Carregar bagagem também não é o forte da Crypton. O espaço limita-se a um pequeno compartimento sob o banco, com capacidade para uma carteira e um par de luvas. Há, contudo, um prático sistema de pinos para prender até dois capacetes com argolas quando a motoneta estiver estacionada.
Ao levantar o assento (há uma trava abaixo da lanterna traseira), o piloto tem acesso ao bocal do tanque e ao limitado jogo de chaves originais. A chave de ignição, aliás, é simples até demais, lembrando a de antigos automóveis da Volkswagen.
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