Suzuki GSX-R 1000 abre mão da tecnologia de ponta, mas motor e acerto impressionam
Apesar das mudanças sutis, é possível notar que a nova geração da Suzuki GSX-R 1000 foi re-estilizada -- técnica que a fábrica de Hamamatsu domina: atualizar um modelo sem extrair sua identidade. Os fãs agradecem, mas os críticos mais ácidos acham que já era hora de uma mudança mais radical. O fato é que a décima geração dessa esportiva manteve as qualidades que fizeram a fama da linhagem, que chega aos 25 anos.
Lançada no exterior em 2009, a Suzuki GSX-R 1000 não traz os apelos eletrônicos da BMW S 1000RR ou os modernos freios da Honda CBR 1000RR. Mas ainda impressiona um motor que cresce de giros quase que exponencialmente e um chassi intuitivo, que quase conversa com o piloto.
FICHA TÉCNICA: Suzuki GSX-R 1000 K10
Motor: | DOHC, 999 cm³, quatro cilindros, quatro tempos, 16 válvulas e arrefecimento líquido. |
Potência máxima: | 185 cv a 12.000 rpm. |
Torque máximo: | 11,9 kgfm a 10.000 rpm. |
Alimentação: | Injeção eletrônica. |
Câmbio: | Seis marchas com transmissão final por corrente. |
Suspensão: | Dianteira telescópica invertida (upside-down) totalmente ajustável; traseira por balança com monoamortecedor fixado por link totalmente regulável. |
Freios: | Dianteiro com disco duplo flutuante de 310 mm de diâmetro com pinça de quatro pistões fixada radialmente; traseiro com disco simples com 220 mm de diâmetro com pinça de um pistão. |
Chassi: | Trave superior em alumínio. |
Dimensões: | 2.045 mm (comprimento) x 720 mm (largura) x 1.130 mm (altura); 810 mm (altura do assento ao solo); 130 mm (altura mínima do solo); 1.405 mm (entre-eixos). |
Peso: | 205 kg. |
Tanque: | 17,5 litros. |
Cores: | Branca/azul, cinza/preta e preta. |
O motor DOHC (duplo comando no cabeçote) de 999 cm³, quatro cilindros, quatro tempos, 16 válvulas e com arrefecimento líquido gera 185 cavalos de potência máxima a 12.000 rpm e 11,9 kgfm de torque. Graças às mudanças no gerenciamento do propulsor, os 185 cv são entregues de forma bastante linear e controlável. Mas experimente exagerar no acelerador em terceira marcha e veja o mundo ficando para trás rapidamente.
A GSX-R 1000 conta com avançado sistema de exaustão que reduziu as emissões de CO2. Para completar, os escapamentos são feitos em titânio e aço inoxidável e foram inspirados nos modelos utilizados na MotoGP.
CICLÍSTICA
O piloto ainda pode selecionar um dos três mapas de gerenciamento do motor (A, B e C) para diferentes situações de pilotagem. A mudança no novo modelo fica por conta do reposicionamento do seletor no punho esquerdo, facilitando seu acionamento. Assim, o sistema S-DMS (Suzuki Drive Mode Selector) possibilita a escolha do modo de pilotagem de acordo com a preferência ou condições de pilotagem como, por exemplo, em pista fechada ou com chuva. Fica evidente a diferença de comportamento do motor quando o piloto seleciona uma das três opções de seleção.
A impressão de controle na pilotagem também se deve muito ao novo quadro e do conjunto de suspensões. Na dianteira, o sistema de big piston fork (garfo de pistão grande em tradução literal) evita mergulhos em frenagens bruscas e transmite total confiança para o piloto em curvas. O novo desenho da balança traseira e o amortecedor totalmente regulável mantém a roda traseira no chão em curvas de alta velocidade de uma forma que dá vontade de testar o limite dessa superbike, ainda mais em pista fechada, caso deste teste.
A distância entre-eixos está um centímetro menor, porém a balança traseira foi alongada em 3,2 cm, resultando em uma melhor tração na roda traseira e mais estabilidade.
Já o sistema de freio é composto por duplo disco flutuante com fixação radial, de 310 mm de diâmetro e mordido por pinças de quatro pistões opostos na dianteira. Na traseira, disco simples de 220 mm de diâmetro e mordido por pinça de um pistão. Apesar da não adoção do sistema de freios ABS, a frenagem está de acordo com a proposta da moto, mas é preciso saber dosar a força no manete. Para ajudar, a moto está calçada com pneus radiais de perfil esportivo nas medidas 120/70ZR 17 (frente) e 190/50ZR 17 (traseira).
Apesar do porte avantajado da Suzuki GSX-R 1000, o piloto vai bem encaixado no estreito tanque, que tem capacidade para 17,5 litros de gasolina. A posição de pilotagem é até confortável para uma superesportiva, já que a GSX-R1000 conta com pedaleiras ajustáveis e uma tampa substitui o assento traseiro para pilotagem solo.
Completo, o painel de instrumentos da Suzuki 1000 conta com display em LCD que traz várias informações: dois hodômetros (parcial e reserva), temperatura do líquido de arrefecimento, alerta de baixa pressão do óleo, cronômetro de volta, seleção do S-DMS e gráfico indicando a intensidade do brilho do painel, além de relógio.
O preço sugerido da GSX-R 1000 é de R$ 58.900, valor interessante para se ter um ícone entre as superesportivas -- uma moto com motor potente, chassi excelente, mas sem o visual moderno e toda a tecnologia da concorrência. (por Arthur Caldeira)
* Infomoto usou capacete Nuvo Dragon, macacão Dainese Red Lane Prof.Estiva
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