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Encontro de motos clássicas reúne 400 modelos no centro de São Paulo

<b>Avó das motos atuais, essa bicicleta inglesa esteve presente no evento</b> - Aldo Tizzani/Infomoto
<b>Avó das motos atuais, essa bicicleta inglesa esteve presente no evento</b> Imagem: Aldo Tizzani/Infomoto

Da Infomoto

06/07/2010 17h52

O Pátio do Colégio, no centro histórico de São Paulo, se transformou em um verdadeiro museu a céu aberto no último domingo (4). Lá, reuniram-se cerca de 400 motos clássicas (originais e restauradas) das mais diversas décadas e origens, para serem admiradas pelos amantes do motociclismo. O 7º Encontro Moto e Cia Classic atraiu -- segundo a organização -- um público de 12 mil pessoas. O encontro já faz parte do calendário oficial de eventos da cidade e integra o programa cultural “Vem pro Pateo no Domingo”, que reúne diversas atividades no local de fundação da cidade de São Paulo.

Um dos destaques do evento foi uma FN de quatro cilindradas, 498 cm³ de capacidade cúbica e duas marchas, que gera “incríveis” 5 cv de potência máxima. O modelo, que mais parece uma bicicleta motorizada, foi fabricado na Bélgica em 1913 e trazida ao encontro por Robson Silvestre Pauli, proprietário do Museu Duas Rodas, localizado em Visconde de Mauá (MG). Segundo o colecionador, “a moto é uma raridade no Brasil, já que a marca não existe mais”.

A inglesa HRD Vincent Comet, de 500 cm³, de 1951 arrancou suspiros dos visitantes. Impecável, a moto pertence ao acervo de André Biaggi e demorou um ano para ser totalmente restaurada. Hoje, a coleção de Biaggi conta com mais de 120 modelos, em sua maioria de origem europeia. “Cada moto tem sua história, suas características e peculiaridades. O processo de restauração é um grande quebra-cabeça”, resume Biaggi, concluindo que o mais difícil na restauração da Vincent 500 foi conseguir peças de “perfumaria”.

Há vários outros modelos de destaque como um exemplar da Ural, moto de fabricação russa. Além do motor boxer, similar ao utilizado pela BMW, também chamam a atenção o amortecedor traseiro sem quadro elástico e o banco do garupa com mola.

Outras marcas também estiveram presentes, entre elas: AJS, Douglas, Norton, BMW, Mondial, Moto Guzzi, Ducati, além de modelos nipônicos: Honda (linha Four e Monkey), Yamaha (TX 650 e XT 500) e Kawasaki, com destaque para a H-2.

Várias Harley-Davidson foram expostas. Entre elas, destacou-se uma do período da Segunda Guerra com side-car. O encontro exibiu ainda o charme das Vespas, Lambrettas e até da Caloi Mobilete, bicicleta motorizada da década de 1970.

Além das motos clássicas, o 7º Encontro Moto e Cia Classic contou com uma ação ambiental da MTE Thomson. A empresa media a emissão de poluentes das motos e ressaltava a importância da manutenção preventiva.

O evento anual, considerado o maior do gênero no Brasil, também pode ser visto como uma grande reunião de velhos e bons amigos. Nesta edição foi fácil identificar expositores trocando informações técnicas sobre os modelos e até fazendo negócios. “Este é o grande barato do encontro: trocar experiências e disseminar esta paixão. Colecionar motos clássicas é um vício e um aprendizado constante”, explica Antonio Carlos Lopes, organizador do evento. Ele afirmou que o encontro também tem a intenção de resgatar a história de “marcas mortas”, que não mais habitam no mercado de duas rodas. “Além disso, esta é uma iniciativa de revitalização do centro velho de São Paulo”, finaliza. (por Aldo Tizzani)