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Honda ZR-V: quais são os erros e acertos do novo rival do Compass

O ZR-V marcou a entrada da Honda em um segmento em que a marca ainda não atuava, o de SUVs médios "de entrada". Isso porque a montadora já vendeu - e voltará a vender em breve - o CR-V no mercado nacional. Porém, com a chegada de mais modelos à essa categoria, ela agora é subdividida.

Há os menores, como Jeep Compass, Toyota Corolla Cross e Volkswagen Taos, e os maiores, a exemplo de Jeep Commander, Caoa Chery Tiggo 8 e o novo Ford Territory. Entre estes, existem ainda aqueles com cinco ou sete lugares.

O ZR-V, produzido no México, chega na zona mais popular da categoria de SUVs médios. São modelos que podem ultrapassar 5 mil unidades vendidas por mês, algo que é comum no Compass. O Corolla Cross mantém uma média acima de 3 mil exemplares, enquanto o Taos fica em torno de 1.200.

É um volume semelhante ao do Taos que a Honda espera obter mensalmente no mercado brasileiro. Isso porque a marca divulgou a média de importação: mil unidades por mês. Mas vai conseguir? Abaixo, veja os principais erros e acertos do produto e da estratégia.

Acertou

Há diferenças entre um carro importado do México, caso do ZR-V, e Argentina, como o Taos. Os modelos produzidos no país vizinho têm o Brasil como principal mercado exportador. Por isso, fica mais fácil configurar um produto ao gosto do brasileiro.

Já o México tem como principal cliente os Estados Unidos, mercado automotivo muito mais relevante que o nosso. No caso dos carros produzidos no país da América do Norte, fica mais difícil negociar volumes e personalizar o produto. É algo como "é isso que tem".

Com essas limitações, acertou a Honda ao optar por trazer apenas uma versão, e bem recheada. Se não dá para importar tudo, que venha o melhor possível. Afinal, não estamos falando de um segmento de entrada, e sim de preços a partir de R$ 200 mil.

Seus sistemas de assistência à condução são os mais eficientes da categoria, com destaque para o semiautônomo. Isso é um diferencial que pode cativar o cliente que preza por segurança e comodidade.

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O ZR-V também acerta ao trazer o melhor espaço interno, quando comparado ao de Compass, Corolla Cross e Taos. Ele só fica atrás do Territory nesse quesito. E, aqui, vale citar o Ford que, apesar de maior, tem preço até menor que o do Honda.

Uma pena que o porta-malas não seja lá grande coisa. Nesse quesito, porém, ele está na média da categoria. Só o do Taos sobressai entre os principais SUVs médios.

Errou

Se acertou na versão, a Honda enfrentou outro problema impossível de resolver causado pelo fato de o carro ser mexicano. Trata-se do motor 2.0 aspirado. Apesar de ser um bom propulsor, com certa modernidade, o desempenho ficou muito abaixo dos entregues pela maior parte dos concorrentes.

Aqui, a exceção é apenas o Corolla Cross híbrido, mais fraco e lento. Mas, pelo menos, o Toyota é híbrido, um diferencial e tanto. Aliás, o teste e todos os demais detalhes do novo ZR-V estão aqui neste link.

Como a Honda poderia resolver essa questão? A primeira opção seria trazer a versão chinesa, que já tem o mesmo motor 1.5 turbo do HR-V brasileiro. Isso porque a principal crítica ao ZR-V é ele custar R$ 20 mil a mais, mas andar menos que a versão toop de linha (também Touring) do SUV menor (veja detalhes sobre preço abaixo).

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Trazer a versão chinesa seria viável? O Brasil tem acordo comercial com o México, e a logística de importação de modelos desse país é menos complicada. O ZR-V asiático ficaria mais caro? Não necessariamente. Afinal, o recém-lançado Territory vem da China, é mais completo e custa R$ 3.500 a menos que o Honda.

Outra possibilidade seria adiar o lançamento. Isso porque, de acordo com rumores, em breve o ZR-V híbrido começa a ser produzido no México. Com auxílio do motor elétrico, o Honda já chegaria com o mesmo diferencial que vem garantindo o sucesso do Corolla Cross.

A Honda também errou na escolha das rodas. Em minhas redes sociais, Instagram e Tik Tok, a maior parte dos comentaristas as considerou pequenas para o porte do carro.

E o preço?

Decidi não colocar o preço nem na parte do erro, nem do acerto. Os R$ 214.500 da única versão não destoam muito do segmento. Ainda assim, são entre R$ 2 mil e R$ 4.500 superiores aos de Corolla Cross, Taos e Territory.

Apenas o Compass equivalente, Limited, é mais caro. E o S (este já em um patamar superior), bem mais caro. Porém, quase ninguém paga preço cheio no líder de vendas. A Stellantis (dona da Jeep) é uma das que oferecem mais descontos e facilidades na venda direta. Basta ter um CNPJ.

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Mas a Honda errou? O ZR-V deveria vir mais barato? Só o mercado vai dizer. Isso porque os carros da fabricante sempre são mais caros que o da concorrência. E, ainda assim, quando não são posicionados como modelos de nicho (caso do atual Civic), sempre vendem bem.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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