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Paula Gama

REPORTAGEM

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Lucro bilionário e novos carros: como está a Ford após fechar as fábricas

A picape Ford Maverick foi um dos lançamentos de 2022, neste ano, deve chegar na versão híbrida - Divulgação
A picape Ford Maverick foi um dos lançamentos de 2022, neste ano, deve chegar na versão híbrida Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

06/01/2023 04h00

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Após mais de um século fazendo carros no Brasil, em janeiro de 2021 a Ford decidiu encerrar suas operações fabris no país. Para isso, a marca norte-americana demitiu milhares de funcionários e pagou um montante bilionário de indenizações a ex-colaboradores e concessionários que fecharam as portas. No entanto, em 2022, primeiro ano completo atuando como importadora de veículos, a companhia registrou um lucro superior a 300 milhões de dólares, ou mais de R$ 1,5 bilhão, na América do Sul.

O resultado positivo da Ford na região começou a ser registrado a partir do terceiro trimestre de 2021. Mesmo passando por uma reestruturação profunda, com redução do número de concessionárias e tirando do portfólio modelos consolidados como Ka e Ecosport, os números começaram a agradar. De acordo com um anúncio feito em dezembro pela própria companhia, durante o balanço do ano 2022, entre janeiro e setembro deste ano, houve um EBIT positivo de 300 milhões de dólares.

O presidente da Ford América do Sul, Daniel Justo, afirmou que "desde 2013 não havia solidez em nossas operações por aqui". Parece que, ao menos do ponto de vista de resultado financeiro, a decisão foi acertada.

Engenheiros do Brasil continuam dando resultados

Parte dos engenheiros da fábrica de Camaçari seguem trabalhando, agora em projetos globais - Getty Images - Getty Images
Parte dos engenheiros da fábrica de Camaçari seguem trabalhando, agora em projetos globais
Imagem: Getty Images

Entre as conquistas de 2022, Daniel Justo enfatizou o papel do Centro de Desenvolvimento e Tecnologia da Ford no Brasil, que fica na Bahia, onde uma das fábricas foi fechada. Neste ano, o local - que aproveitou parte da mão-de-obra da planta - ampliou suas operações com a criação de 500 posições, chegando a cerca de 1.500 profissionais atuando em projetos globais, como carros elétricos, conectados e tecnologias autônomas.

"O Centro de Desenvolvimento e Tecnologia da Ford irá gerar este ano [2022] uma receita aproximada de R$ 500 milhões para a empresa, o que é uma prova de que somos competitivos para exportar inteligência automotiva", afirmou.

A decisão da empresa de manter engenheiros no Brasil trabalhando em projetos internacionais certamente está ligada à redução de custos. Isso porque, mesmo cargos altos, custam, no Brasil, menos do que nos Estados Unidos, com a conversão do real para dólar.

Novos carros

O Mustang Mach-E, um SUV elétrico, será lançado no Brasil - Foto: Ford | Dilvulgação - Foto: Ford | Dilvulgação
O Mustang Mach-E, um SUV elétrico, será lançado no Brasil
Imagem: Foto: Ford | Dilvulgação

Apesar do sucesso financeiro, em 2022 a Ford vendeu menos carros do que no ano anterior. Foram 20.824 unidades comercializadas contra 37.778 em 2021, caindo da 11ª posição no ranking de participação de mercado para a 14ª. A justificativa é simples: em parte do período anterior ainda estavam à venda Ka e Ecosport, que, juntos somaram mais de 13 mil veículos emplacados. No ano passado, no entanto, a marca vendeu menos carros, porém mais caros e rentáveis.

O último ano da Ford foi marcado pelo lançamento de Maverick, Ranger FX4 e Transit Furgão. No entanto, segundo o presidente, com a uma operação rentável, a região se credencia para receber mais novidades. Para 2023 são esperados 10 novos carros da oval azul. Entre os confirmados estão o esportivo elétrico Mustang Mach-E, a nova geração da Ranger, Maverick híbrida, F-150 e três novas opções da Transit (100% elétrica, automática e chassi-cabine).

Os outros três veículos ainda estão sob suspense, mas existem algumas possibilidades: a nova geração do Mustang, o Bronco montado sobre chassis e que concorre com o Jeep Wrangler, o SUV Equator Sport, o utilitário esportivo de sete lugares Everest ou o Escape, que tem o porte do Toyota Corolla Cross.

Para comercializar o novo portfólio, a empresa pretende fortalecer a rede de concessionárias, que atualmente conta com 110 pontos.

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