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Venda de motos mantém bom ritmo em outubro; queda no ano deve ser de 17,7%

Em outubro foram emplacadas 96.159 motos; acumulado do ano é de 727.232 unidades, queda de 18,7% em comparação ao mesmo período de 2019 - Caio Mattos/Divulgação
Em outubro foram emplacadas 96.159 motos; acumulado do ano é de 727.232 unidades, queda de 18,7% em comparação ao mesmo período de 2019 Imagem: Caio Mattos/Divulgação

Colunista do UOL

04/11/2020 16h23

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A venda de motos, e de veículos em geral, manteve um bom ritmo em outubro, confirmando a tendência de recuperação do setor nos últimos meses, após a paralisação forçada pela pandemia. Os emplacamentos de veículos no mês passado tiveram alta de 1,42% sobre o mês de setembro, segundo dados divulgados pela Fenabrave, federação que reúne os distribuidores de veículos do Brasil.

Este é o sexto mês seguido de alta nas vendas de veículos e o melhor resultado do ano, até o momento, Os números se referem a todos os segmentos automotivos somados (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros).

Motos

Nas motos, especificamente, as vendas em outubro tiveram uma leve queda, de 3,48%, totalizando 96.159 unidades, contra as 99.621 emplacadas em setembro. Se comparado a outubro do ano passado, (98.416 unidades), o resultado aponta baixa de 2,29%.

"O segmento de motocicletas continua aquecido, tanto pela procura de um transporte individual quanto por sua consolidação como veículo de trabalho. No entanto, a produção segue afetada pela falta de componentes e a indústria não está conseguindo atender a demanda, fazendo o prazo médio de entrega ser de, aproximadamente, 37 dias", revela Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave.

No acumulado de janeiro a outubro/2020, foram emplacadas 727.232 motocicletas, um volume 18,75% menor do que as 895.015 unidades vendidas no mesmo período de 2019. A queda, porém, é menor do que a prevista no início da pandemia, quando a produção chegou próximo de zero.

fábrica honda - Divulgação - Divulgação
Alta na demanda e falta de componentes estão gerando espera na entrega de novas motos
Imagem: Divulgação

Segundo os fabricantes, esse desajuste entre produção e demanda também é pressionado pela entrega de motos de consórcio, modalidade responsável por cerca de 30% da venda de motos no país. Afinal, durante os quase dois meses de paralisação nas fábricas de Manaus a entrega dessas unidades não foi feita. Isso também atrapalha a entrega das motos adquiridas por financiamento ou à vista, e acaba gerando esse tempo elevado de espera.

"É até frustrante, pois vivemos um momento de alta demanda, mas não estamos conseguindo atender plenamente", afirmo Marcos Fermanian, reeleito para um mandato de mais dois anos a frente da Abraciclo, associação brasileira de fabricantes do setor de duas rodas.

Queda deve ser menor do que a prevista

Com base nos resultados dos últimos meses, tanto distribuidores de veículos como fabricantes de motocicletas revisaram suas projeções de fechamento deste estranho ano de 2020.

O setor de motocicletas começou o ano com perspectiva de crescer 9% em 2020, de acordo com a Fenabrave. Em julho, já sob os efeitos da pandemia, estimava-se que a queda nas vendas seria de 35,8%.

Agora, em função do resultado dos últimos meses e da melhora do mercado, os revendedores projetam queda de apenas 17,7% em 2020.

Com este novo cenário, a Abraciclo também revisou suas projeções para 2020. A nova estimativa é produzir 937.000 motocicletas em 2020, o que representaria retração de 15,4% na comparação com 2019. A estimativa anterior, apresentada em janeiro, ainda antes da covid-19, era de 1.175.000 unidades. Ou seja, o ano não deve ser tão ruim quando imaginavam.