Colunista Fernando Calmon divide ranking em categorias e aponta os best sellers de cada uma; SUVs são destaques
Foi uma surpreendente recuperação do mercado brasileiro, acima da esperada. Nos primeiros seis meses de 2017 as vendas cresceram quase 4% em relação ao mesmo período de 2016. A média diária de comercialização no mês passado superou 9 mil unidades pela primeira vez este ano.
Por enquanto os bons resultados concentraram-se nas vendas corporativas, mas o segundo semestre historicamente costuma ser melhor que o primeiro.
Apesar de o consumidor tradicional do varejo, que sustenta o mercado saudável, continuar retraído e com crédito restrito, a queda da inflação abriu espaço para algumas reduções de preços nominais. Os preços reais (descontada a inflação) já estavam estáveis ou em queda.
Outros fenômenos do primeiro semestre: modelos há mais tempo em produção com motores de baixa eficiência energética estão definhando: peruas, crossovers puros e esportivos apresentaram encolhimento de até mais de 50% (curiosamente, carros esporte de verdade aumentaram as vendas em 42%, puxados pela Porsche).
SUVs médio-compactos deram um salto graças ao sucesso do Jeep Compass, que inibiu até o desempenho do Renegade (conforme a coluna previu).
Assumiram liderança no tradicional ranking semestral desta coluna Ford Fusion, Mercedes-Benz SLC, Porsche 911 e Compass em relação a dezembro de 2016. Jaguar aparece duas vezes com o sedã XF e o SUV F-Pace. Hyundai Creta é outro destaque.
Lembrando que a classificação da coluna soma hatches e sedãs da mesma família, independentemente do nome do modelo. Sedãs com entre-eixos de significativa diferença classificam-se à parte (Grand Siena, Logan, Etios e outros). Base é o Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores).
Citados apenas os modelos mais representativos e pela importância do segmento. Compilação de Paulo Garbossa, da consultoria ADK.
+Anfavea revisou para cima as previsões para 2017. Em relação ao ano passado, a entidade agora espera crescimento das exportações de 35,6% e da produção, 21,5%. Números realmente estimulantes para aliviar capacidade ociosa na indústria. Quanto ao mercado interno vai esperar mais um mês para sentir a temperatura política em Brasília: manteve mais 4% sobre 2016.
+Nissan iniciou produção do Kicks nacional não apenas com uma versão de entrada e câmbio manual por competitivos R$ 70.500. O SUV compacto já havia surpreendido ao oferecer pacote tecnológico bem acima dos concorrentes locais. Agora se superou com alerta de colisão e assistente inteligente de frenagem. Desempenho é bom, apesar da potência limitada: compensa pelo baixo peso. Câmbio CVT, porém, mostra limitações.
+Produzir 8 milhões de unidades de um único modelo é marco de respeito em qualquer mercado. No Brasil o Gol conseguiu esse feito desde 1980, quando foi lançado ainda com motor arrefecido a ar. Depois liderou vendas no país por 27 anos consecutivos, feito inédito. Hoje voltou ao posto de automóvel de entrada da Volkswagen, posicionado pouco abaixo do preço do subcompacto up!.
+Petrolífera estatal da Argentina, a YPF, está de olho grande no mercado brasileiro de óleos lubrificantes. Chegou a ter 3,5%, baixou para 2% e pretende voltar a crescer. Segundo a empresa, duas décadas atrás os lubrificantes tinham cerca de 5% em volume de aditivos. Hoje chegam a 25% na linha de topo, os sintéticos. A formulação é segredo de estado para essas companhias.
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