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Fernando Calmon

Jeep põe Compass no rumo certo para dominar segmento de SUVs

Colunista do UOL

05/10/2016 15h12

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A Jeep, marca do Grupo FCA, tem missão definida para o Compass, seu novo SUV médio-compacto: vender de 2.000 a 2.400 unidades por mês quando a produção estiver estabilizada. Naturalmente, a marca conta com alguma recuperação do mercado brasileiro em 2017.

A grade de preços ficou competitiva, entre R$ 100.000 e 150.000, dividida em três níveis de acabamento e motores flex (um novo 2.0 de 166 cv, ainda sem informações sobre torque reveladas, aliado a uma transmissão automática de seis marchas) e turbodiesel (170 cv e 35,7 kgfm, 4x4 e câmbio automático de nove velocidades).

Terá três concorrentes diretos de produção local: Hyundai ix35, Mitsubishi ASX e Renault Captur (que será lançado em dezembro). Há também produtos com menos chance de competir em razão de cotas e imposto de importação, como Honda CR-V, Toyota RAV4 e VW Tiguan. Até o Renault Koleos, que desembarca no Brasil em 2017, pode entrar na briga numa faixa superior.

Seu estilo coloca-se entre o "ousado demais" do Cherokee e o "algo mais tradicional" do Renegade. Embora lembre o Grand Cherokee, tem recurso interessante do leve caimento da linha do teto, a exemplo do muito copiado Land Rover Evoque. Há guias de LEDs, mas não se trata de luzes de uso diurno (DRL). Seu interior ficou espaçoso com 2,64 m de entre-eixos e volume de porta-malas conveniente (410 litros, que caem para 388 com estepe mais volumoso da versão de topo Trailhawk).

Um dos destaques é a oferta de itens eletrônicos em geral não encontrados nessa faixa de preço: controle de cruzeiro adaptativo (ACC), monitoramento de mudança de faixa, farol alto automático e prevenção de colisão frontal com frenagem automática, entre outros. Pode vir com até sete airbags. Ajuste elétrico dos dois bancos dianteiros também é incomum. Por isso se estranha falta da aplicação automática do freio de estacionamento elétrico e a central multimídia sem tela capacitiva, nem possibilidade de pareamento com AndroidAuto/Waze.

Uma mudança bem perceptível foi no isolamento de vibrações e ruído do motor a diesel, único disponível durante os primeiros contatos. O volante, em rotação de marcha-lenta, trepida menos do que o observado no Renegade e na Toro, todos com o mesmo conjunto motriz. A calibração da direção eletroassistida poderia ser mais firme em velocidade típica de estrada. Como o Compass tem massa superior em 88 kg ao Renegade, afetou um pouco acelerações e retomadas, o que não é o ideal considerando seu preço superior.

Flex será interessante

A diferença, porém, deve ser para melhor com o motor flex, que responderá por 70% das vendas, segundo estimativas da Jeep. Será uma unidade motriz mais moderna, de maior torque, adequada ao porte do modelo. O Compass demonstra solidez marcante e capacidade fora de estrada superior, embora esta não seja uma característica que possa definir a razão de compra da maior parte dos interessados em SUVs e crossovers.

Para essa robustez existe contrapartida em termos de peso total, desempenho e até de visibilidade dianteira em razão de colunas mais espessas que o usual. Também é preciso ver que versões mais caras do Renegade terão superposição de preço com o Compass. Então, não haveria relação de ganha-ganha tão explícita em termos de participação de mercado.

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UOL Carros: Compass volta para destronar ix35

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Roda Viva

+ Primeiro motor 1.5 de três cilindros fabricado no Brasil estreia no EcoSport reestilizado, no primeiro trimestre de 2017. Fontes desta Coluna indicam potência de 130 cv, suficiente também para o Focus hatch. Conhecido como "Dragon", terá versão turbo (não de início), sucessor natural do EcoBoost. O SUV compacto receberá câmbio automático convencional no lugar do automatizado atual.

 

+ Abertura remota das portas por meio de aplicativo e conexão Bluetooth em smartphones ganhará maior confiabilidade. Francesa Valeo e holandesa Gemalto anunciaram parceria para o sistema virtual de chaves de carro alcançar um alto nível de segurança de comunicação e armazenamento em nuvem. Espera-se, assim, diminuição de furtos.

 

+ Nissan Sentra mostra atributos de boa dirigibilidade, em particular pela suspensão e direção eletroassistida bem calibradas, além de linhas revitalizadas. Volante, de novo desenho, manteve o incômodo sistema de regulagem de altura tipo "queda-livre". Combinação de motor 2.0 (140 cv, apenas) e câmbio CVT tem respostas um pouco lentas.
 

+ Toyota lança no Japão, no final do ano, um pequeno boneco (10 cm de altura quando colocado de pé) para ser espécie de assistente pessoal eletrônico capaz de integrar informações do carro e de casa. Batizado de Kirobo Mini, tem chance de encantar público japonês -- de adolescentes a adultos -- tão ligado em robôs. Se for bem aceito, pode ser exportado.

+ Sempre que se fala em catalisador confunde-se garantia de cinco anos ou 80.000 km contra defeitos de fabricação e perda de eficiência com a durabilidade efetiva da peça. Falhas de manutenção, combustível ruim ou danos externos podem até abreviar aqueles prazos. Mas um motorista atento fará o catalisador ter vida útil igual à do motor.