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Chuva, lotação, tumulto: superblocos enfrentam problemas no Carnaval em SP

Empurra-empurra no Bloco da Pabllo Vittar, em SP - Ricardo Pedro Cruz/UOL
Empurra-empurra no Bloco da Pabllo Vittar, em SP Imagem: Ricardo Pedro Cruz/UOL
Ricardo Pedro Cruz, Beatriz Vilanova e Camila Corsini

Do UOL, em São Paulo

23/02/2023 12h05Atualizada em 23/02/2023 17h34

Cada vez maior e mais popular, o Carnaval de rua de São Paulo precisou lidar com uma série de adversidades neste ano. Mesmo após a prefeitura afirmar ter melhorado a estrutura para a festa, houve casos de lotação, brigas e furtos. Ao menos dois blocos foram encerrados mais cedo por questão de segurança.

O UOL procurou a Prefeitura de São Paulo através da Secretaria de Comunicação. Questionamos se há a avaliação de que houve erro de planejamento e se há planos para mudar regras para os blocos nos próximos anos. Até a publicação desta nota, não houve resposta. Se houver, será incluída.

A chuva —que obviamente não dependia da boa vontade dos organizadores— também foi um problema em alguns momentos. O Bloco Emo, que aconteceu na zona norte, teve banheiros químicos levados pela enxurrada e foliões fazendo "cordão-humano" para evitar que fossem arrastados pela força da água.

Problemas registrados: roubos, superlotação e empurra-empurra

No primeiro final de semana de Carnaval de rua, o Bloco da Lexa reuniu uma multidão na zona oeste da capital paulista, mas a folia acabou interrompida duas vezes, após a cantora ver brigas entre o público. O cantor Jottapê, um dos convidados, teve sua carteira furtada durante empurra-empurra para subir no trio.

"Vim na maior boa vontade cantar e pegam minha lupa. Sempre tem um fd* para estragar o evento! Meus documentos, minha carteira", desabafou o músico nas redes sociais. Depois, ele avisou que seus cartões e documentos foram devolvidos, com exceção do dinheiro e dos óculos.

Já no último final de semana, foi o Bloco das Gloriosas, da cantora Gloria Groove, que teve problemas de segurança. Na região de Pinheiros (zona oeste), o desfile foi interrompido algumas vezes até ser encerrado definitivamente antes do horário previsto devido à superlotação.

Tanto a prefeitura quando a Polícia Militar apontaram a medida como necessária para evitar acidentes. Segundo os organizadores, a expectativa era receber 50 mil pessoas, mas o evento reuniu mais de 500 mil. O prefeito Ricardo Nunes afirmou à Folha de S.Paulo que o número foi de 200 mil foliões.

"Nós vamos encerrar por questão de segurança. Eu quero muito que a gente continue se encontrando nesse verão, neste ano e nos próximos. Por favor, muito cuidado ao saírem. Cuidado com os pertences de vocês", disse a cantora, em cima do bloco, visivelmente abalada com a situação.

Pabllo  - Ricardo Pedro Cruz/ UOL - Ricardo Pedro Cruz/ UOL
A chuva se somou à sujeira e se fez presente no bloco de Gloria Groove
Imagem: Ricardo Pedro Cruz/ UOL

Procurada pelo UOL após o ocorrido, a Secretaria Municipal de Cultura informou que não houve alteração no planejamento dos desfiles, mas ressaltou que são tomadas as devidas precauções "com a presença de ambulâncias, postos médicos, gradis, banheiros e segurança da Polícia Militar e GCM".

Ainda segundo a secretaria, "a necessidade de eventuais ajustes para os próximos anos será discutida" e que o encerramento antecipado "provam que o planejamento foi eficiente" (leia abaixo a nota completa).

Ainda assim, no domingo (19), apenas um dia após o Gloriosas, o bloco da Pabllo Vittar, que aconteceu na região do Ibirapuera (zona sul), também sofreu com a superlotação e acabou sendo encerrado cerca de uma hora antes do previsto.

A multidão provocou vários momentos de empurra-empurra. À medida que o bloco andava, os seguranças e bombeiros empurravam as pessoas contra o cordão. A situação ficava pior quando o desfile passava pelos vendedores ambulantes e a disputa por espaço piorava.

No meio da tarde, Pabllo chegou a interromper a folia para pedir atendimento médico a uma mulher que estava passando mal. Ela também aproveitou a oportunidade para chamar a atenção de dois homens envolvidos em uma briga.

O que diz a prefeitura

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, esclarece que o Carnaval de Rua é um dos principais eventos da cidade e está em constante aprimoramento, e que a necessidade de eventuais ajustes para os próximos anos será discutida por todas as pastas envolvidas.

A SMC afirma ainda que o encerramento antecipado para preservar a segurança e a dispersão com total tranquilidade e sem ocorrências graves provam que o planejamento foi eficiente.

As ocorrências se explicam pela grande procura por blocos neste carnaval, que marca o retorno do carnaval de rua e devido ao grande sucesso da artista, mas a Prefeitura de São Paulo e a Polícia Militar estavam presentes e atuaram para garantir a segurança de todos os foliões.

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