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Vai-Vai ouve gritos de 'é campeã' e desponta como favorita no Acesso de SP

Vai-Vai se apresenta como favorita ao título do Acesso em SP

Flávio Ismerim

Colaboração para o UOL, em São Paulo

20/02/2023 05h37

Vai-Vai é destaque absoluto em noite de desfiles do Grupo de Acesso 1 do Carnaval de São Paulo. Colorado do Brás e Pérola Negra também entram na briga pelas duas vagas no Grupo Especial do ano que vem.

A escola da Bela Vista, bairro da região central de São Paulo, levantou todas as arquibancadas do Anhembi. O povo da Saracura ouviu até gritos de "é campeã" no desfile, que cantou a imortalidade e o poder de renascimento do Vai-Vai. Com uma apresentação que lembrou os velhos tempos da agremiação, que é dona de 15 títulos, a escola se colocou como grande favorita a vencer o Grupo de Acesso 1 e voltar para o Grupo Especial.

Outra que parece não querer ficar mais um ano na segunda divisão é a Colorado do Brás. A agremiação da região do Canindé fez um desfile firme em todos os quesitos, cantou "A Ópera de um Pierrot" e entrou na briga pelas vagas na elite do Carnaval paulistano. O destaque da vermelho e branca foi o conjunto de fantasias, que transportou todo o Anhembi para os bailes de Veneza, na Itália.

A vida de Jair Rodrigues serviu de impulso para o desfile da Pérola Negra. A joia rara do bairro da Vila Madalena, na zona oeste de São Paulo, também fez uma apresentação bastante correta, com destaque para as bossas da bateria Swing da Madá e o ótimo enredo apresentado na pista.

Dona de 11 títulos, a Nenê de Vila Matilde retornou de uma breve passagem no Grupo de Acesso 2 com uma apresentação segura. Contando com a força de sua comunidade, a águia da zona leste passou no Anhembi com a força de sua tradicional bateria e do bom samba que cantava sobre a influência negra na música e na religião do povo da Bahia.

Cantando a grande sambista Dona Ivone Lara, a X-9 Paulistana se destacou pela bela apresentação do seu casal de mestre-sala e porta-bandeira e pelo bom trabalho de harmonia e evolução. A escola da zona norte de São Paulo é dona de dois títulos e não vence o Grupo Especial desde o ano 2000.

O Camisa Verde Branco cantou os "Invisíveis" no Distrito Anhembi tentando voltar à elite do Carnaval paulistano. Apesar de mostrar problemas nas alegorias, a escola da Barra Funda fez uma apresentação movida pela força da sua tradicional comunidade, que estava com o samba na ponta da língua.

Revivendo as grandes dinastias familiares da história, o Morro da Casa Verde teve na bateria comandada pelo Mestre Marcel Bonfim o seu maior trunfo. Com irregularidades nas fantasias e alegorias e um desfile pouco empolgante, a verde e rosa da zona norte deve brigar na parte de baixo da tabela na apuração de terça-feira.

A Mocidade Unida da Mooca, escola mais afetada pela ventania que atingiu as escolas 4 dias antes do desfile, conseguiu contornar os graves danos nas alegorias e apresentar um desfile digno. Apesar de problemas em evolução e falhas de acabamento nos carros alegóricos que foram refeitos em tempo recorde, a escola da zona leste mostrou força.

O enredo da MUM foi "O Santo negro da Liberdade", que contava a história do cabo Chaguinhas - militar do tempo do império que foi morto por defender a igualdade entre soldados brasileiros e portugueses. Sua história dá nome ao bairro da Liberdade, hoje conhecido pela presença da colônia japonesa.

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