Em "Minari", o pequeno David (Alan Kim) reclama que a avó, Soonja, não é uma "avó de verdade", já que ela é desbocada e não cozinha. Mas até o fim do filme, a vovó interpretada por Yuh-Jung Youn ganha o coração do menino e o de quem está assistindo.

Isso não é spoiler, vai.

Pois não foi diferente com os votantes do Oscar.

Yuh-Jung saiu com o prêmio de melhor atriz coadjuvante —o primeiro vencido por uma atriz sul-coreana na história da premiação.

Depois, vieram outros trabalhos parecidos, até que ela fez um teste para uma série dramática. Deu certo: em 1967, ela fez sua estreia em "Mister Gong".

'Femmes fatales'

Mas foi em 1971 que a atriz alcançou o estrelato, depois de viver uma "mulher fatal" no filme "Woman of Fire", de Kim Ki-young, e de protagonizar o drama histórico "Jang Hui-bin", em que interpretou uma concubina homônima que viveu no século 17.

Yuh-Jung caiu nas graças do público com seu jeito rápido de falar, e nos anos seguintes acumulou papéis em outros filmes e séries.

Pausa e machismo

Em 1974, ela deu uma pausa na carreira ao se casar com o cantor Young-nam Jo, com quem se mudou para os Estados Unidos e teve dois filhos. O casal retornou à Coreia do Sul cerca de dez anos depois, e se separou em 1987.

Nesse momento, Yuh-Jung retomou sua carreira, mas não sem dificuldades. Em entrevista ao jornal "The New York Times", ela disse ter encontrado resistência por parte do público.

Foi a partir daí que ela atuou em produções como como "The Housemaid" (2010), que lhe rendeu alguns prêmios de melhor atriz coadjuvante na Ásia, e "The Taste of Money" (2012), em que interpretava uma mulher poderosa que assediava seu assistente. Este chegou a concorrer no Festival de Cannes.

Agora, ela diz que tudo valeu a pena.