Covid-19: variante XBB.1.5, a "Kraken", cresce nos EUA e preocupa europeus
A XBB.1.5 é uma nova sublinhagem da ômicron e deriva da XBB, que apareceu no final de 2021 e já combina duas variantes.
Considerada "supercontagiosa", e a mais transmissível já identificada, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), ela teria potencial para provocar um novo surto mundial. Por isso, ganhou o apelido de "Kraken", em referência a um monstro marinho da mitologia escandinava e à rápida propagação nos Estados Unidos. Para especialistas franceses, não há motivo para pânico.
O ministro alemão da Saúde, Karl Lauterbach, disse nesta quinta-feira (5) que está preocupado com a emergência da nova variante, que gera uma alta nas hospitalizações no nordeste dos Estados Unidos.
"Estamos acompanhando de perto a situação", declarou. "Nós esperamos que o inverno acabe antes que essa variante se espalhe no país", escreveu o ministro alemão em uma mensagem no Twitter. "Vamos continuar monitorando a situação e ver de que forma a XBB.1.5 vai se propagar na Alemanha", declarou.
A XBB.1.5 já representa mais de 40% dos casos de contaminação nos EUA, de acordo com dados oficiais publicados na semana passada pelas autoridades americanas, e já é majoritária.
Em Nova York, ela representa 75% das amostras. Sete de dez estados americanos registraram aumento no número de infecções causadas pela variante e nas internações. O nordeste do país é a área mais atingida, confirmou Michael Osterholm, especialista em doenças infecciosas da universidade de Minnesota.
Em uma mensagem publicada no Twitter, a pesquisadora francesa Florence Débarre, do CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Científica), explicou que a combinação do material genético de duas variantes aumenta a contagiosidade da XBB.1.5 e sua capacidade de driblar anticorpos adquiridos pelas vacinas, inclusive as bivalentes, com cepas da ômicron, e as infecções anteriores. Mas o apelido "Kraken", em sua opinião, só "gera um pânico inútil".
Outros cientistas pedem que a XBB.1.5 seja chamada de "variante americana", apesar da OMS recomendar que o vírus não seja associado a um país.
A cepa já foi detectada na França, mas é impossível prever se ela se tornará a variante dominante e ganhará a "competição" contra outras sublinhagens já presentes no país.
China critica a OMS
A China pediu nesta quinta-feira (5) à Organização Mundial da Saúde que adote uma posição "justa" sobre a Covid-19, após críticas da Organização sobre o cômputo das mortes geradas pela doença no país.
"Esperamos que a OMS tome uma decisão baseada em dados científicos, objetiva e imparcial, com um papel ativo na resposta mundial aos desafios da epidemia", disse a porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning.
Nesta quarta-feira (4), a União Europeia incentivou os países membros a exigirem testes negativos de Covid-19, de menos de 48 horas, aos viajantes da China, antes do embarque.
O acordo assinado pelo bloco também prevê várias medidas de proteção, que devem ser aplicadas por cada país.
Entre elas, está o uso de máscara pelos viajantes, que apesar de facultativo, deverá ser recomendado.
A realização de testes aleatórios na chegada e o controle das "águas residuais de aeroportos com voos internacionais e de aviões que chegam da China" também foi sugerida, segundo um comunicado da presidência do Conselho da UE, exercida pela Suécia.
Especialistas em saúde dos países do bloco se reuniram nesta quarta-feira, em Bruxelas, para elaborar uma resposta coordenada à explosão de casos de Covid-19 na China.
As medidas foram debatidas em uma reunião do IPCR, dispositivo europeu para uma reação política em situações de crise.Os Estados-membros vão avaliar a situação e revisar as medidas em meados deste mês de janeiro.
Fim da Covid zero
No início de dezembro, a China pôs fim à sua política Covid zero, o que gerou uma explosão de casos.
No domingo (8), as autoridades chinesas vão colocar fim à quarentena obrigatória aos viajantes procedentes do exterior. Preocupados com a falta de transparência a respeito das estatísticas oficiais da China sobre o número de casos, os países do bloco reagiram de forma desordenada.
Na semana passada, Espanha, Itália e França decidiram, de maneira unilateral, exigir testes negativos de Covid-19 aos viajantes da China. A China, por sua vez, condenou essas restrições na terça-feira e advertiu que poderia tomar medidas em represália.
O Centro Europeu para a Prevenção e o Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês), uma agência da UE, considerou "injustificado" o controle sistemático dos passageiros, dado o nível de imunidade coletiva na Europa e a presença no território do bloco das mesmas variantes que circulam na China.
Na terça-feira, o ECDC insistiu que a explosão de casos na China "não deveria ter um impacto sobre a situação epidemiológica na Europa". Em contrapartida, a OMS afirmou que as medidas de controle adotadas em todo o mundo eram "compreensíveis", devido à "circulação elevada do vírus na China e à ausência de dados completos".
(Com informações da AFP)
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