Autotestes para detectar anticorpos da covid-19 "são prematuros"
De acordo com um documento divulgado hoje pela Alta Autoridade da Saúde francesa (HAS), os testes para verificar a existência de anticorpos contra a covid-19, que podem ser feitos com o sangue obtido por uma simples picada no dedo, não são totalmente confiáveis.
Segundo o organismo, os testes são difíceis de serem interpretados e seu desempenho é "desigual", e existem "poucos dados científicos sobre seu uso no diagnóstico da covid-19 na vida real". A utilização também é difícil, afirmam as autoridades francesas.
Apesar da facilidade em realizá-los, a interpretação e a leitura são complexos, o que pode levar o paciente a tirar conclusões precipitadas. "Não é tão simples quanto um teste de gravidez", avalia o chefe do serviço de avaliação de atos profissionais da HAS, Cédric Carbonneil.
A Alta Autoridade da Saúde francesa divulgou um relatório nesta segunda-feira sobre os testes de serologia rápidos que dão resultados em alguns minutos. Eles são de três tipos: TDR (feitos em laboratórios), testes rápidos de orientação diagnóstica (TROD, que necessitam uma confirmação em laboratório, e autotestes.
Incertezas sobre imunização
Graças à rapidez na sua utilização e ao material utilizado para realizá-los, os autotestes estariam acessíveis em todo o território, incluindo cidades que possuem apenas um laboratório sem equipamentos suficientes. A Autoridade francesa de Saúde lembra, entretanto, que existem incertezas sobre a imunidade ao vírus, e, ainda que ela exista, se a mesma é temporária ou permanente.
"Por essa razão, esse tipo de teste ainda não podem identificar quais são as pessoas protegidas contra o vírus", diz a HAS. Por outro lado, identificando as pessoas contaminadas, os testes que detectam anticorpos podem servir ajudar na adoção de estratégias epidemiológicas e estratégia no diagnóstico. Apenas os testes validados pela Alta Autoridade de Saúde e disponibilizados no site do Ministério da Saúde serão reembolsados.
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