Os sinais da queda de testosterona e como evitar o problema após os 50 anos

Popularmente chamado de "hormônio masculino", a testosterona é uma substância com importantes funções no corpo humano —de homens e mulheres.

Ela está ligada, entre outras coisas, ao desejo sexual, ao ganho e manutenção de força, à construção da massa muscular, à queima de gordura e à saúde óssea.

Sintetizado nos testículos dos homens e nos ovários e adrenais das mulheres, o hormônio sofre uma queda natural em sua produção conforme envelhecemos.

A partir dos 30 anos, o homem (que tem níveis mais elevados da substância do que a mulher) apresenta uma redução anual de cerca de 1% dos níveis de testosterona total. E essa queda tende a ser mais acentuada após os 50 anos, explicou Marcos Sérgio Neres, médico endocrinologista no Inlab, do Grupo Fleury.

A testosterona baixa afeta de forma leve ou moderada cerca de 25% dos homens Sbem (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia)

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Sintomas

Os sintomas da testosterona baixa podem variar de pessoa para pessoa. Geralmente, eles incluem:

  • Diminuição da libido (desejo sexual);
  • Fadiga;
  • Mudanças de humor;
  • Depressão;
  • Irritabilidade;
  • Perda de massa muscular e força;
  • Dificuldade na ereção;
  • Aumento da gordura corporal;
  • Problemas de concentração, entre outros.
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O que pode reduzir a testosterona?

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Envelhecimento É o fator mais comum e inevitável. Segundo Danilo Galante, urologista e sexólogo da Rede D'Or São Luiz, isso ocorre pois com o passar dos anos a eficiência dos testículos em produzir testosterona diminui —da mesma forma que outros órgãos vão reduzindo sua eficiência conforme envelhecemos.

Alimentação Desempenha papel importante na regulação de hormônios e pode ser uma das causas do hipogonadismo (redução no nível de testosterona). Neres diz que para manter níveis saudáveis de testosterona é importante ter uma dieta saudável, rica em proteínas magras, gorduras boas, legumes, verduras, frutas e grãos integrais. O consumo de fontes de zinco (frutos do mar, carne vermelha, amêndoas) também é importante para a produção de testosterona.

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Estilo de vida Hábitos nada saudáveis afetam a produção de testosterona. "Pacientes mais jovens que possuem um estilo de vida 'inadequado' (sedentarismo, tabagismo, ingestão de bebidas alcoólicas, alimentação errada e sono ruim) podem acelerar a queda no nível hormonal", ressalta Daniel Bratan, endocrinologista e ex-coordenador da UTI dos hospitais São Luiz.

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Sobrepeso e obesidade O acúmulo de gordura corporal, especialmente na região abdominal, pode aumentar a conversão da testosterona em estrogênio, fazendo com que os níveis de testosterona diminuam.

Doenças e condições médicas Homens com alguns tipos de doenças e condições médicas também podem ter queda na testosterona. Entre elas estão:

  • Tumores nos testículos;
  • Varicocele;
  • Diabetes tipo 2;
  • Doenças cardiovasculares;
  • Obesidade;
  • Apneia do sono.

Diagnóstico

Se você suspeita que seus níveis de testosterona estão baixos e isso afeta sua qualidade de vida, busque um médico especializado, como urologista ou endocrinologista.

Inicialmente, o médico fará uma avaliação física. Vai analisar os sintomas e desde quando eles começaram, entender quais medicamentos você toma, histórico de tabagismo, estilo de vida, entre outros.

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O médico também pode solicitar exame de sangue, por exemplo, para avaliar os níveis de testosterona.

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Tratamento

Após o diagnóstico, o especialista irá direcionar o tratamento adequado. Na maioria dos casos, a reposição hormonal é recomendada.

Pelas normas da Sociedade Brasileira de Urologia, os pacientes com falta de libido e dificuldade de ereção, e níveis de testosterona abaixo de 300, têm indicações de fazer a reposição.
Danilo Galante, urologista

De acordo com Galante, o tratamento com reposição hormonal pode ser feito com gel ou injeção, mas nunca de via oral. "Essa forma tem uma absorção errática, a gente não sabe a quantidade que vai chegar de fato para o paciente", explica. Além disso, como a substância é metabolizada pelo fígado, há aumento no risco de problemas no órgão.

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Para esse tipo de tratamento, o endocrinologista Marcos Neres afirma que é muito importante ter alguns cuidados, como manter as consultas médicas regularmente para monitorar os efeitos da reposição de testosterona.

Tenha em mente que a melhora dos sintomas também está relacionada a mudanças nos hábitos de vida.
Marcos Neres, endocrinologista

Riscos da reposição hormonal

É importante lembrar que qualquer tipo de tratamento deve ser feito por um especialista, e nunca por conta própria. A dose, o tipo de hormônio a ser utilizado e o tempo de tratamento são diferentes para cada paciente e precisam de avaliação médica.

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O tratamento com reposição hormonal também oferece riscos. Segundo a Harvard Health Publishing, o tratamento prolongado pode aumentar o risco de desenvolver problemas cardiovasculares, como ataques cardíacos, derrames e mortes por doenças cardíacas.

Mas os principais efeitos colaterais são:

  • Acne;
  • Inchaço nos tornozelos;
  • Aumento ou sensibilidade nas mamas;
  • Piora da apneia do sono;
  • Dificuldade para urinar;
  • Testículos menores.

Como evitar a queda de testosterona?

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A queda dos níveis de testosterona é algo comum e faz parte do envelhecimento dos homens. Porém, existem algumas medidas que podemos tomar para ajudar a minimizar essa diminuição:

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  • Manter uma dieta equilibrada e saudável, evitando a ingestão de açúcar, frituras e alimentos ultraprocessados;
  • Praticar atividade física, especialmente o treinamento de resistência (musculação);
  • Gerenciar o estresse com técnicas de meditação, ioga ou relaxamento;
  • Dormir de 7 a 9 horas por noite. Faça a higiene do sono duas horas antes de dormir, evitando o contato com telas;
  • Limitar o consumo de álcool e evitar o tabagismo;
  • Tratar doenças, como varicocele e tumores de testículo, o mais rápido possível, para não ter comprometimento de todo o testículo;
  • Se possível, evitar o uso de medicamentos que possam interferir na produção hormonal, como corticoides e opioides.

Referências:
Harvard Health Publishing
National Library of Medicine
Mayo Clinic

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