Topo

Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Ferramenta online prevê incidência de mosquitos no país; dengue preocupa

iStock
Imagem: iStock

De VivaBem, em São Paulo

14/04/2023 15h10

O Brasil registrou 183 mortes por dengue só em 2023, média de dois óbitos por dia, segundo dados do Ministério da Saúde. O número pode ser maior, já que ainda há 231 óbitos em investigação. Os dados, apurados até o dia 6 deste mês, apontam 592.453 casos prováveis de dengue em todos os estados. A incidência é de 278 casos por 100 mil habitantes. Dos 5.570 municípios brasileiros, 4.230 já tiveram ao menos um caso positivo de dengue este ano.

E o causador da dengue é o mosquito Aedes aegypti. Para isso, uma ferramenta online e gratuita pode ser aliada. A empress SC Johnson juntou-se ao Google Cloud e ao Climate Engine para desenvolver a ferramenta que prevê a presença de mosquitos com até sete dias de antecedência, baseados em sua biologia.

Lançada nos Estados Unidos em maio de 2022, o OFF!Cast? Previsão de Mosquitos está disponível para uso público no Brasil, e permite que as pessoas obtenham uma previsão local dos mosquitos tão facilmente quanto uma previsão meteorológica.

A previsão é baseada em três pilares; conhecimento sobre o ciclo de vida do mosquito, dados detalhados sobre o clima e uma contagem da população de mosquito em mais de 5.000 locais, provido pela VectorBase.

O time validou a previsão de mosquito comparando-a com dados de 6 anos sobre a população de mosquito. São 33 milhões de dados.

Para simplificar, a temperatura e a umidade são as principais informações usadas na previsão de mosquitos. Mas a questão como um todo é mais complexa. Por exemplo, mosquitos precisam de dias consecutivos de temperaturas mais quentes para se reproduzirem e se tornarem ativos.

Além disso, há dias "muito quentes" em que os mosquitos costumam se esconder e dias "muito frios" em que os mosquitos ficam menos ativos. Por isso, ajustamos automaticamente nossos algoritmos considerando esses dias.

Também é necessário haver umidade suficiente para os mosquitos se proliferarem.

Para criar a previsão, a marca desenvolveu um ambiente seguro e de produção em escala na plataforma Google Cloud e conectou ao Google Earth Engine. Primeiro, o Google Earth Engine extrai bilhões de pontos de dados meteorológicos individuais.

Em seguida, um algoritmo codesenvolvido com especialistas do Centro SC Johnson para Ciência dos Insetos e Saúde da Família e do Climate Engine traduz esses dados climáticos em informação relevante sobre mosquitos.

Finalmente, a informação coletada é inserida no modelo e transformada numa previsão, codificada por cores, com antecedência de sete dias, sobre as populações de mosquitos. O modelo é aplicado ao ciclo de vida de um mosquito, começando de quando ele põe ovos até quando pode picar um ser humano.

Localidades que preocupam. A maior incidência da dengue doença entre a população ocorre no Espírito Santo, com taxa de 1.568 casos por 100 mil habitantes. O estado teve 1.742 casos no primeiro trimestre de 2022 e agora registra 64.422, segundo boletim do ministério.

mosquito da dengue, Aedes aegypti, doenças tropicais, pernilongo - iStock - iStock
Imagem: iStock

Em número, o maior aumento aconteceu em Minas Gerais. O estado somou nos primeiros três meses deste ano 170.164 casos, enquanto em 2022 foram 23.256. Mato Grosso do Sul também registrou alta de 4.248 casos para 24.048 nos mesmos períodos.

Em São Paulo, embora o Ministério da Saúde aponte alta no número de casos prováveis, de 98.080 para 131.807, a Secretaria de Saúde do Estado afirma que a doença já incide menos. "São Paulo registra neste ano redução de 23,8% nos casos de dengue e 32% nos óbitos em todo o Estado, em comparação com o ano passado", disse em nota.

Segundo a pasta, foram confirmados até o momento 88,8 mil casos e 70 mortes pela doença. No mesmo período de 2022, foram 116,6 mil casos e 103 óbitos. A diferença se deve ao fato de que, enquanto o ministério contabiliza casos prováveis, a secretaria estadual só soma os casos depois de confirmados por exames.

Maior cidade do país. O número de pacientes com dengue na capital paulista de janeiro até a última segunda-feira (10) é o maior em sete anos, segundo dados da Coordenadoria de Vigilância em Saúde do município.

De acordo com o órgão ligado à Secretaria Municipal da Saúde, foram contabilizados 3.190 casos confirmados da doença neste ano, 52% a mais que no mesmo período do ano passado.

Desde 2016, ano com explosão na quantidade de pessoas com dengue no país (9.197 casos na capital, entre janeiro e começo de abril), a estatística não era tão alta.

Exames positivos crescem. Segundo dados da Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica), houve crescimento de 221% de exames positivos para dengue desde o começo do ano até a semana passada. Os exames realizados no mesmo período apresentaram aumento de 152%.

O resultado foi o crescimento da positividade de 26,51% para 33,74%. Vale destacar que "positivos" representa o número total de pacientes com testes positivos, enquanto "positividade" é a relação entre os testes positivos e os exames realizados.

A análise já consegue apresentar tendência de aumento significativo e preocupante, como pode-se observar em algumas localidades que já declararam surto. A análise epidemiológica é feita a partir dos dados oferecidos pelos laboratórios que integram a associação.

Prevenção é tudo

  • Encha os pratos dos vasos de plantas com areia até a borda
  • Troque a água e lave o vaso das plantas aquáticas com escova, água e sabão pelo menos uma vez por semana
  • Troque a água dos animais de estimação e lave as vasilhas constantemente
  • Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira sempre fechada
  • Caixas d'água também devem permanecer fechadas e todos os objetos que acumulam água, como embalagens usadas, devem ser jogados no lixo
  • Folhas e tudo o que possa impedir a água de correr pelas calhas também precisam ser removidos
  • Garrafas e recipientes que acumulam água devem ser sempre virados para baixo

Quais são os sintomas da dengue?

A doença tem duração de cinco a sete dias (máximo de 10), mas o período de convalescença pode ser acompanhado de grande debilidade física, e prolongar-se por várias semanas.

Os principais sintomas são:

  • Febre alta acima de 39°C
  • Dor no corpo e articulações
  • Dor atrás dos olhos
  • Mal-estar
  • Falta de apetite
  • Dor de cabeça
  • Manchas vermelhas no corpo
  • Aumento progressivo do hematócrito (medida da proporção de hemácias no sangue)

Quais são os sinais de alerta?

  • Dor abdominal intensa e contínua
  • Vômitos persistentes
  • Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico)
  • Hipotensão postural e/ou lipotímia (perda de sentidos)
  • Letargia e/ou irritabilidade
  • Sangramento de mucosas

Repelentes contra mosquitos: é essencial usar

dengue, repelente - iStock - iStock
Imagem: iStock

O repelente é uma forma eficaz de manter o mosquito afastado de você. E não reaplicar o produto ao longo do dia é um erro clássico —muito parecido com o que acontece com o filtro solar na praia, que também nos esquecemos de passar novamente e só damos conta disso ao ver as marcas vermelhas no corpo.

No caso do repelente, o intervalo de reaplicação vai depender do ativo utilizado no produto. Os repelentes com icaridina, por exemplo, apresentam uma duração média de 10 horas; já os com IR3535 e DEET são eficazes por até duas horas. É importante seguir à risca a recomendação do fabricante, que está no rótulo do produto.

Segundo uma pesquisa recente da SC Johnson sobre os hábitos dos brasileiros em relação ao uso de repelentes, 85% dos respondentes disseram estar sempre preocupados com as doenças transmitidas por mosquitos. Outros resultados da pesquisa incluem:

  • 3 em cada 4 pessoas se incomodam com a presença de insetos
  • 46% dos entrevistados dizem investigar a presença de mosquitos em seu destino, antes de viajar
  • 51% das pessoas cancelam planos de viagem ou passeios quando estão cientes de que pode haver presença de mosquitos na área
  • 52% das pessoas tiveram uma viagem ou passeio seriamente prejudicado pela presença de mosquitos
  • mais da metade dos respondentes consultaria sites, diariamente ou com frequência, para obter informações sobre a presença de mosquitos (51%) e sobre a incidência de doenças transmitidas por eles (54%)

A pesquisa foi feita por meio de formulário online com 1.000 brasileiros entre os dias 29/12/2022 e 04/01/2023. Os entrevistados foram pessoas com 18 anos ou mais, provenientes das classes A, B e C. Todos eles fazem parte de um grupo que afirma "não rejeitar" o uso de repelentes de insetos.

Errata: este conteúdo foi atualizado
A foto principal da matéria foi substituída, pois a primeira exibia um Aedes albopictus, e não o Aedes aegypti.