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Veja 5 atitudes para aumentar naturalmente a ocitocina, o hormônio do amor

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Adriano Ferreira

Colaboração para VivaBem

08/11/2022 04h00

A ocitocina é um hormônio conhecido por estar associado à felicidade e ao amor. Quanto maior o nível deste hormônio no seu corpo maiores são os benefícios à sua saúde, como bem-estar, relaxamento e prazer. Saiba que é possível ter atitudes para estimular ainda mais a "produção do amor" no seu organismo.

O estímulo deste hormônio é muito mais acentuado no gênero feminino do que no masculino. Há grandes concentrações de ocitocina durante a gestação, no parto e na amamentação. O que pode ajudar a evitar hemorragias no pós-parto ou em cirurgias.

Izabella Tamira, professora de endocrinologia na faculdade de medicina da UFC (Universidade Federal do Ceará) em Sobral, afirma que, juntamente com a serotonina, que regula o humor, e a dopamina, que atua aliviando a dor, a ocitocina está relacionada à sensação de felicidade e é possível aumentar a produção deste hormônio.

Além dos benefícios fisiológicos, existem ganhos na relação interpessoal entre mãe e filho, e também ao casal. Confira maneiras de estimular a ocitocina e consequentemente ter impactos saudáveis na saúde:

1. Fazer carinho e ter boas ações

Idoso, homem com cachorro, pet, animal de estimação, bicho - iStock - iStock
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Renato Galvão Redorat, membro do departamento de endocrinopatia da Abemss (Associação Brasileira de Estudos em Medicina e Saúde Sexual) e da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia), afirma que todos os estímulos agradáveis vão liberar ocitocina: abraços, beijos, carinhos, entre outros. Por isso, é saudável cuidar do seu animal de estimação e receber o carinho de volta, por exemplo.

O contato físico que gere sentimentos de gratidão também traz efeitos. Receber ou fazer massagem, ter ações boas para com o próximo ou que te façam sentir útil e produtivo também geram mais produção do hormônio.

Também já foi demonstrado que a formação de vínculos afetivos se fortalece porque a ocitocina age em regiões cerebrais que levam ao aumento do sentimento de confiança nos outros e à redução do comportamento de medo. O simples toque, o calor do contato físico com alguém que nos seja importante também é capaz de aumentar nossos níveis de ocitocina.

2. Ter um passatempo

Corrida, correr - iStock - iStock
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Fazer atividades que trazem um relaxamento físico e descanso mental vai ajudar a gerar mais bem-estar, reduzir os níveis de ansiedade, elevar a sensação de calma e relaxamento, bem como reduzir a liberação do cortisol, o hormônio do estresse.

Ter uma rotina que inclui um tempo de leitura, meditação, atividade física ou outra tarefa em que você sinta confiança vai aumentar os níveis do hormônio. O contrário acontece se você passa por situações estressantes, desconfortáveis ou de solidão.

3. Alimentos específicos

Figo - GMVozd/Getty Images - GMVozd/Getty Images
Imagem: GMVozd/Getty Images

A alimentação ajuda na sensação de satisfação, para isso, é importante sempre ter uma dieta adequada com nutrientes suficientes para as necessidades calóricas. Alimentos específicos que não são tão comuns no nosso dia a dia, como pimentas, ostras e figo interferem em uma produção maior de ocitocina.

A ocitocina está localizada em uma área do hipotálamo (região central do nosso cérebro) em que temos uma regulação do consumo (saciedade, fome) e do gasto calórico (balanço energético), a partir de estímulos vindo da alimentação que envolvem, por exemplo, a ação de hormônios como a leptina (conhecida no controle do apetite).

A molécula deste hormônio tem uma meia-vida muito curta, de 3 a 6 minutos na corrente sanguínea e de 19 minutos no sistema nervoso central, com isso é muito difícil mensurar o quanto é liberado após uma ingestão alimentar, o que é possível somente em modelos experimentais e durante pesquisas clínicas.

4. Transar

Mulher de lingerie abre calça jeans de homem; casal; sexo; vida sexual - nd3000/iStock - nd3000/iStock
Imagem: nd3000/iStock

Transar, ter estímulos genitais, visuais ou até mesmo lembrança de momentos prazerosos com o(a) parceiro(a) não só libera ocitocina, mas também outros hormônios que vão favorecer o intercurso, a ereção, a contração uterina, a motilidade do espermatozoide (o quanto ele mexe em direção reta) até o óvulo e o prazer cerebral durante o ato sexual.

Existe uma facilidade da ereção peniana durante a relação íntima, uma melhoria do comportamento sexual (medido pelo índice de excitação), que tem ação direta nos nervos responsáveis pela ereção, o que gera dopamina, que ajuda a controlar movimentos do corpo, e age nos vasos favorecendo liberação de óxido nítrico, presente nos mecanismos de autoimunidade.

Redorat esclarece que é muito difícil quantificar a sua produção, pois isso depende do tipo do estímulo e de como a pessoa o recebe. A regularidade do ato sexual, além da liberação de ocitocina e de outros hormônios, aumenta a quantidade de receptores cerebrais e genitais para uma melhor relação do casal.

5. Amamentação

Mulher amamentando, amamentação, aleitamento, leite materno - iStock - iStock
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A amamentação possui uma produção muito alta de ocitocina que tem relação com a ejeção do leite para a criança. Nesta fase da vida, os índices do hormônio têm picos elevados o que também aumenta o vínculo entre mãe e filho, e com as pessoas ao redor que estão participando deste momento da vida da mulher.

Efeito colateral com pessoas estranhas

Fernanda Barbosa Lima, professora de endocrinologia do departamento de fisiologia da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), alerta que, enquanto níveis elevados de ocitocina podem aumentar comportamentos sociais positivos entre pessoas conhecidas, ou mesmo melhorar o cuidado materno, eles podem também elevar o comportamento agressivo contra estranhos, tanto no contexto social quanto no comportamento materno.

Isso apenas comprova que, como tantos outros hormônios que produzimos, a ocitocina tem efeitos promissores, mas suas ações são complexas e não foram ainda totalmente desvendadas pela ciência.