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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Após sofrer infarto, Boni coloca stent; entenda a opção de tratamento

Boni em seu escritório no Rio de Janeiro - Rafael Andrade/Folhapress
Boni em seu escritório no Rio de Janeiro Imagem: Rafael Andrade/Folhapress

Do VivaBem, em São Paulo*

11/10/2022 11h58

O ex-vice-presidente da TV Globo José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, 86, passou pelo implante de um stent em uma das artérias do coração após sofrer um infarto durante um voo de Miami, nos Estados Unidos, para o Rio de Janeiro, na semana passada. Ele foi hospitalizado em Orlando, ainda nos EUA, e passa bem após a cirurgia cardíaca, com previsão de alta para esta terça-feira (11).

O stent é uma espécie de mola metálica que pode ser colocada dentro das artérias do coração para "alargar" suas paredes e evitar o bloqueio dos vasos sanguíneos, com o objetivo de diminuir o risco de um novo infarto. "Coloquei um stent e já serei liberado para ir para casa amanhã, na verdade em hotel, porque estou em Miami, mas precisarei ficar em repouso e observação", disse Boni à revista Veja.

O infarto acontece quando há a morte das células de uma região do músculo do coração por conta da formação de um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo de forma súbita e intensa. Além do stent, outros procedimentos também podem ser realizados para restabelecer a passagem de sangue para o órgão, como a cirurgia de revascularização do miocárdio, popularmente conhecida como "ponte safena".

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O stent é uma espécie de mola metálica que pode ser colocada dentro das artérias do coração para "alargar" suas paredes e evitar o bloqueio dos vasos sanguíneos
Imagem: iStock

Entenda o tratamento do infarto

Assim que o diagnóstico é confirmado, o paciente é encaminhado para realizar um cateterismo, exame minimamente invasivo que permite visualizar e acessar os vasos sanguíneos obstruídos, seguido de angioplastia —procedimento que realiza a desobstrução mecânica da artéria.

Em hospitais pouco equipados, pode-se administrar medicamentos que ajudam a dissolver o coágulo até que o paciente seja transferido para um centro médico maior. Mas as taxas de sucesso são mais altas para quem é submetido à angioplastia.

Dependendo do número e localização das obstruções, bem como o estado geral do paciente, o tratamento pode ser completado com a angioplastia, com implante de um stent (mola metálica), ou a pessoa é encaminhada para a cirurgia de revascularização.

A escolha pela forma de tratamento ideal varia conforme o tipo de paciente e o estado de obstrução das artérias. Em alguns casos, pode até ser feito um procedimento híbrido. Entenda melhor cada uma das opções a seguir.

Angioplastia coronariana

Inserção de um cateter pelo braço ou pela virilha que é guiado até a região do coração, como no exame de cateterismo. Guiado por imagens e com ajuda de uma injeção de um contraste, o médico intervencionista leva um pequeno balão até o local da coronária em que está a obstrução, que, então, é inflado para que a artéria se abra e o sangue volte a passar.

Para evitar que o vaso volte a fechar, é inserido um stent, espécie de mola metálica que mantém as paredes da artéria abertas. Existem dois tipos de stent: o convencional e o farmacológico, que libera medicamentos para evitar uma futura nova obstrução no local (reestenose), risco que é maior com o uso do convencional.

A principal vantagem da angioplastia é ser um exame minimamente invasivo —o paciente fica internado por um ou dois dias e pode voltar às suas atividades após algumas semanas. Complicações e mortes associadas ao procedimento são incomuns.

Cirurgia de revascularização do miocárdio

Conhecida popularmente como cirurgia de "ponte safena", consiste no uso de um enxerto retirado de uma veia (como a safena) ou artéria (como a mamária ou a radial) para fazer uma ponte que liga a parte saudável da artéria obstruída à aorta, permitindo que o coração volte a ser revascularizado.

Requer uma incisão no meio do peito, além de uma pequena incisão para retirada do enxerto. Na maioria das vezes é realizada com ajuda de um equipamento de circulação extracorpórea (máquina coração-pulmão), mas há casos em que é possível dispensá-lo. Requer cerca de cinco dias de hospitalização e pelo menos dois meses de recuperação.

Dentre as complicações possíveis estão o risco de trombose, infecções e arritmia, mas os índices de mortalidade são baixos quando a cirurgia é bem indicada e realizada por equipe experiente.

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O controle da pressão arterial, do nível de colesterol e açúcar no sangue, o combate ao tabagismo e ao sedentarismo são os pilares da prevenção do infarto do miocárdio
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Vida após o infarto

O processo de recuperação depende muito do tipo de procedimento realizado e da extensão do infarto. De um modo geral, se o atendimento foi feito a tempo e a lesão foi limitada, o paciente vai voltar a ter uma vida absolutamente normal, desde que mantenha hábitos saudáveis a partir de então.

Durante a recuperação, que é mais longa e complexa para quem passou por cirurgia, é necessário cumprir o período de repouso e todas as recomendações médicas.

Como a doença arterial coronariana é crônica, é preciso fazer modificações no estilo de vida para evitar um novo infarto, como seguir uma dieta saudável, fazer atividade física regularmente, parar de fumar e realizar exames periódicos.

Alguns medicamentos administrados após o infarto deverão ser tomados para o resto da vida, como um agente antiplaquetário (como a aspirina), remédios para baixar o colesterol (estatina), para hipertensão, diabetes e, em alguns casos, para arritmia.

Como se prevenir de um infarto

O controle da pressão arterial, do nível de colesterol e açúcar no sangue, o combate ao tabagismo e ao sedentarismo são os pilares da prevenção da doença coronária e, consequentemente, do infarto do miocárdio. Aprender a gerenciar o estresse, dormir bem e cultivar o lazer também são medidas importantes.

*Com informações de reportagem publicada em 23/10/2018.

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