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Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Linhas da palma da mão podem indicar problemas de saúde? Saiba mais

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Imagem: iStock

Marcelo Testoni

Colaboração para VivaBem

29/09/2022 04h00

Para quem acredita na quiromancia (leitura das mãos), cada linha presente nas palmas —o que inclui seu tamanho, direção e visibilidade— carrega significados relacionados com diferentes aspectos da vida, seja do passado, presente e futuro, e, assim, poderiam ser interpretadas.

Começando de cima para baixo, a primeira linha corresponderia ao coração e emoções e sentimentos pessoais. Abaixo dela, a segunda linha seria a da cabeça, representando o cérebro e a mente (funções neurológicas e parte psicológica). E, em seguida, viria a linha da vida, que como o nome sugere teria a ver com longevidade e cuidados gerais com a própria saúde.

Mas, o que os médicos dizem a respeito? Existe alguma conexão entre essas linhas com os órgãos e a saúde? Descubra, a seguir, se há algo de ciência nas linhas.

Sim, linhas têm um propósito

Mãos estendidas - Getty Images/iStockphoto - Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Como a quiromancia é tratada na literatura científica como pseudociência ou superstição, seu conhecimento sobre as linhas das mãos carece de confiabilidade. Para a medicina, as linhas, ou pregas palmares, têm uma serventia muito mais funcional. Dão flexibilidade às mãos para abrir e fechar e segurar coisas, estando presentes também nos primatas como um traço evolutivo.

Servem também para as mãos serem alongadas, sem que a pele delas seja muito esticada, e anatomicamente se dividem em três tipos relevantes (superior, média e inferior), responsáveis pela formação da letra "M" nas palmas e presentes desde o nascimento. Mas nada impede o surgimento de outras linhas menores e mais finas, em decorrência de movimentos adquiridos.

Fora as mãos, as linhas também estão presentes em partes do corpo dobradas com bastante frequência. É o caso do lado de dentro dos dedos, pulsos, dobra dos joelhos e antebraços e planta dos pés, que assim como as mãos podem ser úteis para segurar. Enquanto macacos agarram galhos, humanos podem usá-los para pegar, por exemplo, lápis caídos no chão.

Servem para indicar doenças

Homem com síndrome de Down trabalhando em mercado - iStock - iStock
Uma única prega da palma da mão pode estar associado à síndrome de Down
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As linhas, ou melhor, uma única linha da palma da mão também pode revelar doenças, assim que a criança nasce. É o caso da prega palmar transversal única, ou prega simiesca, cuja origem não é muito bem esclarecida. Ela cruza a mão horizontalmente de um lado a outro e é formada pela junção —e consequentemente desaparecimento— das três pregas palmares já citadas.

É um sinal associado com uma variedade de síndromes, tais como: síndrome de Down (ou trissomia do cromossomo 21), síndrome de Aarskog, síndrome de Cohen, síndrome de Turner (todas também anomalias genéticas e raras), síndrome do alcoolismo fetal (decorrente do consumo de álcool durante a gravidez), além de outras semelhantes a distúrbios hormonais.

Essa linha está presente em metade das pessoas diagnosticadas com síndrome de Down e em cerca de 5% a 10% da população em geral ou com más formações. Apesar disso, não produz nenhum sintoma, nem representa nenhuma complicação e por isso não é tratável. Embora, sem as demais linhas, não haverá tanta facilidade no movimento das articulações das mãos.

Outras formas de interpretar as mãos

aperto de mão; conhecer; cumprimento - iStock - iStock
Imagem: iStock

Normalmente, os médicos avaliam e baseiam seus diagnósticos clínicos pelo que observam, escutam de seus pacientes e percebem pela palpação, ou então por testes de amplitude de movimento, força, compressão e calor das mãos. Também podem pedir por exames, como os de imagem, e, às vezes, realizarem pequenos procedimentos, como puncionar articulações.

Problemas nas mãos estão mais relacionados a deformidades, infecções, traumas, distúrbios envolvendo nervos ou vasos sanguíneos. Mas por meio delas, segundo estudos científicos recentes, daria para avaliar também a saúde do coração.

Foi observado que uma melhor força muscular, medida pela firmeza do aperto de mão, pode estar associada a menos alterações cardiovasculares, declínio funcional e risco de morte prematura, por infarto, por exemplo.

De quebra, os autores também traçaram uma relação entre as mãos e a saúde neurológica. Enquanto um aperto de mão fraco, sem força e de poucos segundos pode indicar que o cérebro está recebendo informações sobre o coração com dificuldades, um aperto forte, denota o contrário e que doenças, como AVC (acidente vascular cerebral), estão menos associadas a esse gesto vigoroso.

Fontes: João Vicente da Silveira, cardiologista do Hospital Sírio-Libanês (SP); Júlio Pereira, médico pela UFBA (Universidade Federal da Bahia) e neurocirurgião; e Wendell Uguetto, cirurgião plástico da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica) e do Hospital Albert Einstein (SP).

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