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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Saiba o que é a 'doença do tatu', que matou adolescente no Piauí

Paracoccidioides brasiliensis é popularmente conhecida como "doença do tatu"; além do adolescente de 16 anos, seu irmão de 14 e o amigo de 22 também foram infectados - Reprodução/Wikimedia Commons
Paracoccidioides brasiliensis é popularmente conhecida como "doença do tatu"; além do adolescente de 16 anos, seu irmão de 14 e o amigo de 22 também foram infectados Imagem: Reprodução/Wikimedia Commons

De VivaBem, em São Paulo

24/08/2022 13h24

Um adolescente de 16 anos morreu por complicações causadas por uma infecção do fungo coccidioides, que causa coccidioidomicose, condição conhecida como "doença do tatu", no último sábado (20) em Simões (PI), a 440 km ao sul de Teresina. Ele ficou internado por oito dias e chegou a ser intubado.

O irmão, de 14 anos, e um amigo da vítima, de 22, também foram contaminados e o mais velho está internado em estado grave com dificuldade de respirar. Os três saíram para caçar tatus há cerca de um mês e, em seguida, apresentaram os sintomas da doença.

"Há uma cultura de caçar tatu e algumas pessoas vendem as carnes. O local onde teriam sido contaminados pelo fungo é em uma área de uma serra na região", disse Zé Wlisses, prefeito de Simões, em entrevista ao UOL Notícias. Esta não foi a primeira vez que o município registra um caso da doença.

A coccidioidomicose é um tipo de micose sistêmica, ou seja, é causada por um fungo e adquirida por inalação. Esse tipo de contaminação atinge primeiro os pulmões e tem um quadro semelhante ao da tuberculose, segundo o Ministério da Saúde.

Transmissão

Apesar de ser associada aos tatus, a doença não é transmitida pelos animais aos humanos. A contaminação acontece por meio de inalação do fungo durante manejo de solo contaminado. O fungo pode ser encontrado em tocas de animais e sítios arqueológicos. Trabalhadores rurais são o grupo mais atingido pela doença, mas lavradores, militares, trabalhadores de construção de estradas e de transporte terrestre, arqueólogos, antropólogos, paleontólogos e zoologistas também são profissionais com alto risco de exposição ao fungo.

No caso que aconteceu em Simões, o fungo estava presente no local onde os tatus foram encontrados pelos jovens. "O fungo fica na toca, que é abrigo do tatu. Com a caça ilegal, [a pessoa] acaba inalando os esporos liberados pelo ar e geralmente ocorre a infecção. O ideal é não fazer caça do tatu, até porque é ilegal", diz José Noronha, médico infectologista e diretor do Instituto de Doenças Tropicais Natan Portella, em Teresina, ao UOL Notícias.

Sintomas

As pessoas que são contaminadas pelo fungo podem apresentar:

  • Tosse seca
  • Febre
  • Dor torácica
  • Dor nas articulações
  • Nódulos, manchas ou bolhas na pele

Tratamento

Ao apresentar sintomas, a pessoa deve consultar um médico para realizar um exame e confirmar o diagnóstico, já que a doença pode ser confundida com outras.

Confirmada a contaminação, o tratamento sintomático é feito por meio de medicamentos antifúngicos, a depender da gravidade do quadro, e pode precisar de cirurgia em casos de lesão pulmonar grave.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi informado anteriormente, a doença que atingiu os jovens no Piauí não foi a paracoccidioides, mas sim a coccidioidomicose