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Remédios de milhões: quais os medicamentos mais caros do mundo?

Zolgensma, o remédio mais caro do mundo, é colocado em seringa para ser aplicada por meio de sonda - Divulgação
Zolgensma, o remédio mais caro do mundo, é colocado em seringa para ser aplicada por meio de sonda Imagem: Divulgação

Colaboração para o UOL, de João Pessoa (PB)

05/07/2022 04h00

Seja por uma doença genética rara ou outra condição clínica excepcional, como determinados tipos de câncer, por exemplo, muitos pacientes precisam de medicamentos extremamente caros e às vezes até difíceis de achar.

Os remédios mais caros do mundo têm valores astronômicos, chegando a custar milhões de reais. Isso porque quem precisa desses medicamentos é um grupo restrito de pessoas —segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), doença rara é aquela que acomete até 65 pessoas a cada 100 mil.

Quanto menos pessoas dependerem de um remédio, maior será o valor cobrado pelas farmacêuticas, já que poucas unidades serão fabricadas e vendidas. A principal justificativa dos laboratórios que produzem os remédios mais caros do mundo é o alto investimento em pesquisas.

No Brasil, cerca de 13 milhões vivem com algum tipo de doença rara, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Comprar o medicamento e salvar a vida de alguém vai depender das condições de cada paciente: quem tem dinheiro não vai medir esforços para pagar; quem não tem, precisa entrar na Justiça ou mesmo fazer vaquinha nas redes sociais em busca do valor.

Por exemplo, pacientes com AME (Atrofia Muscular Espinhal), que é uma doença rara, degenerativa, genética e progressiva, fazem parte dos grupos que necessitam do medicamento zolgensma, produzido pela suíça Novartis.

Com registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o que permite sua comercialização no Brasil, o remédio custa US$ 2,1 milhões (aproximadamente R$ 11 milhões) no mercado internacional.

Em fevereiro deste ano, o Conselho de Ministros da Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) acolheu recurso apresentado pela farmacêutica Novartis e reajustou o valor máximo do zolgensma de R$ 2,9 milhões para R$ 6,5 milhões.

Veja abaixo a lista dos remédios mais caros do mundo.

1. Zolgensma - US$ 2,1 milhões

O zolgensma tem como propósito neutralizar os efeitos da atrofia muscular em crianças de até 2 anos de idade. Das doenças raras, entre 7 e 8 mil, 75% acometem crianças, sendo a AME uma delas, segundo a OMS. A atrofia atrapalha praticamente todos os movimentos do corpo. A terapia feita com o zolgensma dura em média cinco anos e ele é aplicado em dose única (cada paciente recebe entre 40 ml a 80 ml do remédio, dependendo de tamanho e peso). Os estudos mostram que o remédio consegue dar sobrevida aos pacientes.

2. Luxturna - US$ 850 mil

Outro medicamento na lista dos mais caros é o luxturna, que trata o problema da diminuição lenta e progressiva da visão, uma doença rara conhecida como distrofia hereditária da retina. Sua aplicação é feita em dose única e custa US$ 850 mil (cerca de R$ 4,2 milhões). Ao lado do zolgensma, o luxturna faz parte das primeiras terapias gênicas a serem comercializadas no Brasil. Como não é oferecido pelo SUS (Sistema Único de Saúde), o paciente que tiver indicação precisa recorrer à Justiça.

3. Ravicti - US$ 793 mil

Também figura na lista dos remédios mais caros do mundo o ravicti, vendido ao preço de US$ 793 mil. O medicamento é utilizado para evitar o acúmulo de amônia no sangue em pacientes que sofrem com disfunções do ciclo da ureia. A regulação dos níveis de amônia é fundamental para a saúde do organismo. Uma vez desregulados, esses níveis são tóxicos para o cérebro do paciente e as manifestações clinicas são diversas, desde a incapacidade de ganhar peso até quadro de coma e morte.

4. Carbaglu - US$ 419 mil a US$ 790 mil (depende do tempo de tratamento)

O carbaglu fica na quarta posição do ranking. Ele é usado para o tratamento da hiperamonemia, condição de acumulação elevada de amoníaco no sangue, causada pela falta de uma enzima hepática. O tratamento pode durar até sete anos e o preço varia de US$ 419 mil a US$ 790 mil. Essa doença pode não só matar um bebê logo em seus primeiros dias de vida, como também deixar sequelas, caso o paciente sobreviva.

5. Spinraza - US$ 61 mil

Completando a lista dos cinco remédios mais caros do mundo está o spinraza, também usado para o tratamento de AME (todos os tipos da doença), ao custo aproximado de US$ 61 mil. Com registro na Anvisa desde 2017, o spinraza foi incorporado ao SUS em 2021 também para pacientes com AME tipo II (antes já contemplava os do tipo I).