Topo

Saúde

Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


SP: hospital registra aumento de bronquiolite em crianças; entenda doença

Getty Images
Imagem: Getty Images

De VivaBem, em São Paulo

01/05/2022 16h56Atualizada em 08/05/2022 10h45

Segundo dado do Hospital Santa Catarina - Paulista, houve um aumento de 61% nos atendimentos pediátricos com bronquiolite em março, comparado a fevereiro.

Os sintomas iniciais são parecidos com os do resfriado comum, como tosse, obstrução nasal, coriza e às vezes chiado no peito, durando, em média, de três a 15 dias. "Como os primeiros sinais são bastante corriqueiros, é essencial que um médico avalie a criança para o diagnóstico correto, no intuito de evitar o agravamento do quadro e o desenvolvimento de outras doenças respiratórias mais graves, como pneumonia e asma, a última podendo até mesmo ser levada para a vida adulta", diz Werther Brunow de Carvalho, pediatra do Hospital Santa Catarina - Paulista, que é parceiro da operadora de plano de saúde QSaúde.

De acordo com o pediatra, quando o vírus age de forma mais agressiva contra as defesas da criança, o pulmão pode perder um pouco de sua capacidade, levando a repercussões mais sérias que, em alguns casos, demandam até mesmo internação na UTI.

O que é a bronquiolite?

O principal causador do problema é o vírus sincicial respiratório, conhecido pela sigla VSR. Ele acomete (e inflama) os bronquíolos terminais, ou seja, as ramificações mais finas que conduzem o ar para dentro dos pulmões.

A inflamação dos bronquíolos provoca estreitamento ainda maior, o que aumenta a resistência para o ar entrar e sair dos pulmões e, consequentemente, eleva-se o esforço respiratório. Os músculos respiratórios das crianças cansam mais facilmente porque gastam muita energia. Isso contribui para o surgimento da fadiga para respirar.

Em alguns casos mais graves, o apetite diminui, pode-se ter desidratação, sonolência e reduz-se a oxigenação do sangue.

Como crianças pegam o vírus?

Ele está mais presente quando a temperatura cai, isto é, no frio. A principal forma de contaminação da bronquiolite acontece por meio de secreções respiratórias e por contato, ou seja, crianças que passam o dia em locais fechados com outras pessoas, como creches e escolas, estão mais propensas à infecção.

Como é feito o tratamento?

Não existe um remédio específico para tratar a doença, então a melhora depende da resposta imunológica da criança para eliminar o vírus.

Nos quadros leves, vale inalação e lavagem nasal com soro fisiológico, focar na hidratação da criança e na alimentação. Nos casos moderados, muitas vezes existe a necessidade de internação para oferecer oxigênio e, quando há maior gravidade, internação em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para utilização de aparelhos para atenuar o cansaço e melhorar a oxigenação.

Prevenção

Uma vez que ainda não há uma vacina contra a bronquiolite, os cuidados para preveni-la são os mesmos para todos os quadros de causa viral, inclusive a covid-19: evitar aglomerações e manter os ambientes ventilados, higienizar as mãos frequentemente e fazer o uso correto da máscara, além de não expor a criança ao cigarro, já que a inalação de fumaça é um agravante.

A título de informação, já existe uma forma bastante específica de prevenir a infecção pelo VSR. O palivizumabe não é uma vacina, mas uma imunoglobulina —um tipo de anticorpo "pronto" que induz imunização passiva específica contra o VSR, segundo a SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).

Está indicado no calendário de vacinação prematuro para os recém-nascidos com menos de 29 semanas de idade gestacional no primeiro ano de vida; para aqueles nascidos entre 29 e 32 semanas, até o sexto mês; e para portadores de doenças cardíacas e pulmonares nos dois primeiros anos de vida, independente da idade gestacional.