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Estudo mostra que consumo regular de nozes aumenta expectativa de vida

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Imagem: iStock

Danielle Sanches

Do VivaBem, em São Paulo

22/08/2021 15h49

Um estudo feito por pesquisadores da escola de Saúde Pública de Harvard, nos Estados Unidos, mostrou que o consumo regular de nozes está associado a um risco menor de morte e ao aumento da expectativa de vida entre adultos mais velhos.

Publicada no periódico Nutrients, a pesquisa revelou que até mesmo as pessoas com uma dieta pouco saudável podem se beneficiar do consumo semanal do alimento —considerado fácil de ser encontrado e também de ser incluído nas refeições.

De acordo com os dados, a ingestão de cinco ou mais porções de nozes por semana (uma porção equivalente a cerca de 28 gramas, ou aproximadamente 6 unidades) está associado a 14% menos risco de morte (por qualquer causa) e um risco 25% menor de morte por doenças cardiovasculares.

Além disso, os pesquisadores associaram o consumo a um aumento de 1.3 anos na expectativa de vida em comparação com quem não consome nozes.

Mesmo os indivíduos que consumiram o alimento em uma frequência menor (duas a quatro vezes por semana) também colheram benefícios: o risco de morte caiu em 13% no geral e 14% no caso específico de morte causada por doenças cardiovasculares. A expectativa de vida também aumentou em um ano.

Os pesquisadores constataram também que, mesmo entre indivíduos com uma dieta considerada pobre, o consumo de metade de uma porção por dia também reduziu o risco de morte tanto no geral como por doenças cardiovasculares.

A pesquisa teve o apoio da California Walnut Commission, entidade que representa os produtores de nozes da região nos Estados Unidos.

Como o estudo foi feito:

  • Os pesquisadores analisaram informações de 67.014 mulheres e 26.326 homens com idade média entre 63.3 e 63.6 anos;
  • Os participantes foram considerados relativamente saudáveis (sem histórico de câncer, doenças cardíacas ou AVC);
  • Os indivíduos foram acompanhados por um período de 20 anos; a dieta de cada um foi atualizada a cada quatro anos, incluindo a quantidade consumida de nozes e outras castanhas.
  • Informações sobre outros hábitos de vida, como prática de atividade física e fumo, também foram monitorados ao longo do período;
  • Com bases nessas informações, os pesquisadores conseguiram fazer as associações a respeito do consumo de nozes e os indicadores de redução de risco de morte e aumento da longevidade.

Por que isso é importante?

Embora seja um estudo apenas observacional e não permita a conclusão direta de causa e efeito, os resultados reforçam os já conhecidos benefícios para a saúde ligados ao consumo de oleaginosas —especificamente, neste caso, das nozes.

Mas os benefícios também podem estar ligados a outros fatores. Os pesquisadores notaram que os indivíduos que mais consumiam nozes eram também os mais fisicamente ativos, com bons hábitos de alimentação, baixo consumo de álcool e uma rotina de suplementação de vitaminas.

Ou seja, o consumo de nozes estaria ligado a bons hábitos de vida, o que certamente tem impacto na saúde geral do organismo e impacta de forma positiva na longevidade e no menor risco de morte por doenças cardiovasculares.

Consumo de nozes já foi ligado à prevenção de demência

Recentemente, um outro estudo, publicado no periódico Age and Aging, revelou que o consumo de nozes a partir dos 40 anos pode diminuir as chances de ter demência à medida que envelhecemos.

A análise, também observacional, mostrou que indivíduos que consumiam nozes duas ou mais vezes por semana tinham menos probabilidade de ter problemas de memória quando tinham mais de 60 anos em comparação com aqueles que comiam nozes menos de cerca de uma vez por mês.

As castanhas e nozes possuem ácidos fenólicos e flavonoides, substância que já foi relacionada a um menor risco de demência por outras pesquisas.