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'Não atrapalha imunização', diz Queiroga sobre compra suspeita da Covaxin

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga - Ailton de Freitas/Ministério da Saúde
Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga Imagem: Ailton de Freitas/Ministério da Saúde

De VivaBem, em São Paulo

24/06/2021 19h40

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse hoje que denúncias de irregularidades na assinatura de contrato para aquisição da vacina indiana Covaxin não atrapalham o andamento da campanha de imunização contra a covid-19.

Na semana passada, o jornal Folha de S.Paulo divulgou o depoimento sigiloso de Luís Ricardo Miranda, chefe da divisão de importação do Ministério da Saúde, e irmão do deputado federal Luís Miranda (DEM-DF). Ele disse ao Ministério Público Federal em Brasília que recebeu uma "pressão atípica" para agilizar a liberação da Covaxin, desenvolvida pelo laboratório Bharat Biotech.

O Brasil aceitou pagar o valor de US$ 15 a dose pela vacina indiana Covaxin, bem acima do valor das demais vacinas contra a covid-19 adquiridas pelo país, segundo apuração do UOL. As vacinas da Jansen e parte das vacinas da Pfizer, por exemplo, custaram US$ 10 a dose. Já a Coronavac, vendida pelo Instituto Butantan, custou menos de US$ 6 a dose.

Questionado sobre a compra suspeita, Marcelo Queiroga afirmou que o assunto foi submetido à consultoria jurídica do Ministério da Saúde, mas avisou estar tranquilo em relação ao assunto. O ministro também disse que as denúncias não atrapalham o andamento da campanha.

"[As denúncias] Não atrapalham em nada a nossa imunização, até porque nós temos uma estratégia sólida de capitalização de vacinas, e que tem fluído de maneira muito eficaz. Como você bem disse, o Ministério da Saúde não pagou um centavo por essa vacina", disse o ministro, em entrevista ao "Brasil Urgente", da TV Bandeirantes.

"Eu já submeti esse assunto à consultoria jurídica do ministério para analisar pontos meramente contratuais. Até porque, do ponto de vista do PNI, o impacto é muito pequeno. Estamos absolutamente tranquilos e não temos preocupação com essa questão da vacina Covaxin aqui no MS. O foco é outro, o foco é avançar o PNI".

Segundo a Folha, o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) estuda cancelar o contrato assinado em fevereiro com a Precisa Medicamentos, representante da Bharat Biotech, para obter 20 milhões de doses da Covaxin. O cancelamento do contrato passou a ser discutido em vários setores do Ministério da Saúde e já chegou ao conhecimento da Casa Civil.