Com restaurante fechado na pandemia, ele focou na saúde e emagreceu 30 kg

Após abrir um restaurante com a mãe, Tiago Xavier, 28, passou a se dedicar totalmente ao trabalho. Começou a comer demais, parou de fazer exercícios e chegou a 115 kg. Quando o comércio de Porto Alegre foi fechado para conter a pandemia, a corrida serviu como válvula de escape para Tiago enfrentar o momento difícil e o estimulou a buscar novos hábitos. A seguir, o gaúcho conta como emagreceu:

"Minha família tem histórico de obesidade, por isso, sempre me preocupei em controlar o peso. Fazia exercícios e tinha muito cuidado com a alimentação, pois se deslizasse na dieta engordava —mas nunca cheguei a ser obeso.

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Sempre trabalhei no ramo alimentício, mas quando estava com 22 eu e a minha família saímos de uma cozinha industrial no fundo de casa e abrimos um restaurante com mais de 200 lugares. Tudo era muito novo e a parte administrativa era crítica para o negócio ser bem-sucedido. Então, eu me envolvi de corpo e alma e acabei priorizando o trabalho.

O fato de trabalhar em um restaurante fez com que eu aumentasse a comilança. Para completar, na mesma época iniciei um relacionamento e, aos poucos, fui relaxando e descuidei da forma física. Parei de fazer exercícios de vez e vivia focado no trabalho, estressado e sem tempo (nem vontade) para treinar.

Engordei e precisei comprar roupas novas, pois as que tinha ficaram apertadas. Minha mãe falava para eu doar as peças antigas, mas sempre tive claro que em algum momento voltaria ao meu peso normal. Cheguei a tentar emagrecer várias vezes, mas sempre me frustrava porque minha cabeça estava muito focada no trabalho. Acabei terminando o relacionamento por conta disso.

Em junho do ano passado, foi o primeiro Dia dos Namorados que passei sozinho em oito anos, pois tinha emendado um relacionamento no outro. Fiquei triste e resolvi que devia começar a dedicar mais tempo para mim mesmo. Estava com 115 kg e precisava retomar os hábitos saudáveis.

Por incrível que pareça, a pandemia me ajudou a emagrecer. O comércio da cidade foi obrigado a fechar as portas e o restaurante sofreu diretamente o impacto financeiro, quase falimos. Diante da situação complicada e com tempo livre, comecei a correr na rua para espairecer a mente.

Aos poucos, fui começando a prestar mais atenção na alimentação, pois eu já tinha uma boa noção de como é um cardápio saudável. Fui tirando as guloseimas e o refrigerante, depois as frituras, os molhos gordurosos e os produtos industrializados. Passei a comer comida de verdade: frango, batata-doce, ovo, arroz integral e salada. Também controlei o tamanho do prato, pois buscava o déficit calórico —ou seja, consumir menos calorias do que eu queimava no dia.

Também retomei a musculação, mas fui paciente. Sabia que não podia ficar ansioso e querer fazer os exercícios com a mesma carga que eu levantava quando tinha 22 anos e malhava regularmente.

Comecei malhando duas vezes na semana e depois aumentei para três —hoje treino de segunda à sexta. Na academia, vi que, de fato, a perda de peso acontece na cozinha. Reencontrei várias pessoas que treinavam lá há anos e estavam com o mesmo físico de antes, por não cuidarem da alimentação. Não adianta se matar de treinar e depois mandar ver uma lasanha.

Acredito que por ser muito rígido na dieta e ter memória muscular, consegui ter resultados rápidos. Em quatro meses eliminei 30 kg.

Sai da obesidade e voltei a usar minhas roupas antigas. Hoje, meu objetivo é outro: ganhar massa magra muscular. Já perdi a gordura que precisava, então, agora estou fazendo treinos mais intensos e consumindo mais calorias —saudáveis, é claro.

Mas agora já me permito sair da dieta, pois não sou atleta nem modelo para viver preocupado com o corpo. Gosto muito de doce e churrasco. Quando saio do cardápio saudável, geralmente é para matar a vontade de comer uma dessas coisas.

Treino de segunda à sexta, sempre às 6h da manhã, pois é o único horário que tenho. De fim de semana, faço a corrida como uma forma de relaxar. Boto uma música e saio estrada afora.

Minha mudança corporal foi tão drástica que tem quem nem me reconheça mais. Sempre me perguntam o que eu fiz. Como podem ver, não tem segredo: passei a comer alimentos saudáveis, cortei as besteiras e fiz exercícios. Mas para ter resultados não basta só isso. É preciso ter paciência, entender o seu corpo e seus limites, não se comparar com os outros.

Muitos engordaram na pandemia, eu consegui usar isso para impulsionar meu emagrecimento. Hoje, meu negócio está aberto novamente, com uma boa clientela e eu estou feliz comigo mesmo!

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