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Mulheres ficam bêbadas mais rápido? Sim, e tem a ver com organismo

Getty Images
Imagem: Getty Images

Simone Machado

Colaboração para VivaBem

01/01/2021 04h00

Se você já ouviu por aí que mulher é mais "fraca" para bebida alcoólica do que homem, saiba que a tolerância menor ao álcool tem explicação. Nelas, chega a ser de 30% a 50% menor do que nos homens. A ciência esclarece: o corpo das mulheres produz menos quantidade da enzima álcool desidrogenase (ADH) —que é liberada pelo fígado e usada para metabolizar (quebrar) o álcool, por isso as mulheres tendem a ficar bêbadas mais rapidamente.

Outro fator que influencia é a diferença na quantidade de gordura presente no corpo de cada gênero. Mulheres tendem a ter maior percentual de gordura e essas moléculas não absorvem bem o álcool fazendo com que a concentração no sangue acabe sendo maior.

A quantidade de água no corpo masculino tende a ser maior do que no feminino —nas mulheres essa quantidade varia entre 45 e 55% e nos homens entre 55 e 65%— o que contribui para que o álcool seja diluído, fazendo, assim, menos efeito.

As reações cerebrais também são diferentes em homens e mulheres. Apesar de o álcool atuar na mesma região cerebral nos dois casos, as proporções são diferentes, sendo mais intensas em pessoas do gênero feminino devido à absorção do álcool no corpo delas ser menor.

Então, se um homem e uma mulher ingerirem a mesma quantidade de bebida alcoólica, a mulher sentirá os efeitos da embriaguez, como redução na percepção de risco e redução nos reflexos, antes que o homem.

Vale também ressaltar os riscos à saúde que o consumo abusivo de álcool causa:

  • Pancreatite crônica
  • Cirrose
  • Distúrbios psiquiátricos que podem levar até ao suicídio
  • Doenças cardiovasculares

Uma pesquisa do Ministério da Saúde mostrou que o consumo abusivo de álcool entre as mulheres cresceu 42,9% entre os anos de 2006 e 2018 passando de 7,7% para 11%. Isso significa que cresceu o número de mulheres que ingere quatro doses ou mais a cada saída.

A faixa etária que mais representa o aumento vai dos 18 aos 24 anos —época em que a mulher começa a ter uma vida social mais ativa.

Fontes: Fadlo Fraige Filho, endocrinologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo; Zila Sanchez, professora doutora do Departamento de Medicina Preventiva da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo); e Bruna Duarte Berdun Silva, endocrinologista especialista da Clínica Neo Onco Especialidades.