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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Mais de 40% das mulheres têm prisão de ventre na gravidez e pós-parto

A prisão de ventre costuma ocorrer na gravidez por causa de alterações hormonais e também porque o crescimento do útero dificulta a evacuação - iStock
A prisão de ventre costuma ocorrer na gravidez por causa de alterações hormonais e também porque o crescimento do útero dificulta a evacuação Imagem: iStock

Do VivaBem

11/10/2020 14h10

Uma pesquisa realizada por cientistas da Finlândia aponta que 44% das mulheres sofrem de prisão de ventre durante o segundo semestre de gravidez e 36% têm o problema no terceiro trimestre.

Além disso, a incidência de constipação aumenta após o nascimento do bebê e é enfrentado por 47% das mães que tiveram parto normal e até 57% das que fizeram cesárea. O estudo mostrou ainda que o risco de grávidas terem constipação em algum momento é duas a três vezes maior que não gestantes.

Segundo os autores do estudo, publicado no International Journal of Obstetrics & Gynecology, os percentuais encontrados foram surpreendentemente altos e servem para mostrar que o problema deve ser discutido entre médicos e pacientes desde o início da gravidez, já que a prisão de ventre pode afetar a saúde mental e física das mulheres, gerando problemas como alterações no humor, aumento do nível de estresse, hemorroidas, incontinência urinária e fecal e prolapso de órgãos pélvicos.

A médica e autora do estudo Moona Kuronen afirma que a constipação durante a gravidez é mais comum em mulheres que já tiveram o problema antes da gestação ou em uma gravidez anterior. Segundo a pesquisadora, o problema costuma ocorrer porque os hormônios da placenta diminuem os movimentos intestinais e o útero em crescimento pode dificultar a evacuação normal. Além disso, a gravidez muda a maneira como os fluidos são absorvidos pelo intestino.

"Isso pode gerar também outros problemas gastrointestinais frequentemente relatados por mulheres grávidas, como sensação de sede, pressão abdominal e flatulência", aponta Kuronen.

Entre os cuidados que as grávidas devem tomar para reduzir o risco de ter constipação estão manter uma dieta equilibrada, rica em verduras, legumes e frutas (fontes de fibras), a prática regular de exercícios e a boa hidratação. Se a adoção de hábitos saudáveis não funcionar, a paciente deve conversar com seu médico, que irá avaliar a necessidade do uso de laxantes para resolver a constipação.

Alívio após um mês

Apesar de o estudo, que foi realizado com 1.077 mulheres em idade fértil, sendo 264 no segundo trimestre de gestação, 210 no terceiro semestre, 200 que tiveram parto vaginal, 203 que fizeram cesárea e 200 não gestantes (grupo controle), apontar que a incidência de prisão de ventre é maior após o parto, a função intestinal tende a ser restaurada logo depois do nascimento do bebê.

Um mês após dar à luz, tanto as mulheres que tiveram parto normal quanto as que fizeram cesárea relataram sofrer menos constipação do que as mulheres do grupo controle (que não estavam grávidas). Porém, 68% a 82% das voluntárias ainda apresentaram problemas gastrointestinais como sensação de sede, flatulência e dor abdominal 30 dias depois do parto (percentual um pouco maior que o grupo controle).

"Nossos resultados mostram que a constipação e outros problemas gastrointestinais são muito comuns na gravidez e após o parto. Por isso, é importante investir na prevenção, aconselhamento e tratamento das mulheres nesse período", diz Hannu Kokki, coordenador do grupo de pesquisa da University of Eastern Finland.