Cadu Cortez morre após infarto aos 40 anos; quanto mais jovem, mais fatal?
O jornalista e narrador Carlos Eduardo Sica Cortez, 40, morreu nesta terça-feira (3), após sofrer um infarto fulminante. Ele voltava de Buenos Aires (ARG) onde fez transmissões para a plataforma de streaming DAZN, e passou mal no avião na noite de ontem (2). Assim que chegou ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, foi levado ao hospital, onde sofreu novas paradas cardíacas e não resistiu.
A idade do jornalista chamou atenção nas redes sociais e levantou novamente a teoria de que um infarto é mais perigoso em adultos jovens e de meia-idade. No Brasil, ataques cardíacos e AVC são as doenças que mais matam antes dos 60 anos, mas a relação entre a mortalidade e a idade ainda divide especialistas.
Realmente, o número de problemas no coração em pessoas com menos de 50 anos tem aumentado. Um estudo feito com mais 2 mil pessoas e publicado pela American College of Cardiology em 2019 concluiu a proporção de pessoas nessa faixa etária que tiveram ataque cardíaco cresceu 2% a cada ano nos últimos 10 anos. Entretanto, os cientistas de Harvard notaram que a idade não tem a ver com a fatalidade do infarto.
Mas um fato pode ir de encontro à conclusão dos especialistas. Idosos (ou quem já sofreu um ou mais infartos) tendem a ter uma espécie de proteção natural ao problema. Trata-se da chamada circulação colateral, uma rede de vasos que se forma para compensar as veias obstruídas por placas de gordura e, assim, garantir que o sangue sempre chegue ao coração, o que poderia reduzir o risco de morrer após um infarto.
Após o ataque cardíaco, o que determina as sequelas ou se ele será fatal é a agilidade nos primeiros socorros e o tempo para o restabelecimento do fluxo de sangue ao coração. Mas quando o assunto é tratamento, ter menos de 40 anos pode ser uma vantagem, já que o jovem tende a ter os demais órgãos (como pulmão e rins) funcionando bem e menos problemas de saúde comuns do envelhecimento.
Por que os jovens estão sofrendo mais infartos?
Boa parte dos episódios precoces de infarto ocorre devido a uma predisposição genética. Mas o estilo de vida (má alimentação, tabagismo, sedentarismo e estresse) também tem sua parcela de culpa.
"O que se percebe hoje é que quando há dois fatores de risco presentes e sem controle, é maior a chance de isso se tornar o gatilho para um problema no futuro. Um fator de risco oferece uma chance X de infarto, mas essa chance se multiplica a partir do segundo fator, tornando-se bastante elevada", diz Nabil Ghorayeb, cardiologista e médico do esporte do HCor (Hospital do Coração).
Para evitar que isso aconteça, é importante criar e manter hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, com menos gordura e mais vegetais, praticar regularmente exercícios físicos, desenvolver formas de controlar o estresse e ainda visitar regularmente o cardiologista para check-ups preventivos.
*Informações de matéria publicadas nos dias 02/11/17 e 24/04/19
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.