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Remédios, dieta restritiva e outros fatores que fazem seu cabelo cair

Dieta ruim, medicamentos e doenças podem provocar uma desordem no organismo e gerar queda de cabelo - iStock
Dieta ruim, medicamentos e doenças podem provocar uma desordem no organismo e gerar queda de cabelo Imagem: iStock

Camila Brunelli

Colaboração para o VivaBem

20/09/2019 04h00

Ver um tufo de cabelo no pente, no ralo do boxe do banheiro ou no travesseiro ao acordar é algo que sempre preocupa muita gente. Antes de entrar em desespero, saiba que os especialistas consideram normal uma pessoa perder cerca de 100 fios por dia. Se desconfiar que seu cabelo está caindo muito mais do que isso, o ideal é procurar um dermatologista ou tricologista para investigar a causa do problema. Isso porque ele pode ser tanto sintoma de males que atacam o couro cabeludo quanto de condições que afetam outras partes do corpo ou fatores do dia a dia.

A verdade é que qualquer desordem do organismo —provocada por doenças, estresse, alimentação, remédios — pode causar uma perda anormal de fios. A seguir, explicamos como algumas condições que provocam isso.

Doenças que geram desequilíbrios hormonais

A síndrome do ovário policísticos, por exemplo, é um distúrbio endócrino que causa alterações hormonais nas mulheres. O problema gera a produção elevada de testosterona, o que causa queda capilar. Outros sintomas incluem ganho de peso, acne e cabelo e pele oleosos.

Problemas na tireoide também podem comprometer o penteado, já que a glândula localizada na laringe é responsável pelo bom funcionamento do corpo e pelo controle do metabolismo e equilíbrio dos sistemas. Quando os hormônios dessa glândula são produzidos em excesso ou de forma insuficiente, todas suas funções sofrem alterações importantes, provocando sintomas como a queda de cabelo.

Infecções sexualmente transmissíveis (IST)

Qualquer infecção grave com reação inflamatória sistêmica pode desencadear a queda de cabelo, que ocorre devido à grande debilidade física provocada por essas doenças. Hepatites e Aids são exemplos de doenças transmitidas no sexo que podem levar ao aumento da queda dos fios, que costuma ser difusa, crônica, sem grandes diferenciais para a queda provocada por outras causas. Por isso, o exame de sangue e sorologias são necessários para excluir ou confirmar essas doenças como causa da perda de cabelos.

Apenas no caso da sífilis o padrão de queda é característico. Nessa IST, provocada pela bactéria Treponema pallidum, a perda de fios costuma ocorrer de forma concentrada em alguns locais do couro cabeludo, formando um padrão conhecido como "alopecia em clareira".

Uso de medicamentos

Muitos são os remédios que podem ter a perda de cabelo como efeito colateral. A gravidade da queda nesse caso depende da dose e tipo de medicamento, bem como da sensibilidade de cada pessoa a ele. A queda capilar por causa de remédios costuma ser difusa, ou seja, por igual em todas as partes do couro cabeludo, sem deixar falhas localizadas. Algumas classes de remédios se destacam nessa lista:

  • Antidepressivos Fluoxetina, sertralina, paroxetina, amitriptilina, imipramina, nortriptilina
  • Tratamento de acne Isotretinoína
  • Inibidores de apetite presentes em fórmulas para perda de peso Anfetaminas, como a anfepramona
  • Estatinas Usadas para controle do colesterol. As mais comuns são sinvastatina, atorvastatina, rosuvastatina e pravastatina
  • Anabolizantes
  • Anticonvulsivantes São usados para tratamento de epilepsia, convulsões ou dores neuropáticas, como a neuralgia do trigêmio ou a pós-herpética. Exemplos: carbamazepina, ácido valpróico, hidantoína.
  • Antihipertensivos ou antiarrítmicos Propranolol, atenolol, metoprolol
  • Antivirais (para hepatite, HIV) Interferon, indinavir
  • Estabilizador de humor Lítio
  • Anticoagulantes Warfarina, heparina
  • Anti-inflamatórios Naproxeno, indometacina

Dietas restritivas

Dietas que proíbem a ingestão de grupos alimentares podem provocar um déficit nutricional e prejudicar o funcionamento do organismo em diversos aspectos, incluindo o ciclo capilar. Falta de alimentos ricos em ferro (carne vermelha), vegetais verde-escuros (brócolis, espinafre e couve), zinco (ostras, semente de abóbora, amêndoa, amendoim) e biotina (gema de ovo, leite, grãos integrais, arroz integral e gérmen de trigo) causa o problema. Para que a alimentação seja balanceada e garanta a saúde dos fios, é necessário o acompanhamento médico na reeducação alimentar.

Como minimizar a queda de cabelo?

O cuidado com os fios começa com uma alimentação balanceada, composta por alimentos naturais como carne, peixes, ovo, leite, verduras, legumes, grãos e frutas. Hábitos saudáveis como não fumar e não beber álcool em excesso também são apontados como fatores importantes nesse processo. O álcool e o cigarro aumentam a produção de radicais livres, que promovem a inflamação de alguns tecidos do corpo —e toda inflamação pode causar queda capilar. Além disso, o organismo faz um esforço maior para metabolizar o álcool - o que também pode levar à queda.

Outra dica é evitar o excesso de química nos fios, que acaba danificando sua estrutura, e manter os cabelos sempre limpos. Muita gente que sofre de queda capilar evita lavar a cabeça, com medo de os fios caírem ainda mais —uma atitude equivocada. Especialistas explicam que, ao deixar de lavar os fios, um processo inflamatório no couro cabeludo causa dermatite seborreica, a famosa caspa, que leva à queda capilar.

Fontes: Rodrigo Pirmez, dermatologista pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), preceptor do Centro de Estudos dos Cabelos da Santa Casa da Misericórdia e membro da European Hair Research Society; Thiago Bianco, cirurgião e especialista em transplante capilar e implante microfolicular guiado por vídeo, membro titular da ISHRS (International Society of Hair Restoration Surgery); Carla Albuquerque, dermatologista e membro efetivo da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia).