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Novo órgão sensível à dor é descoberto na pele

Novo órgão sensível à dor pode ajudar os médicos a descobrir novas formas de tratar a dor crônica - iStock
Novo órgão sensível à dor pode ajudar os médicos a descobrir novas formas de tratar a dor crônica Imagem: iStock

Do VivaBem, em São Paulo

17/08/2019 12h12

A dor crônica causa muito sofrimento e resulta em gastos relevantes para toda a sociedade. Dados da SBED (Sociedade Brasileira de Estudos da Dor) indicam que 37% da população brasileira relatam sentir algum tipo de dor crônica --aquela que persiste por mais de três meses. Já dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos indica que um em cada cinco adultos convive com o problema.

Não é à toa, portanto, que muitos cientistas se dedicam a estudar os mecanismos da dor. Agora, um time de médicos da Suécia foi além e descobriu o que eles estão chamando de "novo órgão sensível à dor".

Publicado na Science, o estudo foi conduzido por pesquisadores do Karolinska Institutet, que constataram que a estrutura sensorial percorre toda a pele e é bastante sensível às perturbações ambientais, especialmente as provocadas por impactos mecânicos, como batidas ou picadas.

O "novo órgão" é composto por células especializadas da glia (que realizam suporte nas ações do sistema nervoso) com múltiplas saliências longas e que, coletivamente, formam uma estrutura semelhante a uma malha dentro da pele. Foi justamente essa estrutura que apresentou alta sensibilidade a picadas e pressão quando estimulada.

A pesquisa revela também como a estrutura se organiza junto com os nervos sensíveis à dor e como a ativação do órgão resulta em impulsos elétricos no sistema nervoso que resultam em reflexos e na sensação de dor.

Nos experimentos, os pesquisadores também conseguiram bloquear o órgão e viram uma queda na capacidade de sentir dor causada por estímulos mecânicos.

Por que isso é importante?

A pesquisa revela que a sensibilidade à dor não é apenas responsabilidade dos nervos da pele, mas também dessa nova estrutura sensível à dor.

A descoberta muda o entendimento dos médicos sobre os mecanismos celulares que causam sensações físicas e é significativamente importante para entender melhor os mecanismos da dor crônica, auxiliando no caminho para encontrar novas soluções para o problema.