Infecção é maior risco; Bolsonaro deve ficar com bolsa por dois meses
Depois de sofrer uma facada durante um ato de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais, o candidato à Presidência Jair Bolsonoraro (PSL) foi submetido a uma colostomia, cirurgia que conecta o intestino grosso a uma bolsa fora do corpo, para descarte das fezes.
O médico Paulo Massorolo, cirurgião e professor do departamento de cirurgia da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), ressalta que o preocupante agora é o risco de infecção, por isso, as fezes foram separadas do corpo para não haver contaminação.
Quando o indivíduo é agredido já acontece uma contaminação mínima, porém, se depois que for submetido à cirurgia, os pontos abrirem, podem ocorrer infecções graves" Paulo Massorolo
No momento em que Bolsonaro recebeu a facada, as bactérias do objeto já entram em contato com o organismo. Mas houve a ruptura do intestino grosso, e as fezes contaminaram o interior da cavidade abdominal. A preocupação é que as bactérias, que vivem no órgão sem causar problemas, caiam na corrente sanguínea e provoquem infecção.
Assim, os médicos preferiram colocar a bolsa, que deve ficar por até dois meses. "Optamos por esta conduta devido a gravidade do paciente", explicou o médico que fez a cirurgia, Luiz Henrique Borsato. Após esse período de recuperação, Bolsonaro deve passar por uma nova cirurgia para retirá-la.
A facada atingiu o intestino delgado em 3 pontos, que levou pontos, o intestino grosso e também uma veia na região do abdômen, que causou hemorragia e foi estancada no hospital.
Facada deve tirar Bolsonaro da campanha de rua
Ainda não há como saber quanto tempo o deputado vai demorar para se recuperar. " Pode levar três semanas, um mês, dois ou até três meses", diz Massorolo. Como o primeiro turno das eleições ocorre no dia 07 de outubro, o candidato não deve fazer campanha de rua até lá. A internação deve ser de uma semana a dez dias, segundo os médicos da Santa Casa.
O político chegou em estado grave, com sinais de choque e com volumosa hemorragia interna, mas seu estado de saúde após a cirurgia está estável e segue na UTI.
Na manhã de sexta-feira (7), ele foi transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
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