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Covid-19: 14 mitos e verdades para não acreditar em fake news

Máscara, covid-19, coronavírus, álcool em gel - andreswd/iStock
Máscara, covid-19, coronavírus, álcool em gel Imagem: andreswd/iStock

Do VivaBem, em São Paulo

24/03/2021 13h55

A covid-19 ainda é considerada uma doença nova e, por isso, há muitas dúvidas sobre tratamentos e vacinas.

Mas a ciência também já fez muitas descobertas. De tratamento precoce à segurança de imunizantes, saiba o que é ou não verdade quando o assunto é coronavírus.

Covid-19: saiba o que é verdade ou fake news

1. O coronavírus foi fabricado em laboratório

MITO. As melhores evidências existentes até o momento apontam para a origem do vírus se deu a partir de animais.

Estudos encontraram grande similaridade entre os genomas do Sars-CoV-2 detectado em humanos e de coronavírus encontrados em pangolins (espécie de mamífero existente em regiões da Ásia e África) e morcegos.

O mais provável, então, é que o vírus circulava inicialmente entre esses animais, mas mutações ao acaso foram ocorrendo até que fosse possível um salto de espécies, ou seja, o vírus passar a circular entre humanos.

2. As vacinas contra a covid-19 alteram o DNA humano

MITO. As vacinas não são capazes de alterar o material genético humano.

As vacinas que utilizam tecnologias envolvendo o RNA mensageiro simplesmente carregam uma "receita" para que nossas células produzam proteínas que farão com que nosso sistema imunológico fabriquem os anticorpos contra o vírus.

3. Até bebês podem ser infectados pela covid-19

VERDADE. Qualquer indivíduo, de qualquer idade, pode ser infectado e desenvolver sintomas, inclusive quadros graves e óbito.

Crianças e adolescentes costumam apresentar quadros leves ou mesmo ter infecção assintomática, mas há exceções.

Já idosos e pessoas com comorbidades têm maior risco de apresentar formas mais graves da doença. Os protocolos para se reduzir o risco de transmissão devem ser seguidos por pessoas de todas as idades.

4. Todas as vacinas contra a covid-19 são seguras

VERDADE. As vacinas que obtiveram aprovação para serem utilizadas em larga escala na população passaram por diversos tipos de testes e estudos com muitos voluntários.

Nessas análises os eventos adversos relatados foram, em sua grande maioria, reações leves, como dor no local da aplicação, dor de cabeça, mal-estar, geralmente de curta duração, melhorando espontaneamente em um ou dois dias. Não há relato de óbitos relacionados às vacinas.

Sendo assim, os benefícios da vacinação são imensamente superiores a qualquer risco relacionado a elas. Os imunizantes são seguros e devem ser utilizados pelo maior número possível de pessoas.

5. Quem pegou covid-19 já está imunizado

MITO. Embora exista alguma proteção contra reinfecção nos primeiros meses, a tendência é que essa proteção diminua ao longo do tempo.

Com a disseminação de novas variantes do coronavírus mais transmissíveis é possível que as reinfecções sejam mais frequentes.

6. Animais domésticos podem transmitir o coronavírus

MITO. Apesar de existirem relatos de animais nos quais o vírus Sars-Cov-2 foi detectado, não há qualquer evidência de que esses animais possam transmitir o vírus.

7. Não existem medicações para o tratamento da covid-19 em sua fase inicial

VERDADE. Até o momento nenhuma medicação se mostrou capaz de alterar a evolução da doença quando administrada em sua fase inicial.

Muitas drogas foram — e continuam sendo— estudadas para encontrar uma opção terapêutica eficaz, mas todos os bons estudos capazes de oferecer essa resposta indicam que ainda não há nenhuma medicação para o tratamento inicial da doença.

8. Antibióticos são eficazes na prevenção ou tratamento da covid-19

MITO. Os antibióticos são utilizados para o tratamento ou prevenção de infecções bacterianas. Não há nenhum benefício em se utilizar antibióticos para tratamento de infecções virais.

Assim como para qualquer outra substância, há risco de eventos adversos, além, é claro, de contribuir para a seleção de bactérias resistentes aos antibióticos.

9. A covid-19 só é letal em idosos

MITO. Todas as faixas etárias, desde recém-nascidos, têm risco de morrer por covid-19. O número de jovens em estado grave da doença, inclusive, tem aumentado nas últimas semanas.

A chance de morte, no entanto, é considerada maior em idosos e pessoas com comorbidades, por serem mais propensos ao desenvolvimento dos quadros mais graves da doença.

10. O uso de termômetros infravermelhos causa danos cerebrais

MITO. O termômetro é um receptor de infravermelho. Ele não emite o infravermelho, mas funciona como detector de temperatura.

O dispositivo não é capaz de causar alteração no sistema nervoso central ou no nosso organismo como um todo.

11. A água da piscina ou do mar não transmite o vírus da covid-19

Nadar é uma atividade segura. Porém, é preciso ter cuidado se você estiver nadando próximo a outra pessoa, pois há o risco de transmissão por eliminação de secreções respiratórias durante o movimento de respiração fora da água.

O distanciamento físico é essencial e o melhor é evitar frequentar ambientes compartilhados como clubes, academias de natação e praia, onde é necessário dividir o espaço na areia.

12. A pessoa pode transmitir o coronavírus mesmo sem apresentar sintoma

VERDADE. Quando se trata de uma infecção sintomática, ou seja, a partir de algum momento a pessoa infectada irá apresentar sintomas, o período de transmissibilidade se inicia antes do início dos sintomas (geralmente 48 horas antes) e pode se estender até 10 ou 20 dias após, a depender da gravidade da doença.

Vale ressaltar que há pessoas que são infectadas, mas não apresentam sintomas em nenhum momento. Essas pessoas também podem transmitir o vírus. Sendo assim, fica clara a importância de adotar as medidas de prevenção de maneira universal, pois todas as pessoas com quem temos contato podem estar infectadas sem saber.

13. Os calçados podem espalhar o vírus

VERDADE. Entretanto , trata-se de uma forma de transmissão extremamente incomum. A grande maioria dos casos é transmitida através da eliminação pela pessoa infectada de gotículas, contendo o vírus, que atinge os olhos, nariz e boca de outro indivíduo.

A outra principal forma de transmissão é através de aerossóis, que são partículas menores geradas por fala, tosse, espirro e que podem ficar suspensas no ar por horas, sobretudo em ambientes fechados e mal ventilados. No caso dos calçados seria necessário inicialmente ocorrer a contaminação destes com o vírus e, posteriormente, o vírus presente no calçado precisaria ser levado aos olhos, nariz ou boca, ao levar a mão ao rosto sem higienizá-las.

Da mesma forma, o chão pode ficar momentaneamente contaminado com o vírus, mas, novamente, esse vírus precisaria ser levado aos olhos, nariz, boca para ocorrer transmissão. Portanto, higienize as mãos logo após tocar em objetos e superfícies e não leve as mãos ao rosto antes de higienizá-las.

14. A vacina contra covid-19 pode inserir um microchip no corpo do vacinado

MITO. As vacinas produzidas e utilizadas em diferentes partes do mundo passaram por rigorosos estudos pré-clínicos e clínicos para documentar sua segurança e eficácia.

As vacinas são compostas essencialmente pelo vírus inativado ou fragmentos do vírus.

Há ainda outros ingredientes "químicos ou biológicos" como água estéril, soro fisiológico ou fluidos contendo proteína, conservantes e adjuvantes, responsáveis pela estabilidade da vacina e que ajudam a melhorar e prolongar sua proteção.

Fonte: André Ribas Freitas, médico, doutor em Epidemiologia e professor de Epidemiologia e Bioestatística na Faculdade de Medicina São Leopoldo Mandic; André Giglio Bueno, infectologista e professor da disciplina de Infectologia da Faculdade de Medicina da PUC-Campinas e Thiago Lavras Trapé, doutor em Saúde Coletiva e docente da Faculdade São Leopoldo Mandic - curadores do HubCovid.