Sexo seguro também protege o seu coração, sabia?
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Uma das maiores festas populares do nosso país está aí. Oficialmente o Carnaval só começa dentro de alguns dias, mas muitas festas, ensaios, cortejos, desfiles de blocos e trios já estão acontecendo em várias partes do Brasil. Nesta época, as campanhas de conscientização e ações preventivas para as ISTs (infeções sexualmente transmissíveis) ganham mais destaque e se intensificam, por isso aproveito para pegar carona e reforçar a importância do uso da camisinha: você sabia que o uso do preservativo, ao evitar a sífilis, protege a saúde do seu coração?
Os últimos levantamentos sobre a incidência da doença no país tornam o esclarecimento sobre a gravidade dessa IST extremamente importante. De acordo com o Ministério da Saúde, a sífilis afeta aproximadamente 160 mil pessoas por ano no Brasil (casos registrados em 2019), número que representa um aumento de 28,3% em relação ao ano anterior.
Entenda a sífilis
Quando os primeiros sintomas de uma infeção sexualmente transmissível aparecem, é comum que sejam ignorados. As pessoas tendem a achar que não é nada sério. Entretanto, uma simples febre ou manchinha vermelha na pele já pode indicar a presença da sífilis no organismo.
A doença é causada pela bactéria treponema pallidum. No início, ela provoca uma infecção e lesão genital. Com o passar dos dias, a pessoa pode ter febre, dores articulares, dor de cabeça, cansaço e manchas pelo corpo.
Se o caso não é devidamente diagnosticado e tratado, é possível que o quadro se agrave. As lesões podem afetar o cérebro, o coração, a artéria aorta e ainda provocar lesões nos ossos, pele e cartilagem. Não há parte do corpo que esteja totalmente livre da sífilis! Sem tratamento, há casos graves que levam à morte.
Fases da doença
A bactéria causadora da sífilis pode ficar encubada no organismo por até 30 anos. Porém, apresenta três fases de infecção. A sífilis primária tem como sintoma, a partir de 10 dias após o contágio, o surgimento de uma ferida em local específico, como órgãos sexuais, boca ou pele. No geral, não há dor ou coceira.
A secundária ocorre entre seis semanas e seis meses. Os sintomas são manchas avermelhadas pelo corpo, especialmente nas mãos e pés, podendo também aparecer ínguas nas regiões íntimas e virilha.
Já a fase terciária, que geralmente acontece entre o segundo e o vigésimo ano da infecção, é o período em que os sintomas podem ser mais graves, com possíveis lesões na pele e nos ossos, no sistema cardiovascular, neurológico e até risco de morte. São casos em que a doença estava latente no organismo ou que os sinais foram ignorados pelo indivíduo infectado e o diagnóstico acabou sendo realizado tardiamente.
No coração
É na fase terciária que o paciente pode desenvolver a sífilis cardiovascular e desencadear aneurismas, inflamações e danos às válvulas e artérias do coração, incluindo a aorta.
No caso de um aneurisma, ou seja, uma dilatação anormal, localizada, da artéria aorta, é importante esclarecer que ele se desenvolve de forma silenciosa e sem sintomas. À medida que aumenta de tamanho, os sinais aparecem.
O aneurisma, por comprimir outras estruturas ao redor da aorta, gera dores torácicas e nas costas. Já houve registros de pessoas com esse tipo de problema que chegavam tardiamente ao consultório apresentando corrosão do esterno ou costelas, com risco eminente de sangramento e morte. Hoje esses casos mais graves são bem raros, mas podem acontecer.
Já, ao comprometer a válvula aórtica, a sífilis provoca a insuficiência e, por consequência, permite que parte do sangue bombeado para o corpo retorne ao ventrículo esquerdo, que aumenta de tamanho progressivamente. O paciente passa então a sentir cansaço ao caminhar, dificuldade ao respirar, caracterizando uma insuficiência cardíaca grave, inclusive com a possibilidade de uma congestão pulmonar.
Tratamento e prevenção
Em todos os casos, o tratamento no combate à bactéria é feito com antibióticos, em especial a penicilina. Para pacientes com a sífilis cardiovascular é imprescindível também o acompanhamento de um cardiologista especializado para avaliação e tratamento específico.
A sífilis pode ser transmitida durante o sexo sem preservativo (inclusive o sexo oral), por transfusão de sangue contaminado ou da mãe infectada para o bebê durante a gestação ou parto.
Para evitar o contágio, é fundamental usar o preservativo em toda relação sexual. Além disso, como dito acima, uma pessoa pode ter sífilis e não saber, uma vez que existe a possibilidade de a doença aparecer e desaparecer, mas continuar latente no organismo. Por isso, é importante se proteger, fazer testes regularmente e, se a infecção for detectada, tratar da maneira correta.
Há um teste rápido para sífilis disponível gratuitamente no SUS (Sistema Único de Saúde) capaz de diagnosticar a doença em 30 minutos. No caso dos testes, aliás, é importante realizar esse acompanhamento para todas as ISTs. Caso seja detectada qualquer bactéria no organismo, é possível iniciar o tratamento imediato, evitando novas transmissões e o agravamento do quadro.
Por fim, vale reforçar ainda que a sífilis pode ser adquirida mais de uma vez na vida! Portanto, seja no Carnaval ou em qualquer outra época do ano, sexo com segurança e o acompanhamento regular da sua saúde são fundamentais sempre!
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