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Varíola dos macacos x gestantes: ainda há várias lacunas em aberto
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Quando o número de casos de covid começou a cair, e a ideia de que uma certa tranquilidade, no que diz respeito a infecções, poderia surgir, notícias de uma nova infecção começaram a circular e aumentaram os casos de varíola dos macacos ou monkeypox.
Em maio de 2022, mais de 200 casos já estavam confirmados pelo mundo, trazendo à tona outra doença de fácil disseminação e com uma dúvida bem complexa: como ficam as gestantes em relação a varíola dos macacos?
O surto que estamos vivenciando é causado pelo vírus da varíola dos macacos da África Ocidental, que tem uma taxa de mortalidade de cerca de 1%. Apesar deste nome, o principal hospedeiro são os roedores e seu reservatório natural permanece desconhecido.
O primeiro caso descrito em humanos foi registrado em 1970, no Congo. Tornando-se uma doença observada na África Ocidental e Central.
A transmissão pode ocorrer por contato direto (sexual ou pele a pele) ou próximo, através de grandes gotículas respiratórias e por compartilhar itens como toalhas e roupas de cama, porém com poucos casos nesta forma de contágio.
Hoje os estudos mostram que a forma de contágio sexual é a principal, embora não esteja claro se isso se deve ao contato sexual ou contato próximo durante a relação sexual.
Após algum contato, é possível que os primeiros sintomas comecem após cinco dias, podendo chegar até a 21 dias. Inicialmente, é possível observar febre, dores de cabeça, no corpo e fadiga. Em seguida, surge a fase mais característica, com as lesões, que tem sido amplamente divulgada.
Sobre as gestantes, até o momento a infeção deixa várias lacunas em aberto, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a transmissão da mãe para o feto pode ocorrer pela placenta ou por contato próximo, durante e após o nascimento.
A maioria dos quadros em gestantes é leve, tem curso rápido e bom prognóstico, mas alguns estudos mostram que a doença está associada a um risco aumentado de morbidade e mortalidade materna e do recém-nascido, incluindo morte fetal, parto prematuro e aborto espontâneo.
E quando a vacina chega?
Até o momento, não há vacina aprovada contra a varíola dos macacos para gestantes, mas as primeiras vacinas estudadas não observaram aumento nos resultados adversos da gravidez.
Para o parto não existem restrições, pois a maioria dos casos são leves e sem necessidade de cesariana, exceto se houverem lesões genitais, mas com máximo possível de orientação para a gestante. Mesmo assim, sugere-se sempre discutir com as gestantes sobre os riscos e benefícios em relação à via de nascimento.
O que temos até o momento é incerto, mas evitar contato tanto sexual, assim como pele a pele, é até o momento uma das melhores opções disponíveis para as gestantes e a população geral.
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Referências:
Khalil A, Samara A, O'Brien P, Morris E, Draycott T, Lees C, Ladhani S. Monkeypox and pregnancy: what do obstetricians need to know? Ultrasound Obstet Gynecol. 2022 Jul;60(1):22-27. doi: 10.1002/uog.24968. PMID: 35652380.
Khalil A, Samara A, O'Brien P, Morris E, Draycott T, Lees C, Ladhani S. Monkeypox vaccines in pregnancy: lessons must be learned from COVID-19. Lancet Glob Health. 2022 Jun 27:S2214-109X(22)00284-4. doi: 10.1016/S2214-109X(22)00284-4. Epub ahead of print. PMID: 35772413; PMCID: PMC9236565.
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