Topo

Gustavo Cabral

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Complexo, o controle da pandemia só é possível com vacinas e um bom governo

iStock
Imagem: iStock

Colunista do VivaBem

08/03/2021 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Estamos vivendo o pior momento da pandemia, com a maior média de mortes provocado pela covid-19 desde a primeira infecção pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) no Brasil, há aproximadamente um ano. A tragédia é enorme e não conseguimos mensurar ainda quão danosa ela é para o país, pois além das vidas perdidas para o vírus temos pacientes com outras doenças que deixam de receber tratamento adequado devido ao colapso nos hospitais.

Muita gente está com medo de não contar com assistência médica caso pegue covid-19, de perder pessoas queridas, de ter de ficar mais um ano em casa enquanto tem gente se divertindo em festas e desrespeitando as regras de distanciamento social. Por tudo isso, tenho recebido uma enxurrada de perguntas nas minhas redes sociais sobre quando a pandemia vai acabar, se o vírus nunca vai desaparecer ou quando voltaremos a viver normalmente.

Primeiramente, é importante saber que essa pandemia vai, sim acabar! Só não sabemos ao certo quando. Isso dependerá de um conjunto de fatores que favorecem o controle do coronavírus. Por exemplo, a vacinação em massa acontecer o mais rapidamente possível, para evitarmos o surgimento de novas variantes que possam escapar, mesmo que parcialmente, das vacinas e torná-las menos eficientes.

O uso de máscara, a higienização das mãos e o distanciamento social também são essenciais para conter o vírus. Você sabe disso, pois já está ouvindo a mesma coisa há cerca de um ano, mas precisamos ser repetitivos para que toda sociedade compreenda, pois muitas pessoas não entenderam isso, muito por culpa do "Programa de Desorientação do Governo Federal", que faz muita coisa para atrapalhar a prevenção da covid-19.

O controle dessa pandemia é complexo. Não podemos simplesmente dizer para todos ficarem em casa, sendo quem muitas pessoas precisam pegar transporte público lotado para ir trabalhar e garantir o sustento da família. Mas também não podemos aceitar que pessoas se aglomerem em bares e festas... Precisamos de bom senso, a começar pelo governo.

De nada adianta todo o conhecimento científico que já temos sobre o vírus e as vacinas se não houver projetos governamentais em prol do povo e que façam a sociedade abraçar todas as medidas para conter a pandemia como uma causa única: a salvação humana

Controlar a pandemia quer dizer acabar com o vírus?

Definitivamente, não! É improvável que acabemos com o Sars-Cov-2, pois ele se espalhou pelo mundo inteiro e alcançou um número astronômico de vetores humano. Mesmo que não desenvolvamos a covid-19, somos vetores do vírus sem saber. Mesmo quando controlarmos a pandemia, o vírus sempre estará entre nós e necessitaremos de uma atenção continua para não ocorrer descontrole de sua propagação.

Basta vermos o H1N1, o vírus da gripe, contra quem temos uma atenção contínua e mesmo assim provoca mortes todos os anos. Devido a capacidade de mutação viral, temos que vacinar anualmente parte da população contra a gripe, e o mesmo pode acontecer com a covid-19.

Dessa forma, podemos concluir que "voltaremos ao normal" após controlar a pandemia, mas esse será um "novo normal", em que deveremos estar sempre atentos para manter a vacinação em massa e acompanhar o possível surgimento de novas variantes. Ou seja, precisaremos ter a ciência ao lado da sociedade e vice-versa, pois apenas dessa forma conseguiremos controlar e manter sob controle essa pandemia.

Só o tempo vai dizer se a covid-19 se tornará uma doença sazonal e teremos um pico dela anualmente, como acontece com a gripe no inverno. Claro que antes de pensar nisso precisamos pensar a controlar a doença agora. Mas esse controle depois deverá ser contínuo, pois o coronavírus parece que veio para ficar. No entanto, repito, o vírus pode ser controlado se a sociedade e, principalmente, os políticos que gerem a saúde pública atuarem de forma responsável, pois a ciência já tem feito a parte dela da melhor maneira.