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Sem "tin-tin" ou política: dicas para fugir de gafes em países estrangeiros

Marcel Vincenti

Colaboração para o UOL

17/10/2019 04h00

Em viagens pelo exterior, a hora da refeição é uma das ocasiões com maior potencial para deixar os turistas em situações embaraçosas.

Ao redor do mundo, há diversos países que possuem ritos e costumes extremamente peculiares quando o assunto é comer e beber.

São procedimentos que podem envolver desde a maneira de manusear a comida até o modo como as pessoas se relacionam ao redor da mesa (e que podem parecer bem estranhos aos olhos dos viajantes brasileiros).

A seguir, veja como não passar vergonha na hora de almoçar ou jantar na "gringa".

Sem a mão esquerda na Índia

Comida indiana, Índia - MelanieMaya/Getty Images/iStockphoto - MelanieMaya/Getty Images/iStockphoto
Imagem: MelanieMaya/Getty Images/iStockphoto

Um dos primeiros estranhamentos que todo brasileiro tem na Índia é perceber que, em muitos restaurantes e casas do país, as pessoas comem com a mão, sem o auxílio de talheres.

Mas é importante notar que, nestes casos, a alimentação costuma ser feita apenas com a ajuda da mão direita.

A canhota, em território indiano, tem outra função: diversas pessoas a usam para conduzir a higiene das partes íntimas depois de uma ida ao banheiro.

Por isso, você pode ser considerada uma pessoa bem nojenta se tocar na refeição com a mão esquerda na frente dos outros.

Não diga "tin-tin" no Japão

Brinde de saquê no Japão, bebida japonesa, kanpai - ahirao_photo/Getty Images/iStockphoto - ahirao_photo/Getty Images/iStockphoto
Imagem: ahirao_photo/Getty Images/iStockphoto

No Brasil, é comum dizer "tin-tin" na hora de brindar antes ou durante uma refeição. Mas, no Japão, este termo pode deixar as pessoas à sua volta coradas de vergonha.

No território nipônico, "tin-tin" é sinônimo de pênis.

Na hora do brinde, use a palavra "kanpai", algo correspondente ao nosso "saúde".

Sucção de lámen no Japão

Comendo lámen no Japão, gastronomia japonesa - sevendeman/Getty Images/iStockphoto - sevendeman/Getty Images/iStockphoto
Imagem: sevendeman/Getty Images/iStockphoto

Outro costume nipônico que pode deixar o turista brasileiro em situação embaraçosa: no Japão, é comum que as pessoas chupem com força a massa oriental lámen depois de levá-la à boca, gerando um grande barulho de sucção.

Isso pode assustar os brasileiros, não acostumados com este tipo de atitude e ruído durante a refeição.

Mas encare tudo com normalidade: trata-se de uma maneira comum e socialmente aceita de ingerir a receita no território japonês.

Cuide das meias nos EUA

Meias, varanda, café - Bogdan Kurylo/Getty Images/iStockphoto - Bogdan Kurylo/Getty Images/iStockphoto
Imagem: Bogdan Kurylo/Getty Images/iStockphoto

Nos Estados Unidos, existe o costume disseminado de tirar os calçados logo depois de entrar em casa.

Ou seja, se for convidado para almoçar ou jantar na residência de alguém durante uma viagem pelo país norte-americano, você possivelmente terá que deixar os sapatos ao lado da porta de entrada antes de se sentar à mesa.

Por isso, é bom ter certeza de que suas meias não estão furadas, feias ou com chulé. São tipos de estética e odor que não combinam muito com comida, certo?

Idosos primeiro na Coreia do Sul

Idosa sul-coreana, Coreia do Sul - ejr1495@naver.com/Getty Images/iStockphoto - ejr1495@naver.com/Getty Images/iStockphoto
Imagem: ejr1495@naver.com/Getty Images/iStockphoto

Regra de etiqueta importante na Coreia do Sul: lá, seja em uma residência ou em um restaurante, é norma que os idosos comecem a se servir primeiro.

Ou seja, se você estiver compartilhando uma mesa com pessoas nativas de idade avançada, deixe que elas deem início ao ritual gastronômico, desde o manuseio dos instrumentos usados para pegar a comida até o "ataque" à refeição.

Também é educado ter a mesma atitude com pessoas que sejam mais velhas do que você, mas que não sejam necessariamente idosas.

E, antes de se sentar, espere que os mais velhos escolham os seus assentos à mesa.

Sem álcool no mundo muçulmano

Taça de vinho, garrafa de vinho, vinícolas - Zakharova_Natalia/Getty Images/iStockphoto - Zakharova_Natalia/Getty Images/iStockphoto
Imagem: Zakharova_Natalia/Getty Images/iStockphoto

Em países de grande população muçulmana, tome cuidado se você for convidado para comer na casa de alguém.

Os seguidores do islamismo não costumam beber álcool: pode ser ofensivo se você aparecer na porta do seu anfitrião trazendo aquela tradicional garrafa de vinho (gesto que, no Brasil, é de bom tom).

É melhor chegar com doces ou alguma outra coisa gostosa para a sobremesa.

Garçons mal-humorados na Europa

Garçom mal-humorado, homem mal-humorado - AaronAmat/Getty Images/iStockphoto - AaronAmat/Getty Images/iStockphoto
Imagem: AaronAmat/Getty Images/iStockphoto

Não é lenda: na Europa, em países como França, Itália e Áustria, é comum que garçons tratem de maneira fria (e, às vezes, até rude) os clientes dos seus restaurantes.

Não raro, eles anotam os pedidos e trazem a comida como se estivessem fazendo um favor ao freguês.

Muitos brasileiros, acostumados com o atendimento mais amigável que ocorre no território verde e amarelo, ficam chocados, bravos ou constrangidos com isso.

Mas o segredo é relevar este tipo de atitude e não deixar que ela estrague o momento da refeição.

Evite discussões políticas

Templo budista na Tailândia com foto do rei Bhumibol Adulyadej - Getty Images - Getty Images
Imagem: Getty Images

No Brasil, principalmente nos dias de hoje, é normal que as conversas à mesa do almoço ou jantar terminem em acaloradas discussões envolvendo política.

Mas, ao viajar para países pouco ou nada democráticos, evite falar sobre os líderes políticos locais se você for comer com algum nativo (seja na casa dele ou em um restaurante).

No Egito, por exemplo, as pessoas têm receio de mencionar qualquer coisa negativa sobre o autoritário presidente do país, Abdel Fattah el-Sisi.

Já na Tailândia, você pode arranjar uma briga das boas se falar mal ou fizer gracinhas com o falecido rei da nação asiática, Bhumibol Adulyadej, extremamente respeitado por parte da população e cujo retrato aparece em diversos restaurantes e templos do país (na foto).

Saiba como a população do lugar visitado se relaciona com seus líderes antes de entrar em conversas polêmicas sobre política.