Sexo oral ajuda? Masturbação atrapalha? Mitos e verdades sobre a ereção

Até mesmo entre os próprios homens a maneira como o seu corpo funciona costuma ser subestimada, por tabu ou pura falta de informação, mesmo. A ereção, em especial, é fonte de grandes especulações, conforme mostram as dúvidas abaixo.

Disfunção erétil é coisa de homem velho?

Mito. Fatores como estresse e problemas cardiovasculares têm afetado uma população de homens maduros já antes dos 50 anos. 45% da população masculina tem algum problema de ereção, seja qual for a faixa etária. O que muda são as causas: enquanto nos mais maduros os fatores são orgânicos, nos jovens a incidência é de motivos de origem psicológica. Sob qualquer suspeita, principalmente em situações frequentas de perda de ereção, a recomendação é consultar um especialista.

O homem que não consegue "engatar" a segunda tem problema?

Mito. Apesar de esse ser um grande temor, a capacidade do homem de se recuperar e ter uma nova ereção é muito variável de pessoa para pessoa —e depende, também, de aspectos físicos e psicológicos. Não há nenhuma anormalidade em ter apenas uma penetração durante o ato sexual. Essa é uma imagem idealizada do poder masculino focado na ereção. A ansiedade de desempenho, aliás, pode colocar tudo a perder: a primeira, a segunda, a terceira... Fica a dica para os homens: curtam sua atividade sexual livremente, sem pressões ou necessidade de ser o super-homem. Quem não relaxa não aproveita o momento.

Anéis penianos ajudam?

Em parte. Eles são vendidos como sex toys, mas, antes de mais nada, são um recurso médico. O anel peniano é indicado para casos de disfunção erétil ocasionada por fuga venosa, uma espécie de "falha" no mecanismo fisiológico que impede a saída de sangue do pênis no momento da ereção. Com isso, ele não endurece. Quando o anel constritor é colocado na base do pênis, o problema se resolve. Os anéis também são bons quando o homem tem dificuldade de manter a ereção, pois ajudam a 'segurá-la' o suficiente para uma relação sexual satisfatória.

Existe ereção fraca?

Verdade. A atividade sexual masculina, inclusive, é classificada através de um questionário validado para essa função. A pergunta mais importante no domínio da ereção é se o homem tem ereções rígidas suficientes para a penetração. Em algumas situações, o cara até tem uma boa ereção, mas que se perde antes da penetração. A frequência e intensidade desses episódios, e as prováveis causas da perda da ereção, permitem classificar o paciente em um quadro de disfunção erétil leve, moderado ou grave.

Sexo oral sempre ajuda a ereção?

Verdade. Muitos caras pedem essa "ajudinha" quando estão muito ansiosos ou querem dar a segunda porque ela, de fato, tem efeito. O estímulo através do sexo oral ativa receptores de sensibilidade no pênis, aumentando o prazer do homem, potencializando a ereção. Nessa mesma linha, os estímulos visuais, de cheiro, beijo e o toque na pele também estimulam significativamente a percepção de prazer, levando a uma ereção de maior qualidade. Qualquer forma de estimulação pode ajudar, contanto que seja bem feita e bem recebida.

Continua após a publicidade

Masturbação em excesso causa dificuldade de ereção?

Mito. Não há nenhuma evidência que a ereção seja prejudicada pelo estímulo realizado pelo próprio homem. A masturbação, inclusive, é aconselhada para controlar o tempo de ejaculação. O que acontece é que, se o homem se masturba antes de fazer sexo com alguém, pode sentir dificuldade em ter uma ereção completa.

Às vezes o homem brocha porque acha a mulher "demais"?

Verdade. Qualquer tipo de estresse —mesmo um do tipo "positivo" como esse— eleva significativamente a quantidade circulante dos hormônios adrenalina e cortisol no organismo e nos receptores das terminações nervosas. Há uma contração vascular com menor fluxo de sangue nas artérias, o que, em último caso, leva a detumescência do pênis. Ou seja: o temido estado de flacidez. Por isso é recomendável que o homem esteja tranquilo e relaxado antes de transar e se concentre nas preliminares —além de ser uma ótima forma de dominar a ansiedade, vai ajudar também a parceira a se excitar e a se soltar.

Fontes: Alex Meller, urologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo); Marcos Tobias Machado, urologista

*Com matéria publicada em 05/11/2018

Deixe seu comentário

Só para assinantes