Reage com foguinho, mas nunca marca date? Você está sofrendo orbiting

Rolou interesse, deu match no app de namoro - vocês trocam redes sociais, contato e de repente - puff! A pessoa nunca marca nada, some, mas ao mesmo tempo continua interagindo e a reagindo a postagens nas redes sociais? Esse comportamento vem sido chamado de orbiting.

O que é orbiting?

Orbiting, derivado do verbo "orbitar", refere-se a pairar em volta de alguém sem realizar contato direto.

Este fenômeno é cada vez mais comum na era das relações digitais, e muitas pessoas já foram vítimas disso ou mesmo praticaram essa conduta.

Segundo a psicóloga Ohara Coca, "essa situação é uma das consequências diante do cenário superficial em que estão se estabelecendo os relacionamentos atuais, assim como um reflexo da sociedade narcísica a qual estamos inseridos."

Em essência, o orbiting ocorre quando alguém deixa de responder diretamente às suas mensagens, mas continua a interagir com você nas redes sociais, visualizando suas histórias ou curtindo suas postagens.

Esse comportamento gera insegurança, ansiedade e tristeza, pois a pessoa que sofre com isso muitas vezes se questiona sobre o motivo dessa interação indireta.

Como identificar o orbiting?

Identificar o orbiting pode ser uma tarefa delicada, mas há sinais claros a serem observados.

Segundo a psicóloga Ohara, "o principal não seja o orbiting em si, mas o que se evoca a partir dele. Por que tanta insegurança, ansiedade, tristeza? Eu tenho postado coisas visando mobilizar o outro? Por que preciso ficar acompanhando notícias do(a) ex? Por que preciso acompanhar quem está visualizando e curtindo minhas coisas?"

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Para identificar o orbiting, preste atenção aos seguintes pontos:

Interação indireta: A pessoa deixa de responder diretamente às suas mensagens, mas continua a visualizar suas histórias e curtir suas postagens.

Insegurança e ansiedade: Você sente insegurança e ansiedade decorrente dessas interações superficiais.

Expectativas não correspondidas: Você ainda possui expectativas quanto ao relacionamento e o comportamento da outra pessoa dificulta se desvincular.

"O orbiting evoca fantasias inconscientes em quem ainda possui expectativas quanto ao relacionamento, dificultando o desinvestimento afetivo e processo de luto. Se a resposta do outro lhe afeta (seja você quem orbita ou é orbitado), talvez a questão não seja o outro, mas você", aponta a psicóloga.

Orbiting e a geração Z

Aplicativos como o Hinge têm se empenhado em entender a comunicação dos jovens, que podem culminar no temido orbiting.

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Em fevereiro passado, a empresa fez um estudo sobre os hábitos de vínculo romântico da Geração Z.

Foram analisados os emojis usados, sinais de pontuação, o tempo de resposta e até mesmo o tamanho das mensagens.

Entre os principais apontamentos do levantamento, estão:

Duas em cada três pessoas que utilizam apps de namoro olham o tempo de resposta das mensagens como forma de avaliar o real interesse do pretendente em sair.

56% dos entrevistados admitem que analisam excessivamente a linguagem digital de um match.

Três em cada quatro acreditam que começar uma conversa é um sinal óbvio de interesse.

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*Com informações de matéria publicada em 19/11/2018.

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