Carla Cristina fala de 'Vai na Fé' e 'BBB': 'Iria fácil e ia ganhar'

A atriz Carla Cristina é a convidada do oitavo e último episódio da primeira temporada de "Maria vai com os Outros", programa de Universa apresentado pela atriz e colunista Maria Ribeiro. Caminhando por Santa Teresa, no Rio, Carla critica quem tem preconceito contra o bairro, fala da participação na novela "Vai na Fé" e diz se toparia participar do "BBB".

Carla nasceu e vive até hoje no bairro Catumbi, que faz limite com Santa Teresa. "O povo esquece que Santa Teresa é turístico, mas é um morro. E tudo que tem um morro, o povo tem preconceito, porque acha que é favela, mas e se a gente fosse? Qual o problema?", questiona a atriz.

"Como se o Rio de Janeiro fosse todo plano ou como se a favela não fosse lugar de trabalhador, como se eu não pudesse voltar para casa", critica.

Passeando pelas memórias da atriz, Maria Ribeiro cita a participação de Carla em "Vai na Fé". Questionada se o sucesso da novela se deveu ao fato de a protagonista ser evangélica, Carla diz que, para além de religião, o grande tema da novela é a fé —assunto que também é particularmente especial para ela, que é espírita.

"Estavam esperando que fosse uma novela evangélica, porque a protagonista é evangélica", diz a artista, que assumiu a personagem Bruna, melhor amiga de Sol, a protagonista. "A novela é uma novela de quem tem fé, de quem acredita".

"A partir do momento que você acorda cedo, com o dia ainda no escuro e você levanta, toma um banho, toma o teu café e pensa, se programa e vai trabalhar, você é uma pessoa de fé, de força. Não tem a ver só com religião, tem a ver com fé".

Carla acrescenta que, apesar de ser espírita, também cresceu rodeada de outras influências religiosas: seu padrasto é testemunha de Jeová, sua irmã é da Assembleia de Deus, sua mãe era católica, uma das avós era umbandista e a outra, do candomblé. "A gente não escolhe nada, a religião é que nos abraça, a gente é escolhida pelo lugar."

Situação difícil na infância

A atriz afirma que nunca gostou de chamar a atenção e era tímida na escola: "Só que, quando tinha coisas para o lado das artes cênicas, eu ficava muito feliz e perdia toda a vergonha".

Aos 15 anos, a professora de artes chamou sua mãe na escola e elogiou sua performance. "Minha mãe voltou chorando. E eu 'mãe, mas eu não fiz nada', aí ela falou: 'não, filha, a sua professora me chamou pra falar que você é muito dedicada às aulas e que assim que eu tivesse condições na vida, que eu procurasse um curso de teatro pra você, porque você é atriz", diz.

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Carla diz que herdou todo o bom humor da mãe e compara suas atitudes às do personagem Guido, do clássico "A Vida é Bela", que, quando é levado para um campo de concentração junto com o filho, usa da imaginação para fazer o menino acreditar que estão participando de uma grande brincadeira. "Antes de sair aquele filme, minha mãe já fazia aquilo."

Teve uma época que a situação ficou muito braba. Vi minha mãe chorando e falei: 'mãe, por que você está chorando?' Eu tinha 10 anos. Ela disse: 'não, tô aqui testando, pra quando você começar a fazer suas peças, eu chorar'. Mentira, é porque só tinha comida pra mim e pra minha irmã, não tinha pra ela e pro meu pai, mas ela nunca deixou a gente perceber. Carla Cristina

BBB: 'Iria fácil'

Carla também contou para Maria que adora assistir ao "BBB" e que participaria do reality show: "Iria para o BBB fácil, e eu ia ganhar. Nem TPM me pega no trabalho".

Para ela, o único problema seria não conseguir tolerar sujeira no banheiro nem na cozinha. "Eu não ia fazer xixi em banheiro sujo; número 2 nem pensar! E frigideira grudando, como eu ia cozinhar?".

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