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Casais liberais: eles compartilham detalhes da vida sexual - e faturam alto

"Uma das nossas regras é não sair quando tá brigado. A gente só sai quando está bem, bem resolvido, pra nunca decidir algo com a cabeça longe, nervoso, nada desse tipo", entrega Biel - Acervo pessoal
"Uma das nossas regras é não sair quando tá brigado. A gente só sai quando está bem, bem resolvido, pra nunca decidir algo com a cabeça longe, nervoso, nada desse tipo", entrega Biel Imagem: Acervo pessoal

Angélica Morango

De Universa, em São Paulo

26/06/2023 04h00Atualizada em 26/06/2023 10h21

Juntos há dez anos, Biel e Julia levaram um tempo, quase quatro anos desde que começaram a namorar, até se sentirem à vontade para explorar o meio liberal e se envolverem sexualmente com outros parceiros.

"Foram muitos meses de conversas, brigas e inseguranças até a gente estar seguro pra isso", conta Julia. "Eu tinha muito ciúme, mas no fundo eu tinha vontade, desejo. Mas o ciúme atrapalhava muito. Aí a gente começou com o swing, uma troca de casal. Foi a nossa primeira vez e a do casal também", relembra ela. Até então, os dois nunca tinham tido experiências na cama que envolvessem outras pessoas.

A busca por mais parceiros para aventuras começou a acontecer na internet e sem muita exposição do casal. Mas alguns interessados começaram a pedir fotos e vídeos, e os dois passaram a vender o material erótico que produziam por fetiche. A partir daí, o que era diversão virou também negócio - e dos bons.

Prazer e dinheiro

"Na época, eu era desenhista, a Ju era florista, e a venda de conteúdo era só um hobby, uma renda extra. Conforme as coisas foram acontecendo, a gente viu que dava pra ganhar dinheiro de verdade se montasse as plataformas. Em 2020, antes mesmo da pandemia, do lockdown, eu já tinha saído do meu trabalho só pra me dedicar a isso, à criação de conteúdo, porque já tinha ultrapassado o que eu ganhava como desenhista. Desde aquela época, a gente só trabalha com isso e vive bem melhor do que vivia antes", celebra Biel.

No Twitter, o casal mantém a conta @VidaSafada2022, em que interage com os mais de 80 mil seguidores. O acesso às mais de 4 mil fotos e vídeos picantes no site oficial dos dois é liberado a partir de uma assinatura mensal.

Ana e Júnior - Acervo pessoal - Acervo pessoal
"Ter que nos esconder para que possamos ter uma vida 'normal' é um pouco chato. Acho que essa é a única desvantagem. Principalmente quando o casal, assim como nós, tem filhos. Não queremos que eles sejam julgados ou sofram qualquer tipo de problema por conta de nossas escolhas de vida", explicam Ana e Júnior, sobre o fato de não exporem seus rostos
Imagem: Acervo pessoal

Durante muito tempo, a possibilidade de um relacionamento liberal não era nem cogitada pelo casal Ana e Júnior. Na verdade, ele queria, mas não tinha coragem de tocar no assunto com a esposa.

"Não consigo mensurar o tempo em que guardei isso somente para mim. Foi um processo lento e um pouco doloroso para que eu aceitasse meus desejos e minha sexualidade. Após passar por este processo, dividir isso com o amor da minha vida parecia ser uma tarefa impossível. Ana sempre foi muito recatada, eu sabia que a reação dela não seria de se empolgar com a ideia. E eu estava certo. Tentei de várias formas de abrir o assunto de maneira despretensiosa e todas foram malsucedidas. Um belo dia, criei coragem e enviei um texto sobre relacionamento aberto. A partir disso, iniciamos um longo diálogo sobre tudo que poderia vir a acontecer", relata ele.

"Passamos por todos os processos: abrir o diálogo, começar a fantasiar, mais diálogo, mais fantasia, abrir uma rede social adulta, encontrar a pessoa certa e de confiança, até o dia em que saímos de fato e vimos que era uma vibe gostosa de viver. Tudo isso levou mais de um ano" Ana e Júnior

A chave para o sucesso

Para o casal, a chave para uma relação liberal é o diálogo. "Para qualquer tipo de relação, o diálogo deveria ser prioridade. Além disso, ter respeito e cuidado com os desejos do parceiro(a) também é fundamental. Não é porque você quer ter uma relação aberta que ele deve aceitar isso. Pode ser que isso não seja pra ele. A vida é feita de escolhas e nós não podemos ter tudo. Se o seu parceiro não se sente bem e não deseja se permitir viver esse tipo de experiência, você deve saber a hora de abrir mão desse desejo. Seu casamento não deve acabar e nem entrar em crise por isso. Se não agrega valor para ambos, esqueça isso e siga em frente", opinam.

No Twitter, em que juntos têm mais de 75 mil seguidores e em seu site, Ana e Júnior dão dicas e sugestões para curiosos e iniciantes no meio liberal.

Thay - Acervo Pessoal - Acervo Pessoal
"Acho que todo casal liberal que se ama sente um pouco de ciúmes um do outro, é completamente normal, mas acredito que os casais liberais lidam com os ciúmes de uma forma mais madura, com muita conversa e honestidade", diz Thay
Imagem: Acervo Pessoal

Com mais de 860 mil seguidores só no Twitter, a paulista Thay, a @thayksada, é uma das influenciadoras de maior sucesso do meio liberal. Exibicionista, ela começou a conquistar popularidade com o trabalho como cam girl em uma famosa plataforma brasileira dessa modalidade.

Atendendo aos pedidos dos fãs, ela passou a publicar fotos e vídeos das experiências orgásticas vividas com o marido e outros parceiros em seu próprio site.

Mas o reconhecimento nas redes, ela garante, é reflexo do que ela e o marido fazem por prazer. O retorno financeiro é consequência.

"Nós realmente não trabalhamos com produção de conteúdo adulto, nós compartilhamos nossas fantasias, nossa vida liberal, nossas aventuras. Fazemos vídeos e fotos por hobby e, ainda assim, muito pouco do que fazemos é compartilhado para monetizar. Tudo é gravado de forma amadora mesmo. Com o tempo, apenas fomos melhorando a qualidade das imagens para os assinantes terem uma experiência melhor. Nós realmente vivemos o mundo liberal, não estamos nele apenas para gravar conteúdos. Adoramos fazer isso. Saber que muitos casais se inspiram no que fazemos é muito gratificante."

Vantagens e desvantagem

Juntos há 23 anos, desde a adolescência, Thay e Fer listam o respeito, a cumplicidade, o prazer e a confiança como principais vantagens de um casamento liberal. Mas um caminho não-tradicional, pontua ela, é árduo.

"O julgamento da sociedade é a desvantagem. Em um país cada vez mais polarizado, é difícil ser quem queremos ser. E eu não falo das pessoas serem como nós, apenas aceitarem o que queremos. As pessoas fazem muitas maldades com pessoas que querem viver como nós apenas pelo prazer de fazer mal, de complicar ou tumultuar a vida de um casal. Essa é realmente uma desvantagem."

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