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Curti festão de luxo com Marina Ruy Barbosa e talvez tenha passado vergonha

A vista da festa online, cuja sala principal era a pista de dança - Divulgação
A vista da festa online, cuja sala principal era a pista de dança Imagem: Divulgação

Natália Eiras

Colaboração para Universa

17/07/2020 04h00

Como repórter, frequento festas e eventos de marcas de beleza há pelo menos sete anos. Durante a pandemia, já encarei algumas baladas por videoconferência. Mas, nesta quarta-feira, a experiência foi um pouco diferente: fui convidada para uma festa online, organizada por uma marca de luxo, que teria entre seus convidados —e meus companheiros de Zoom— artistas como Marina Ruy Barbosa, Mateus Verdelho e MC Pocah. Não sabia se o meu escritório, de onde eu participaria do evento, estava preparado para tanto glamour.

A balada foi agitada pela Yves Saint Laurent para o lançamento dos perfumes "Y" e "Libre". Recebi, por e-mail, as diretrizes de como participar da festa, que tinha dois ambientes: a pista de dança, onde Pathy de Jesus e o grupo Jetlag cuidaram das picapes, e a sala de imprensa, onde jornalistas mandariam, pelo chat, perguntas que seriam feitas por uma representante da marca para o squad de famosos que estavam presentes.

Alguns dias antes, os convidados receberam um kit em casa com perfumes e um letreiro da marca, para entrar na vibe. Também tivemos acesso a planos de fundo virtuais para colocar em nossa câmera para a balada, para dar uniformidade ao lugar da festa, ajudando na sensação de partilhar o mesmo lugar.

O evento começou pontualmente às 19h, com Hugo Gloss como anfitrião. Quem já participou desse tipo de festa sabe que os convidados famosos chegam apenas uma ou duas horas depois do início da balada. É comum repórteres, como eu, terem que ficar um bom tempo em pé, talvez com um drinque na mão, esperando para trocar uma palavrinha com as celebridades.

Neste sentido, a festa online se tornou uma vantagem: enquanto os jornalistas e convidados anônimos entravam na sala virtual, os famosos já estavam presentes, mesmo que com microfone e câmera desligados. Não seriam horas de espera.

Hugo Gloss logo começou as apresentações: Mateus Verdelho contou que estava há mais de três meses em quarentena porque havia sido diagnosticado com Covid-19, infecção causada pelo coronavírus, muito antes do isolamento social ter sido estimulado em estados como São Paulo.

Flavia Pavanelli agradeceu o fato de o anfitrião ter dito que nenhuma polêmica seria abordada naquela festa. Felipe Titto já chegou dizendo que não estava "quarentenando", porque tinha que "resolver as paradas dele". Ele foi interrompido por Marina Ruy Barbosa, que brincou: "Cuidado, Titto, você vai ser cancelado".

A atriz estava toda montada, o que contrastava com Caio Castro, que surgiu na festinha de pijama de unicórnio. "Estou em casa e quis ficar confortável", o artista explicou.

O DJs do grupo Jetlag comandam o som - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação
pathy - Divulgação - Divulgação
Pathy de Jesus assume as picapes
Imagem: Divulgação

Squad devidamente apresentado, Pathy de Jesus começou a tocar. Parte dos jornalistas presentes foram para outra sala virtual, onde seria a sala de imprensa, para as entrevistas que começariam às 19h30. Com áudio cortando, mas com a música da pista de fundo, Hugo Gloss, Flavia Pavanelli, Icaro Silva e a influenciadora Karol Queiroz falaram das rotinas de beleza em quarentena, memória olfativa e levantaram a bola dos perfumes da YSL.

Neste meio tempo, fiquei transitando entre uma sala e outra: ia, curtia um pouco o funk e soul que Pathy tocava, voltada para onde estavam rolando as entrevistas. Isso com uma gim tônica feita em casa na mão e, eventualmente, uma zapeada pelo Twitter ou sites de notícias. Não muito diferente de qualquer festa presencial que já fui. Estava esperando a rodada de perguntas feitas para Marina Ruy Barbosa, Caio Castro ou Felipe Titto, mas eles só foram aparecer no "fim" da noite, para se despedir da pista de dança.

Com a saída dos famosos, decidi que relaxaria mais na pista de dança, que começava a ser esquentada pela dupla Jetlag. Assim como em outras festas online que já fui, uma equipe de curadoria escolhia alguns participantes para ganhar destaque na tela.

Eventualmente eu, meu batom vermelho e leque também demos um show. Mas também vi as ex-BBBs Marcela McGowan, Gyselle Bicalho e Hariany tomando a tela, além de influenciadores de maquiagem como Bruna Tavares.

Neste tipo de evento, costumo "fazer a fina", colocar uma cara de séria e manter a compostura. Mas eu estava na minha casa, de camisa e shortinho de pijama, então me senti confortável até demais e o setlist dos DJs foi uma atração à parte. Não sei se foi pelo bom ou mau gosto, mas não deixou de ser divertido.

Em certa altura, eles "lançaram a braba" da deprê: uma versão remixada de "Tempo Perdido", de Legião Urbana. Uma letra um tanto polêmica em tempos de isolamento social, em que vemos a vida passar lá fora pelas nossas janelas. Eu, que já tinha enfrentado uns bons drink, me entreguei para a bad, abri os os braços, dei show. Acho que passei vergonha.

Depois, eles colocaram "We Are the Champions", do Queen, para tocar. Acendi a lanterna do celular e vi outros participantes perdendo tudo ao som da música. Mas chegou o fim, as luzes da festa foram acesas por volta das 21h30, quando a dupla de DJs disse que tocaria a última da noite: "With or Without You", do U2.

Assim como em uma festa presencial, não fiquei até o fim do hit e aproveitei a deixa para ir embora. Na vida real, seria para evitar a fila na chapelaria. Mas na balada online, é porque nunca sei se desliguei a câmera na cara de alguém e fui mal educada. Decidi evitar o climão.